Um diálogo muito franco entre Giovanni Augusto e Fábio Carille selou a passagem do atleta pelo Parque São Jorge. O meia foi direto. Perguntou, há 15 dias, ao treinador se seria inscrito na Libertadores da América. O técnico não titubeou.
"Não."
A resposta foi coerente.
Combinou com a não inscrição entre os 25 jogadores que disputam o Campeonato Paulista pelo Corinthians.
Diante da negativa, depois de dois anos, o meia se rendeu. Percebeu que estava ganhando muito dinheiro, R$ 320 mil a cada 30 dias, mas perdendo tempo. Desde janeiro de 2016, foram apenas 78 jogos, sete gols e grande decepção.
Tite tinha a certeza de que seria o melhor jogador para substituir Jadson, que partia para sua aventura na China. Estava entusiasmado pelo que havia visto no Figueirense. Apostava no autor do primeiro gol oficial do Itaquerão. Mas Giovanni Augusto foi uma enorme decepção. Dirigentes se arrependeram por ter assinado contrato até dezembro de 2019. Comprometeram R$ 34,2 milhões com o jogador.
Andrés Sanchez já havia conversado com Roberto de Andrade. Se vencesse a eleição, não toleraria desperdiçar tanto dinheiro com um reserva absoluto. E ficou acertado que, se Fábio Carille concordasse, ele seria negociado.
O Sport o queria levar por empréstimo. Se comprometeria a pagar os R$ 320 mil mensais. A cúpula corintiana não impôs restrições. Só que o jogador não deixou dúvidas. Não iria para Recife. Queria um centro maior.
E, fundamental, disputar a Libertadores.
Faro de Tite falhou com Giovanni Augusto
Agência CorinthiansFoi quando empresários ligados ao Vasco da Gama se aproximaram do jogador. Com o aval do Corinthians, o meia negociou com o time carioca. Entrou em contato até com Zé Ricardo. Ficou com a certeza de que o técnico apostaria nele, de verdade. Garantiu a sequência de jogos que tanto reclamou não ter no Corinthians.
Será titular do Vasco na Libertadores, no Carioca, no Brasileiro, na Copa do Brasil. Terá todas as chances em 2018 de provar que é o grande jogador que Tite apostava.
E o Vasco não terá de pagar o salário total do jogador. Em grave crise financeira, o clube poderá bancar R$ 200 mil dos R$ 320 mil. A diretoria corintiana aceitou. Andrés Sanchez verá pelo lado bom. Será feita, até dezembro de 2018, a economia de R$ 2,2 milhões. Carelli não via como utilizar Giovanni Augusto. Sentia que ele perdera algo importantíssimo para seguir no Corinthians: a confiança.
Mas o regulamento da Libertadores prevê que ele só poderá ser inscrito na fase de grupos. O Vasco ainda terá outra disputa eliminatória. Contra o Jorge Wilstermann ou Oriente Petrolero, ambos da Bolívia. Só se conseguir a vaga, Giovanni Augusto jogará a Libertadores.
Quanto ao dinheiro, ao jogador, aos clubes, não há dúvida.
Foi a vitória do bom senso.
E prova que o faro de Tite para grandes jogadores é excelente.
Mas também falha...
Corinthians seguirá pagando R$ 120 mil para jogador seguir no Vasco
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