Flamengo bicampeão carioca. Festa com medo de perder Jesus
Foi o quinto título de Jesus como treinador do Flamengo. O jogo foi de muita marcação, monótono. Até que Vitinho marcou aos 49 do segundo tempo
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O jogo foi decepcionante.
Mais luta do que bom futebol.
O 0 a 0 era monótono.
Até que, aos 49 minutos do segundo tempo, Vitinho arriscou um chute de fora da área, e a bola, caprichosa, desviou em Nino.
E enganou Muriel.
1 a 0.
Vitória do Flamengo, bicampeão carioca.
Seu quinto título sob o comando de Jorge Jesus.
Sem brilho, sem espetáculo.
Leia também
O jogo parecia uma preliminar.
O mais importante era saber se o vitorioso treinador português flamenguista seguirá ou não no comando do clube.
Fumaça, mosaico, cantos gravados nos alto falantes e faixas.
Tudo para disfarçar o Maracanã vazio.
No gramado, Flamengo e Fluminense decidindo o Carioca de 2020, histórico, por conta da covid-19.
Enquanto a pandemia segue no auge, no Brasil, o Estadual que desafiou a lógica, o bom senso, chegou ao final.
Depois de três meses de paralisação, a diferença técnica entre os times foi diminuída, por conta da preparação física.
LEIA MAIS: Ficou no quase! Vice do Flu rende brincadeiras na web
Fora o fato de o Flamengo viver um momento de absoluta tensão, com a ameaça real de saída de Jorge Jesus, o comandante da revolução tática do clube mais popular do Brasil.
Odair Helmann tem como marca registrada montar equipes com força física, de muita marcação e, por vezes, faltosa demais.
O Fluminense mesmo precisando vencer para garantir o título, jogava atrás. Queria aproveitar contragolpes em velocidade às costas dos veteranos laterais Rafinha e Filipe Luís.
O Flamengo começou a partida com muito mais vontade do que os dois últimos clássicos contra o Fluminense.
Além de uma evidente homenagem a Jorge Jesus, havia o peso da final e também o fato de o time ter uma gorda parcela da premiação de R$ 2 milhões que a Ferj pagaria ao campeão.
A equipe dominava as intermediárias.
Mas sentia falta de Gabigol, suspenso. Pedro é também artilheiro, mas joga enfiado na área, sem a movimentação pelas laterais do titular.
O que tornava o time muito mais previsível no ataque.
O Fluminense marcava forte, atrás da linha de bola, quando o Flamengo passava do meio de campo. A ideia de Hellmann era mesmo superpopular a sua intermediária defensiva.
A marcação se impunha.
Arrascaeta outra vez jogou muito mal, parado, aceitando a marcação dos volantes.
Marcos Paulo teve duas grandes chances em contragolpes.
Léo Pereira, muito lento, era um problema na defesa do time de Jorge Jesus.
Um ótimo chute de Arão e outro de Pedro, que foram para fora, acabaram como as grandes chances flamenguistas, no primeiro tempo.
Na segunda etapa, estava claro o quanto os times estavam longe do seu melhor estado físico.
A partida perdeu velocidade, intensidade, vibração.
E inspiração para os dois times.
O nervosismo imperava.
O 0 a 0 se impunha.
Até que a bola chegou em Vitinho, aos 49 minutos...
Flamengo bicampeão carioca.
Jorge Jesus conseguiu seu quinto título em um ano.
Sexta conquista flamenguista em quinze meses.
Campanha sensacional.
A final acabou.
Agora, a tensão pela resposta.
Jesus fica no Brasil.
Ou aceita voltar para o Benfica.
Ao seu amado Portugal...
Apontada como affair de técnico do Flamengo, advogada se defende
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.