Fla goleia, supera o Defensa y Justicia. E a bobagem de Diego Alves
O time de Renato Gaúcho se impõe está nas quartas-de-final da Libertadores. Ganhou de forma impressionante do Defensa y Justicia, com público, em Brasília. 4 a 1. Força psicológica para corrigir erro de Diego Alves
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
Foi um eletrocardiograma para Renato Gaúcho.
O 'seu' Flamengo dos sonhos dominava, fazia o que queria com o Defensa y Justicia. Equilibrado, intenso, com os jogadores atuando onde gostam e rendem. O time estava confortável. Vencia a equipe argentina por 1 a 0,gol de Rodrigo Caio, no Mané Garrincha.
Os cerca de seis mil torcedores que foram ao estádio, com saudade do Flamengo, dispostos a pagaram entre R$ 140,00 e R$ 500,00, estavam felizes. Contentes, cantavam os nomes dos jogadores. Tudo ia bem.
Até que, aos 39 minutos, o lance mais infantil entre dois jogadores de 36 anos na elite da Libertadores. O Defensa y Justicia tem como grande mérito a marcação sob pressão na saída de bola adversária.
Mesmo assim, para desespero de Renato Gaúcho, que jamais treinou essa bobagem, pressionado, Diego atrasou a bola para Diego Alves. Perto dos dois estava o colombiano Loaiza. O goleiro em vez de virar o pé e chutar a bola para a lateral, ele quis caprichar, colocar a bola em curva, perto do meio-campista. Bastou Loaiza esticar o pé e a bola foi para o fundo das redes do Flamengo.
Empate gratuito que abalou psicologicamente todo o jogo. Deprimiu o Flamengo e deixou eufórico o Defensa y Justicia. O time de Sebastián Beccacece cresceu nos minutos finais do primeiro tempo. E voltou muito melhor no segundo tempo.
Fustigava o Flamengo.

Foi quando Renato colocou Michael no lugar de Everton Ribeiro, aos 18 minutos. Mudança ousada. E dois minutos depois, Filipe Luís cruzou e a bola acabou se oferecendo para Michael. O atacante arriscou um chute dificílimo. E acertou o travessão e a bola procurou Arrascaeta. O uruguaio acertou cabeçada forte, golaço. 2 a 1, Flamengo.
Diego Alves se benzou, agradecendo aos céus, a bobagem que cometeu não teria maiores consequências, como eliminar seu time.
Gol injusto, pelo domínio argentino. Mas fundamental para acabar com a partida. O time carioca havia vencido por 1 a 0, na partida de ida. O Defensa y Justicia teria de marcar mais dois gols. A equipe é limitada fisicamente e individualmente.
Renato não perdeu tempo e tirou, sem traumas, o jogador que era o melhor em campo. Mas estava extenuado, depois de várias arrancadas que ganhou da defesa argentina.
E predestinado, Vitinho entrou no lugar de Bruno Henrique. E com muita confiança, marcou dois gols, aos 37 e aos 49 minutos, se aproveitando da certeza da eliminação do time argentino, que passou a dar espaço, perdeu a concentração.
4 a 1 Flamengo.
Vai esperar o vencedor de Internacional e Olimpia.
O time com Renato Gaúcho é bem diferente do que era com Rogério Ceni.
As jogadas fluem, simples, sem insegurança.
Willian Arão é volante.
Não zagueiro.
O meio de campo se preocupa mais em atacar do que em marcar.
Os atacantes não têm medo de chutar.

O Flamengo redescobriu sua personalidade.
Nasceu para atacar, para sufocar o adversário.
Não para fica sonhando com contragolpes.
O time teve 19 finalizações durante a partida.
Renato Gaúcho sabe, respeita a vocação ofensiva do clube e fez renascer o time que todos querem ver.
Mas é péssimo enfrentar...