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Cosme Rímoli - Blogs

James Rodríguez assume a culpa que não é sua. O culpado pela eliminação foi Dorival. O São Paulo teve um a mais por 49 minutos

O São Paulo não teve atitude, não se impôs diante da LDU, com o Morumbi lotado. Mesmo quando teve um jogador a mais, por 49 minutos. Não se impôs. Levou a decisão para a semifinal da Copa Sul-Americana aos pênaltis. Perdeu

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

James Rodríguez assumiu a culpa pela eliminação. Lucas se desesperou com a queda para a LDU
James Rodríguez assumiu a culpa pela eliminação. Lucas se desesperou com a queda para a LDU

São Paulo, Brasil

"Acho que eu tinha entrado bem, dei assistência, mas aconteceu isso da penalidade, nunca tinha acontecido isso em 32 anos. Assumo a responsabilidade, é minha. Eu poderia ter feito melhor, mas é assim o futebol.

"Hoje me tocou perder um pênalti em uma decisão, algo que jamais havia acontecido em minha carreira. Assumo a responsabilidade pela eliminação.

"Gostaria de agradecer o torcedor são-paulino que mais uma vez encheu o Morumbi e apoiou o time. Estou muito triste, mas confiante de que minha história no clube está apenas começando e que teremos muitos motivos para sorrir juntos."


Essas foram as palavras ditas e escritas por quem se considerou responsável pela queda do São Paulo na Sul-Americana.

James Rodríguez.


Esse será o falso nome do culpado pela eliminação do São Paulo na Copa Sul-Americana mais fácil de sua história.

O colombiano de 32 anos, ex-Real Madrid e Bayern, ficará marcado pelo pênalti que cobrou como um juvenil.


Por cima do gol de Domínguez.

Foi o único dos dez cobradores a errar.

Sua péssima cobrança decretou o 5 a 4 para a LDU, na decisão por pênaltis.

O São Paulo venceu o jogo por 1 a 0, igualando a decisão das quartas de final, já que, no Equador, perdeu por 2 a 1.

Mas James Rodríguez não merece e não é o responsável pelo desastre são-paulino diante de mais de 50 mil torcedores.

O grande responsável foi Dorival Júnior.

Dorival Júnior não soube usar a grande vantagem de ter um jogador a mais por 49 minutos
Dorival Júnior não soube usar a grande vantagem de ter um jogador a mais por 49 minutos

Foram exatos 49 minutos em que a LDU teve um jogador a menos, depois de uma expulsão bizarra de Alvarado, aos três minutos do segundo tempo, quando foi inexplicavelmente maldoso. Deu entrada assustadora no tornozelo de Alisson, a 1 metro do árbitro Alex Herrera. Pediu para tomar o vermelho.

No futebol moderno, quando qualquer equipe tem um jogador a mais, tem a obrigação de se impor taticamente. Abrindo seu esquema tático, forçando as triangulações pelo lado de campo. Atacando em bloco.

Mas é fundamental, ainda mais precisando do resultado, marcar a saída de bola como se fosse uma guerrilha. Não deixar o adversário respirar. Ainda mais valendo uma vaga para a semifinal da Copa Sul-Americana. 

Ter espírito lutador, guerreiro e aproveitar o fato de ter um jogador a mais. 

Foi inexplicável a frieza do São Paulo. 

Time repleto de opções ofensivas em campo.

Com Calleri, pronto para arrematar ou fazer o pivô.

Luciano, pronto para infiltrar, driblar, tabelar, driblar.

James Rodríguez para articular os ataques, lançar, com um toque quebrar as linhas defensivas.

Lucas, pronto para arrancadas, ganhar na velocidade da zaga, arrematar.

Wellington Rato, pronto para cortar da direita e arrematar ou cruzar com o pé esquerdo.

Alisson, pronto para os arremates da entrada da área.

Arboleda e Beraldo, prontos para cabecear, nas bolas paradas ou rolando.

Rafinha, pronto para usar sua experiência em buscar a linha de fundo.

Mas para tudo funcionar e o São Paulo desmontar a previsível marcação equatoriana, que apelava para o 5-4-0, com um expulso, dependia do básico do básico.

