Flamengo humilha. E o acovardado Palmeiras mergulha na crise
No Maracanã, o duelo dos 'milionários' foi um massacre. O líder Flamengo mostrou o quanto a Libertadores abalou o Palmeiras. 3 a 0 foi pouco
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Escalação errada de Felipão.
Estratégia acovardada.
Jogadores sem confiança.
Dirigentes sem rumo.
Executivo se reunindo com as organizadas.
Sete partidas sem vitórias no Brasileiro.
De líder absoluto, à quinta colocação.
O Palmeiras foi goleado no Maracanã pelo Flamengo.
3 a 0 foi pouco.
Dois gols de Gabigol e um de Arrascaeta.
Perdendo por três gols, Gustavo Gómez foi expulso, com uma entrada violenta, infantil, em Bruno Henrique. Prova clara do descontrole emocional que domina o clube.
O placar só não foi maior porque Jorge Jesus pediu para o time carioca diminuir o ritmo no segundo tempo.
Ao final da partida, cerca de três mil palmeirenses no Maracanã, cantava a plenos pulmões.
"Ô, Felipão, seu imbecil...
"Pega esse time e vai pra p... que o pariu"
Tirando o palavrão, a atuação foi mesmo vergonhosa.
Levando em conta o elenco milionário que possui. Está claro que a eliminação da Libertadores da América tirou o foco e a força psicológica palmeirense.
Mas a maior diferença esteve na intensidade, na disposição tática moderna, com movimentação intensa do Flamengo, contra o Palmeiras estático, como se fosse um time pebolim, ultrapassado.
De nada adiantaram Felipe Melo, Matheus Fernandes e Bruno Henrique. Três volantes para, teoricamente, fecharem as intermediárias.
Não conseguiram. Diante da movimentação dos flamenguistas do meio para a frente, eles não conseguiram marcar. E ainda seguiram longe de Willian, Dudu e Luiz Adriano.
Com isso, Arrascaeta teve toda a liberdade para mostrar sua habilidade, visão de jogo diferenciada.
O Flamengo chegou a ter 68% de posse de bola. Acabou o jogo com 64%. Era a postura de uma equipe grande contra uma pequena, covarde na defesa. Sem saber como atacar, a não ser dando chutões para a frente. Ou apostando na bola parada, em escanteios ou faltas laterais.
Inacreditável a falta de reação de Felipão. Assistiu tudo de pé, cochichando com seu auxiliar Paulo Turra. Os dois pareciam não entender o que acontecia.
Enquanto isso, a torcida carioca não perdoava.
E, nos últimos 20 minutos de jogo, ciente que o time paulista estava entregue, derrotado, cantou, festejou e gritou olé a cada toque de bola flamenguista.
Foi mais do que um jogo, uma farra.
O time de Jorge Jesus é o líder do Brasileiro.
Está na semifinal da Libertadores.
Mostra o retorno do investimento de R$ 200 milhões em jogadores.
Já o Palmeiras, com seus bilionários patrocinadores, e elenco tão caro quanto o do rival carioca, mergulha de vez na crise.
"Quando a vitória não vem, a cobrança é maior. A confiança não vem", as palavras sinceras, verdadeiras, são de Weverton.
O goleiro está vendo a temporada 2019 ruir.
O Palmeiras já fracassou no Campeonato Paulista, na Copa do Brasil, na Libertadores e agora entra em parafuso no Brasileiro.
A tendência é que algo aconteça no departamento de futebol do clube.
O executivo Alexandre Mattos e Felipão estão seriamente ameaçados.
"A intenção era organizar pelo meio com três jogadores mais fixos, dando maior consistência o setor onde rodam os atletas do Flamengo. Fizemos isso até uns 15 minutos. Era um jogo equilibrado.
"Conseguimos fazer um gol que foi anulado pelo VAR. Não tinha nenhum problema tão evidente.
"Erramos uma saída de bola e oportunizamos um contra-ataque, aí saiu o gol. Depois disso temos que entender que a parte anímica atuou um pouco mais sobre os jogadores. O Flamengo, jogando muito bem, fez aquilo que vem fazendo. O Flamengo venceu pelo nosso primeiro erro e porque sentimos animicamente", disse Felipão, após a partida.
O treinador não falou tudo.
Não assumiu que seu time parecia uma equipe da década de 90 contra uma equipe de 2019.
O Flamengo fez o que quis diante do Palmeiras encolhido, com seus jogadores distanciados, mal distribuídos em campo. 'Engolidos' taticamente.
Dois gols do time paulista, marcados em impedimento, corretamente anulados, não devem nem ser levados em consideração.
É muito pobre tentar dar essa desculpa.
O Flamengo envolveu o Palmeiras desde os primeiros até os últimos minutos deste jogo muito importante, representativo, simbólico.
Envolvia os dois elencos mais caros do país.
Mas seus treinadores fizeram a diferença.
Jorge Jesus fez o Flamengo propor o jogo, buscar a vitória do início ao fim da partida. Com a movimentação esperada. Nada de posições fixas do meio para a frente, triangulações pelas laterais. Arrascaeta inspirado e livre, apesar de três volantes adversários, Bruno Henrique rasgando espaço no ataque e Gabigol, com seu faro artilheiro, se aproveitando da situação.
Os gols do Flamengo começaram com um erro de Gustavo Gómez. O paraguaio errou passe. Willian Arão cortou e acionou Bruno Henrique. Dele, a bola foi para Arrascaeta, que deixou Gabigol diante de Weverton.
Lindo toque por cima do desesperado goleiro.
1 a 0, aos dez minutos.
Psicologicamente, o Palmeiras naufragou.
Ficou ainda mais retraído.
Aos 37 minutos, Bruno Henrique disparou pela direita. E cruzou na cabeça de Arrascaeta. O uruguaio cabeceou como quis, livre, diante da gigantesca zaga palmeirense. 2 a 0.
Felipão trocou Matheus Fernades por Raphel Veiga no intervalo. Mas o Flamengo, exalando confiança, deixou o time paulista encurralado.
E aos 14 minutos, Diogo Barbosa cometeu pênalti infantil em Rafinha. Gabigol não titubeou. Weverton caiu para a esquerda e ele colocou mansamente a bola para o fundo do gol, tocando no canto direito.
Com o Flamengo vencendo por 3 a 0, Jorge Jesus pediu para seu time diminuir o ritmo. A partida já estava ganha, o adversário 'morto'.
Foi uma aula de modernidade que o português deu a Felipão.
O Flamengo comemora a volta à liderança.
Enquanto o rival Palmeiras despenca.
Caiu para a quinta colocação.
Algo precisa, e será feito, no Palestra Itália...
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