Ameaçado de rebaixamento, Corinthians tenso. Mano não confia no elenco. E candidatos à presidência não confiam em Mano

São Paulo, Brasil

Quatro jogos com Mano Menezes no comando do Corinthians.

Nenhuma vitória.

Derrota para o Fortaleza e eliminação da Copa Sul-Americana.

E três empates no Brasileiro.

Com direito a 1 a 1, ontem, na arena de Itaquera. Com o América Mineiro, último colocado do Campeonato Nacional, equipe virtualmente rebaixada para a Série B.

Com direito a gol de Giuliano, aos 52 minutos do segundo tempo.

O clube está perigosamente a 3 pontos da zona do rebaixamento.

As críticas de Fausto Vera em relação a Vanderlei Luxemburgo repercutiram.

"Perdemos meses de trabalho", afirmou o argentino, referindo-se ao período em que o ex-técnico ficou no Parque São Jorge.

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Os métodos antiquados de trabalho, a estratégia defensivista, de equipe pequena, sem desenvolver o potencial ofensivo do time, ainda pesam.

Mano Menezes, que também vive o seu pior período na carreira, tendo sido demitido sumariamente do Internacional, não está encontrando solução.

O América Mineiro mereceria vencer a partida de ontem, tamanho o espaço que teve, com o meio-campo corintiano com Fausto, Moscardo, Ruan e Renato Augusto.

Mano já deixou claro à direção que encontrou um elenco desequilibrado, mal montado, com peças envelhecidas para posições-chave, como as laterais. E que não pode continuar como Luxemburgo, dependendo de Renato Augusto, que cada vez mais mostra limitações físicas para a intensidade de jogo que o treinador deseja.

O grande entrave é que Mano Menezes não confia em jovens valores. Não é capaz de fazer como Luxemburgo, pôr atletas ainda em formação e repassar a responsabilidade a eles. Mano considera a postura perigosa e com potencial para "queimar atletas" e expor o clube nesses dez jogos fundamentais.

Mano Menezes sabe quanto faria mal à sua carreira ser o responsável por um segundo time tradicional cair para a Segunda Divisão.

Foi assim com o Cruzeiro, em 2019, quando priorizou a Copa do Brasil, abandonou o Brasileiro. E o clube foi rebaixado.

Mano está mostrando uma dedicação maior do que nas suas duas primeiras passagens pelo Parque São Jorge.

Chegando mais cedo do que o normal e indo embora depois de todos.

O treinador sabe não ter certeza de continuidade no Corinthians em 2024. 

Mesmo se escapar do rebaixamento.

Os dois candidatos à presidência, André Negão e Augusto Mello, não são encantados com sua maneira de trabalhar.

Para evitar confusão, Negão diz, sem nenhum entusiasmo, aceitar a continuidade do treinador.

Mello já deixa claro que não o deseja no clube, se vencer.

Mano tem um ótimo escudo compensador.

Seu contrato vai até dezembro de 2025.

Ele recebe R$ 800 mil mensais.

E a multa é o pagamento integral dos salários que faltarem até dois anos e dois meses.

Essa é a situação do Corinthians.

Tem um elenco irregular em que nem o treinador acredita.

Tanto que sofrerá uma reformulação profunda em 2024.

Com um técnico que não conta com o apoio dos candidatos à presidência.

Situação surreal.

E que pode complicar demais a caminhada para a fuga do rebaixamento...

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