Arboleda marcou em cobrança de escanteio de James Rodríguez. Muito pouco para um time com um a mais
Arboleda marcou em cobrança de escanteio de James Rodríguez. Muito pouco para um time com um a mais

A pressão guerreira, corajosa, na saída de bola, que o São Paulo não fez.

Dorival Júnior ficou preocupado em não tomar contragolpes que Luiz Zubeldia, como era de esperar, tão bem preparou. 

E que obrigou Rafael a duas ótimas defesas no primeiro tempo.

O treinador do São Paulo, mesmo com a vantagem oferecida pelo ensandecido, irresponsável Alvarado, não tomou a atitude básica de adiantar sua equipe de vez.

O jogo estava 0 a 0.

Ele buscou uma consciência, troque de passes lento, irritante, que facilitava a recomposição do sistema defensivo equatoriano.

Domínguez, especialista em fazer cera, não teve de fazer defesas espetaculares. Pelo contrário. Não houve muitas chances para o São Paulo.

Alisson acertou a trave esquerda do goleiro, e Arboleda, no rebote, chutou para o alto.

O gol aconteceu da forma mais previsível possível.

James Rodríguez cobrou escanteio com curva. Arboleda subiu mais que toda a zaga e acertou a cabeçada, aos 31 minutos do segundo tempo.

E foi só.

Nem vencendo, com um a mais, precisando de um mais um gol para chegar à semifinal, Dorival empurrou seu time ao ataque.

Foi inexplicável a atitude do São Paulo, diante da LDU, com jogadores muito menos técnicos do que o elenco do time brasileiro. 

No final, sobrou a loteria das penalidades.

E o São Paulo foi eliminado por 5 a 4.

A tristeza de Calleri. O São Paulo desperdiçou a Copa Sul-Americana mais fácil da história
A tristeza de Calleri. O São Paulo desperdiçou a Copa Sul-Americana mais fácil da história

Como era fácil de prever, a "culpa" recaiu sobre James Rodríguez, que errou sua penalidade.

Não no comandante que foi o responsável pelo comportamento frio, do time espaçado, distante, sem força nem posicionamento para organizar a obrigatória marcação por pressão.

Na coletiva, Dorival, mesmo tentando proteger James Rodríguez, solidificou a tese de que o colombiano foi o culpado da eliminação.

"James errou por uma circunstância, ele teve um escorregão, senão ele com certeza teria feito o gol.

"Não temos que penalizá-lo, serve de lição pra todos nós."

Dorival confirmou que James Rodríguez se responsabilizou, perante o grupo de jogadores, pela eliminação do São Paulo.

O treinador não foi questionado sobre o óbvio.

Ter um jogador a mais desde os 3 minutos do segundo tempo, que teve 52 minutos.

E como seu time não se aproveitou para fazer os dois gols necessários para a classificação.

Em uma coletiva leve, Dorival teve apenas de insistir que a eliminação contra a LDU não vai interferir, atrapalhar a motivação para a final da Copa do Brasil, contra o Flamengo.

"Não tem motivo para interferir na final. Nem que se a gente tivesse um resultado positivo. Não vejo que tenha tido uma caída. Criamos muitas oportunidades hoje. Futebol é isso, quando não se põe para dentro, corre o risco. Eles foram muito competentes, tiveram uma infelicidade, mas é de todos nós. Temos que assumir tudo isso e tentar entender que não foi uma grande noite.

"De repente teremos que nos preparar mais e melhor para termos uma sequência promissora."

James Rodríguez falou e postou sobre sua "culpa".

O que foi pior.

Levou nas costas o peso da eliminação do São Paulo.

Em uma análise superficial.

A verdade é que Dorival Júnior tem de ser responsabilizado.

Seu time não aproveitou o caldeirão em que mais de 50 mil transformaram o Morumbi.

Nem mesmo com um jogador a mais.

Por 49 minutos!

Essa situação não pode ser esquecida.

A culpa pelo adeus à mais fácil Sul-Americana não foi de James Rodríguez.

Foi do comandante, do treinador do São Paulo...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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