"Estou com barro até o pescoço." Cruzeiro não ilude Felipão
Cruzeiro vence, no sufoco, Operário de Ponta Grossa, por 1 a 0. Foi a estreia do pentacampeão Felipão. Time mineiro segue na zona do rebaixamento
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
"Pelo amor de Deus, gente.
"Estou com barro até o pescoço.
"Entendeu?"
Estas foram as frases sincera de Felipão, depois de sua estreia no desesperado Cruzeiro, tentando escapar da zona do rebaixamento na Série B.
Em Ponta Grossa, após a vitória suada, por 1 a 0 contra o Operário, o treinador pentacampeão do mundo, que completará 72 anos em novembro, não caiu na tentação dos elogios da imprensa mineira, após a suada vitória.
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Ele teve o primeiro contato oficial com o fraquíssimo elenco que o clube, com dívidas de mais de um bilhão de reais, colocou nas suas mãos.
Foi objetivo em relação aos seus jogadores.
E como o time conseguiu vencer, depois de quatro partidas.
"Eles estão desconfiados de si próprios, não estão acreditando totalmente nas qualidades que têm, e nós sabemos que algumas coisas são diferentes numa Série B.
(A vitória) não foi de muita qualidade nossa, não. Foi de entrega, de luta, de colocação, de situações que a gente trabalhou e que aconteceram, que os jogadores estavam posicionados, mas falta muito.
"Não vamos comemorar muito essa vitória, porque estamos lá embaixo. Falta muito, e vamos atrás disso."
Felipão tem toda a razão.
O Cruzeiro, mesmo vencendo, segue na zona do rebaixamento na Segunda Divisão. É o 17º colocado.
Diante da euforia dos jornalistas, falando em Série A, o treinador tratou de deixar as coisas nos seus devidos lugares.
"A gente venceu o jogo no sufoco. Calma, muita calma."
"Estou lá embaixo. Primeiro eu tenho que sair de onde estou, de onde nós estamos, porque hoje faço parte desse grupo. Então, ainda faltam muitos e muitos jogos, muita qualidade, muito treinamento, muitos pontos pra que a gente possa sair dessa situação.
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"Primeiro, entendo que devemos fazer isso: jogo a jogo, ponto a ponto, objetivo a objetivo. Ganhamos uma posição (na verdade, duas). Temos que jogar no domingo pra ganhar uma outra posição, ou duas posições. Assim vamos, melhorando."
O treinador tratou de montar uma equipe competitiva, guerreira, sem técnica, que brigou, encarou o Operário com muita disposição.
Felipão cobrava, orientava, xingava, fiel ao seu estilo.
Logo ele tratou de tirar o microfone da TV Globo que captava suas palavras.

A partida caminhava para o 0 a 0, quando, aos 39 minutos do segundo tempo, Aírton fez ótima jogada e cruzou rasteiro para Arthur Caíke, que marcou. 1 a 0, Cruzeiro.
Fábio, aos 46 minutos, ainda fez uma excelente defesa, em um chute à queima-roupa de Bonfim.
Foi um sufoco para o Cruzeiro.

O resultado custou o emprego de Gerson Gusmão.
Ele era o treinador mais longevo do futebol brasileiro.
Comandava o Operário há quatro anos e sete meses.
A diretoria não perdoou o clube perder para o Cruzeiro.
Demonstração de quanto é fraco o time de Felipão...
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