Corinthians obrigado a aceitar González. Só assim vendeu Pedrinho
Benfica impôs. Para comprar o meia-atacante, o clube paulista tinha de levar o colombiano. O Corinthians não queria. Mas aceitou, por precisar de dinheiro
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Não houve jeito.
O Corinthians precisava de dinheiro.
E estava ofertando Pedrinho há dois anos.
Até que o Benfica, que há anos trabalha como se fosse um balcão de negócios, vendendo e comprando jogadores, se interessou pelo meia-atacante.
Andrés Sanchez foi para a Espanha, disfarçou, posou com seu amigo, o ex-atacante Ronaldo. E acabou em Lisboa, fazendo uma dura negociação com o time português e com Will Dantas, empresário de Pedrinho.
Andrés sonhava em conseguir 25 milhões de euros livres, R$ 115 milhões, com o jogador.
O Benfica respondeu com 20 milhões de euros, R$ 94 milhões.
O dirigente corintiano aceitou.
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A quantia até que o agradava.
E divulgou a conselheiros amigos.
Havia conseguido o que queria.
Só na teoria.
Só que não foi bem assim na realidade.
Primeiro, Will Dantas tem 30% dos direitos do atleta. E não abriu mão dos 6 milhões de euros, cerca de R$ 28 milhões.
E a direção do Benfica foi clara.
Era obrigatória a inclusão do colombiano Yony González.
Seguindo a tradição mercantilista do Benfica, o clube comprou o atacante que atuava por empréstimo no Fluminense, sem o treinador Bruno Lage pedir. Comprou para negociar.
A imprensa colombiana revelou que o jogador saiu do Junior Barranquilla por 2 milhões de euros, há um mês, cerca de R$ 9 milhões. Assinou contrato até 2024 com o clube português.
Mas não agradou em nada a Bruno Lage.
Daí a decisão do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira.
Bancaria 20 milhões de euros em Pedrinho. Desde que o Corinthians levasse Yony por empréstimo compulsório, de um ano. Com a obrigatoriedade de comprar o jogador por 3 milhões de euros, R$ 14 milhões, em janeiro de 2021.
A compra é obrigatória, desde que o clube paulista o utilize em 30 partidas.
Andrés não queria de jeito algum.
Mas não houve escapatória.
Tiago Nunes, que havia indicado Michael e Rony, se viu sem saída. Conversou com o presidente corintiano e teve de aceitar Yony.
Andrés apenas pediu que Pedrinho fosse para Lisboa apenas em julho. Luís Filipe Vieira aceitou. Até porque Bruno Lage não pediu Pedrinho e nem pensou o time com o brasileiro, neste início do ano.
Andrés conseguiu, a muito custo, R$ 66 milhões por Pedrinho.
Mas essa quantia pode cair para R$ 52 milhões, desde que o colombiano entre em 30 partidas.
Negócio enrolado, com certo gosto de frustração.
Mas o Corinthians não tinha escapatória.
Endividado ainda por conta do Itaquerão, se dispôs a negociar Pedrinho por uma quantia muito menor que a diretoria sonhava.
Mas foi a única proposta interessante que surgiu.
Apesar do talento promissor, os números de Pedrinho são modestos.
Meros 12 gols e 13 assistências em 137 jogos.
Pedrinho é promessa desde 2017, quando estreou, depois de ter sido o melhor jogador, e campeão, com o Corinthians da Copa São Paulo de Juniores.
Está na Seleção Brasileira que disputa vaga para a Olimpíada de Tóquio.
Por mais que vista a camisa dez, nunca teve o destaque no time de Jardine que se esperava.
O jogador esperava ir para um grande time europeu.
Mas terá de se contentar com o atual Benfica, especializado em comprar e vender atletas. Não mais o gigante de décadas passadas.
Quem está feliz com a transação é Yony González.
Ele deve chegar amanhã a São Paulo.
Vem como contrapeso obrigatório de Pedrinho.
Sua contratação dividiu a torcida.
Conselheiros e diretoria.
Ele é um atacante muito irregular.
Mas não houve jeito.
Se não fosse por ele, o Corinthians não teria garantido R$ 52 milhões por Pedrinho.
Mas Tiago Nunes tem bem clara a situação.
Só colocará o colombiano em campo 30 vezes, se merecer.
E muito.
Andrés não gostaria de deixar de receber 3 milhões de euros, R$ 14 milhões, por um jogador irregular, instável.
E que foi imposto ao Corinthians...
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