Corinthians renasce. Vence o gramado sintético, a dor da Libertadores. E o Palmeiras sem criatividade. Coloca uma mão na taça do Paulista
Ramón Díaz se aproveitou da falta de criatividade e dependência de um garoto de 17 anos, Estêvão. Corinthians mostrou personalidade, entrega, vibração, o que faltou na Libertadores. Yuri Alberto foi o carrasco. 1 a 0. Basta empatar em Itaquera e os corintianos ficarão com o título
Cosme Rímoli|Do R7

“A gente sabe da importância da vitória aqui, sabíamos da dificuldade que seria por conta do gramado.
“É muito difícil jogar aqui.
“Estou com um problema no ombro também, que não sei como consegui jogar hoje, pode ver nos duelos, perdi todos.
“Não estou conseguindo segurar (os zagueiros adversários).
“Mas na oportunidade que tive consegui marcar.
“Isso não dá tranquilidade, tem que continuar trabalhando.
“O 1 a 0 é um resultado difícil de segurar.
“Vamos trabalhar bastante, a cada detalhe, a cada erro, para a gente acertar tudo.”
A análise foi de Yuri Alberto, carrasco do Palmeiras.
Ele sabe como a eliminação da Pré-Libertadores tornou obrigatório o título.
Entregar a taça do Paulista, na arena Neo Química, para a torcida corintiana, chocada ainda com a queda no torneio continental, será uma compensação.
Um bálsamo.
Um alívio.
De nada adiantou uma semana só de treinos.
De descanso.
Com reforço de R$ 154 milhões.
Enquanto do outro lado, crise.
Pressão.
Ameaça de demissão do treinador pela eliminação da Pré-Libertadores.
O Corinthians se superou, montou um excelente sistema de marcação.
E ganhou do Palmeiras, sem criatividade, intensidade, em pleno Allianz Parque, por 1 a 0.
Gol do carrasco Yuri Alberto.
Desilusão do time de Abel Ferreira, que viveu às custas de cruzamentos.
E dos dribles de Estêvão.
Sem triangulações, ataques em bloco, infiltrações.
Raphael Veiga omisso, aceitando a marcação.
Richard Ríos e Martínez fazendo a mesma função, sem a ousadia de Abel, de abrir mão de um dos volantes de marcação, mesmo com o Corinthians encolhido, mas determinado.
Ramón Díaz sabia o enredo pobre do time de Abel.
E venceu a primeira final do Paulista.

A decisão será no dia 27, em Itaquera.
Com direto ao empate para o tetracampeonato do grande rival.
A triste compensação da torcida palmeirense foi gritar.
“Eliminado, eliminado, eliminado”, em referência à Pré-Libertadores.
Piquerez resumiu de forma otimista.
“Tivemos oportunidades, faltou efetivar. Rival chegou uma vez só e fez o gol. Parabéns para eles. Jogo ruim para nós, resultado ruim. Mas a gente vem de três finais virando no segundo jogo, espírito é esse. Agora é focar nos próximos dias para a final.”
As ‘oportunidades’ que o lateral esquerdo uruguaio viu foram bolas levantadas para a área, colocando os palmeirenses para ‘brigar’ com a bem postada zaga corintiana.
A primeira partida da final do Paulista foi significativa, quase didática.
Não adianta o Palmeiras ter um artilheiro se conta com um meio-campo mecânico, que só buscava tocar a bola para as laterais do campo.
Ou para Estêvão, na direita, tentar driblar a muralha de proteção montada pelo lado esquerdo da zaga corintiana.
Ou na esquerda, para Facundo Torres, que detesta atuar pelo setor, e Piquerez, ficarem cruzando.
E pegando a zaga rival de frente para o lance e os palmeirenses de costas.
Ou fazer dos escanteios jogadas desesperadas com superpopulação na área corintiana.
O ritmo veloz que Abel Ferreira pretendia que seu time imprimisse foi travado por Ramón Díaz.
De nada adiantou o gramado sintético molhado.
Com requintes de crueldade, ele orientou os vividos atletas corintianos a picarem o jogo.
Marcar forte e, na retomada de bola, perder o máximo possível de tempo.
Ainda mais que seu time não pôde escalar Garro, com fortíssimas dores nos joelhos.
Ele nem entrou em campo.

Raniele, Martínez, Carillo e Romero se desdobraram para tirar qualquer espaço na intermediária.
O excelente Angileri caiu do céu.
O argentino conseguiu atrapalhar, e muito, o talentoso Estêvão.
De nada adiantou os 19 arremates, desesperados, do Palmeiras.
O Corinthians só deu três.
Mas foi muito mais objetivo, sabia o que fazia.
Como no lance que decidiu a partida.
E que resumiu o jogo.
Estêvão tentou passar pelo muro montado por Ramón Díaz.
Perdeu a bola para Félix Torres.
Ele a entregou para o diferenciado Carrillo.
Dele, a bola chegou para Memphis Depay, massacrado pela eliminação da Pré-Libertadores.
O holandês descobriu Yuri Alberto.
O atacante estava na esquerda.
Ele estuda muito os zagueiro adversários.
Sabia que tinha pela frente o destro Michael.
O atacante cortou para o meio, desafiando o pé esquerdo, o de apoio do zagueiro, que não é tão rápido para travar um chute, como o direito.
Yuri foi cirúrgico.
E bateu forte, cruzado, no canto direito de Weverton, sem defesa.
Corinthians 1 a 0, aos 12 minutos do segundo tempo.
O que se viu, após o gol, foi monótono.
O Palmeiras, desesperado, levantando bola para a área corintiana.
Hugo estava em uma noite excelente.
Como a zaga corintiana.
Em contraste com a falta de imaginação, repertório, do Palmeiras.
Vitória importantíssima e justíssima do Corinthians.
Como no Brasileiro de 2024, Abel Ferreira falhou na estratégia.
E foi derrotado no Allianz.
Agora, 11 dias para os rivais trabalharem no que farão no jogo final, em Itaquera.
O Corinthians renasceu.
E o Palmeiras, sonhando com o tetra paulista, precisa aprender novos meios de jogar.
A omissão de Raphael Veiga é venenosa.
Depender do talento de Estêvão é muito pouco.
Com tanta falta de criatividade, Vitor Roque chega a ser um luxo desnecessário.
Desperdício...
Um caríssimo ventilador no Polo Norte...
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Camisa 9 do Corinthians, Yuri Alberto fez o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Palmeiras no Allianz Parque no primeiro jogo da final do Paulistão 2025.