Dinheiro e medo na Libertadores. Fla quer torcida, em meio à pandemia
CBF e clubes haviam combinado que o público voltaria apenas em novembro. Mas o Flamengo quer o retorno já em outubro. Rompeu o acordo
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
A revolta de Andrés Sanchez tem motivo.
Ele jurou que o Corinthians não entrará em campo, se os jogos passarem a ter público, no Rio de Janeiro, em outubro.
O ultimato parecia exagerado.
Até inveja, do um terço dos torcedores que poderão ter acesso ao estádio, caso as autoridades cariocas e a CBF confirmem a liberação.
O Corinthians vive grave crise financeira, apesar de ter conseguido vender os naming rights do estádio.
"Não é esta a questão", revela um conselheiro corintiano ligado a Andrés.
O problema é que os clubes da Série A havim feito reuniões virtuais.
E chegado a uma decisão.
"O combinado era exigir a volta do público no início do segundo turno. Todos haviam aceitado", garante o conselheiro. "Daí a revolta de Andrés."
O presidente corintiano não aceita esse retorno.
Exige a isonomia.
Ou voltam todos ou nenhum.
Há unanimidade entre os dirigentes da Série A, sobre o clube que estaria rompendo o acordo de cavalheiros, para esperar novembro, por conta da pandemia do coronavírus.
Como aconteceu na volta do futebol no país, o Flamengo, seria o responsável por esses acordos com as autoridades cariocas.

Fluminense, Botafogo e até o Vasco, que esteve ao lado do rubro-negro, no retorno do Estadual, desta vez estão juntos. Não querem público, por questão de segurança, até novembro.
O Flamengo quer.
A partida contra o Athletico Paranaense, dia 4 de setembro, serviria como 'teste'. Mas o governador em exercício, Cláudio Castro, publicou um decreto que proíbe a volta do futebol até o dia 6 de setembro.
Ou seja, esse 'primeiro teste' não acontecerá.
A CBF não seguirá omissa.
O governo do Rio de Janeiro exige uma posição oficial da entidade.
O presidente Rogério Caboclo estava de acordo com os clubes da Série A. E também planejava a liberação de um terço da capacidade dos estádio no início do segundo turno, em novembro.
A diretoria do Flamengo pressiona, alegando a crise financeira.
Que os clubes abriram mão da arrecadação desde março.
Os números da pandemia ainda são assustadores no país.
4.528.240 pessoas foram infectadas, até hoje, 20 de setembro, de 2020.
E, infelizmente, 136.532 é o número de mortos no país.
O coronavírus segue infectando no país.

O Flamengo conta com o apoio do governo federal.
O governador de São Paulo, João Doria, se coloca contra.
Só aceita a liberação de público em novembro.
A situação é complicada.
O Flamengo quer sua torcida, por exemplo, no último jogo de grupo da Libertadores, dia 21 de outubro, contra o Junior Barranquilla.

Depois da derrota por 5 a 0 para o Independiente del Valle há o medo até de uma eventual eliminação.
Há muito em jogo.
A decisão acontecerá nesta semana.
Há pressão de todos os lados...