"Enterro. Burrice." Já pressionado, Mano racha o Palmeiras
A contratação de Mano Menezes foi mal recebida. Base política de Galiotte rejeita o técnico. Torcida também por associá-lo ao Corinthians. Um caos
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"Será uma honra dirigir a Sociedade Esportiva Palmeiras. Minha trajetória vem ao encontro do que pensa o clube e sua imensa torcida. O respeito construído como adversário agora nos torna parceiros.
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"Estilo de jogo se constrói com um grupo de jogadores qualificados e isso certamente temos.
"As conquistas serão resultado do somatório dessas forças.
"Os adversários devem ser os outros.
"Para seguir conquistando vamos em frente.
"Que assim seja."
Foi assim que Mano Menezes se manifestou no site oficial do Palmeiras. Como o blog havia antecipado ainda no domingo, a pressão de conselheiros que formam a base política de Mauricio Galiotte o forçou à demissão de Felipão.
E a busca de Mano Menezes, velho desejo de Alexandre Mattos.
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Depois da saida de Cuca em 2017, o executivo ofereceu cobrir o salário do Cruzeiro, mas Mano não aceitou porque não acreditou ter 'carta branca' para montar o time que quisesse. Como tinha em Belo Horizonte e renovou com o Cruzeiro.
A filha de Mano, Camila, é jornalista. E, muitas vezes, responde como sua assessora de imprensa.
Além disso, ele é muito bem informado, deixou inúmeros amigos nas suas duas passagens pelo Corinthians.
Mano deixou claro isso, nas suas primeiras declarações como técnico do Palmeiras, pelo menos na teoria, até o final de 2021.
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Ele adora frases de efeito, com segundas intenções.
E soltou a primeira.
"Os adversários devem ser os outros."
Ele sabe.
Sua contratação rachou de vez o Palmeiras.
Não bastasse os adeptos do ex-presidente Paulo Nobre, inimigo mortal de Mauricio Galiotte e, principalmente, da dona da Crefisa, Leila Pereira, agora há duas importantes divergências.
A primeira é com o executivo Alexandre Mattos.
A maioria esmagadora do Conselho Deliberativo quer a saída imediata do executivo.
Pelo fracasso na conquista da Libertadores.
O clube já gastou mais de R$ 236 milhões na gestão Galiotte, jogadores negociados por Alexandre Mattos, nestes dois anos e meio
A meta era conquistar a Libertadores.
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O Palmeiras não chegou sequer à decisão.
Galiotte 'deu a cabeça' de Felipão para segurar a de Mattos.
Mas o executivo sabe.
Se o time não reagir, e logo, com Mano Menezes, será sacrificado.
Por isso, já surge a informação em Belo Horizonte, que ele pode voltar ao Cruzeiro, em 2020.
E é bom Mattos estar preparado.
"Infelizmente estão indo as coisas muito errado, tenho falado muito com o Maurício mas ele não tem escutado. Acho que nem era momento de mandar o Felipão embora, devia mandar o Alexandre Mattos embora.
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"Ele devia continuar ainda mais um ou dois meses para ver como ia o time. Infelizmente, o problema do Palmeiras é o Alexandre Mattos", disse o presidente do Conselho Deliberativo, Seraphim del Grande, em um dos grupos de whatsapp de palmeirenses.
"Sem dúvida, se vier o Mano Menezes seria o caos para nós. Espero que o Maurício não faça essa burrice.
"Se fizer essa burrice é o enterro do resto do mandato dele. Estou passando inclusive esse apelo para o Maurício e para o Paulo Buosi, que é o primeiro vice-presidente.
"Sou presidente do Conselho, mas o regime é presidencial. Estou fazendo meu papel de fazer com que o Maurício não faça mais besteira do que está fazendo."
É esse ambiente que espera Mano Menezes no clube.
Nas arquibancadas, também deverá ter dificuldades.
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As principais organizadas e milhares de torcedores ficaram contra o seu nome para substituir Felipão. Criaram nas redes socias a campanha #manonão.
A rejeição está na identificação do técnico com o maior rival, o Corinthians, onde trabalhou duas vezes.
Mano também terá outra enorme dificuldade.
Ele gosta, como Felipão, de montar equipes que priorizam os contragolpes. Não atacam, são atacadas.
O treinador foi prevenido por Mattos que ele não pode cometer esse erro no Palmeiras.
É algo contraditório.
O clube precisa de um treinador ofensivo.
E contrata um reativo.
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Mano tentou o jogo de palavras ao site do Palmeiras.
"Estilo de jogo se constrói com um grupo de jogadores qualificados e isso certamente temos."
Ou seja, deixa claro que tentará organizar, agora o 'seu' Palmeiras, para atacar, propor o jogo, buscar a vitória.
Bem ao contrário do que fazia, dias atrás, no Cruzeiro.
Ou seja, a troca de Felipão por Mano não trouxe empolgação ao Palmeiras.
Mas muita tensão.
A cabeça de Alexandre Mattos está a prêmio.
E até a sucessão de Galiotte está em jogo.
Mano precisa dar certo para Leila Pereira.
Para isso, a conquista da Libertadores é obrigação.
Título que ele mesmo nunca conseguiu.
A cobrança será imensa.
O Palmeiras segue um barril de pólvora...
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