Derrota contra o América denuncia. Corinthians de Luxa não ganha fora de Itaquera. Tensão no jogo de 'vida ou morte' na Libertadores

São Paulo, Brasil

Foi a quinta partida do Corinthians fora de Itaquera no Brasileiro de 2023.

E a quinta derrota.

O time teve uma atuação pífia, neste sábado (3), no estádio Independência, em Belo Horizonte.

O mesmo esquema que surpreendeu o desentrosado e confuso Atlético era esperado pelo América.

O 3-5-2 de Vanderlei Luxemburgo foi estudado e travado por Vagner Mancini. Aliás, as duas únicas vitórias que ele conseguiu, desde que voltou ao Parque São Jorge, foram em Itaquera.

O treinador do time mineiro tratou de usar três atacantes avançados e não só complicou a saída de bola corintiana, como não deu paz a Fagner e Fábio Santos para que auxiliassem na frente.

Mas, principalmente, não caiu na mesma bobagem atleticana, dar espaço para os corintianos contragolpearem.

Mesmo com um elenco com muito menos talento, o América venceu, com toda a justiça, o Corinthians por 2 a 0. Continua na zona de rebaixamento. E brigará contra ela durante todo o Brasileiro.

Já a equipe de Vanderlei Luxemburgo tomou uma ducha de água fria, na sonhada reação do time, depois da heroica classificação na Copa do Brasil.

O Corinthians segue fazendo péssima campanha no Brasileiro. Em nove partidas, de 27 pontos possíveis, o clube só conseguiu 8. Ou seja, desperdiçou 19.

Diante da extrema decepção dos jornalistas com o fraco futebol e do fracasso em fazer do jogo um trampolim de confiança para a partida de "vida ou morte" na Libertadores, contra o Independiente del Valle, Luxemburgo foi esperto.

Tratou de pôr a culpa no desgaste mental e físico para eliminar o Atlético da Copa do Brasil.

"Quis dar sequência e conhecimento para a equipe com três zagueiros, para dar segurança e liberar os jogadores para o jogo. Temos muito tempo de janela, sabia que hoje teríamos uma queda, é normal.

"Vem de porrada, porrada, tem a crescida, faz um grande jogo, uma vaga que ninguém acreditava, o emocional vai lá em cima.

"Tentei jogar o pessoal para cima, motivar para o jogo, mas a parte mental, da necessidade de buscar o resultado contra o Atlético, prevaleceu, teve um desgaste mental forte", disse, não se referindo à repetição do esquema que facilitou o trabalho de Mancini.

Luxemburgo não se aprofunda, principalmente diante das derrotas.

Sua análise foi cuidadosamente feita amarrando clichês.

"Foi um jogo ruim, das duas equipes...

"Sairia um gol de pênalti ou falta para nós ou para eles, como aconteceu o pênalti para eles.

"Depois 'acharam' o segundo gol.

"Agora contra o Del Valle temos um dia para descansar, vou dar uma folga para ficarem um pouco com a família, estamos ficando muito concentrados, e projetar o jogo seguinte como importante na Libertadores."

Renato Augusto, que também jogou mal, deu sua versão para mais essa derrota.

“O Atlético é um time que joga e o América é um time que se defende, totalmente diferente o jogo. Outra história, outro jogo.

"O jogo estava equilibrado até o pênalti [toque de mão do zagueiro Caetano], que faz parte do jogo. É um lance delicado. Mas aí eles se fecharam ainda mais. Então a gente se arriscou demais e tomamos o segundo gol. Enfim, foi um jogo muito diferente. Claro que a equipe está um pouco cansada também por causa do desgaste físico e mental do último jogo."

Renato Augusto tocou no ponto que Luxemburgo evitou falar.

Quando este elenco do Corinthians precisa atacar, fora de casa, tem acumulado decepções.

A euforia, das vitórias diante do Fluminense e do Atlético Mineiro, passou.

A derrota diante do América trouxe de volta um sentimento que domina o clube em 2023.

Preocupação.

Ainda mais porque na quarta-feira valerá "a vida" na Libertadores...