Corinthians despacha Luxa. Com medo de o Flamengo contratar Tite. Direção prioriza ex-treinador da Seleção. Cansou de vexames

São Paulo, Brasil

Dois motivos derrubaram Vanderlei Luxemburgo do Corinthians.

O primeiro, a covardia tática que ele estava impondo ao clube, ao ponto de virarem rotina as vaias ao time, os palavrões ao treinador. 

Em pleno estádio de Itaquera, como aconteceu nesta terça-feira (26), depois do empate contra o Fortaleza, na semifinal da Copa do Brasil, em 1 a 1. Com seu time tratando de segurar o resultado, em casa, em uma postura de equipe pequena.

Como aconteceu diversas vezes, desde que assumiu o clube, no dia 1º de maio. A contratação foi "de ocasião", já que Luxemburgo estava desempregado havia mais de um ano. Acabou sendo uma opção barata, conhecida e que desviaria o foco do "escândalo Cuca".

O treinador, de 71 anos, mostrou quanto estava desatualizado taticamente. Com ele, o Corinthians foi eliminado da fase de grupos da Libertadores, caiu na semifinal da Copa do Brasil, para o rival São Paulo. Colocou o time em décimo lugar no Brasileiro. 

E, diante da perspectiva de o Corinthians ser eliminado no Ceará, na próxima terça-feira (2), o presidente Duílio Monteiro Alves optou, junto de seu mentor, Andrés Sanchez, pela demissão sumária e rápida, nesta quarta (27).

O segundo motivo está justamente no clube de coração de Luxemburgo: o Flamengo.

A direção do clube carioca começou a negociar com Tite, treinador que o grupo dominante no parque São Jorge quer no Corinthians em 2024.

Ao perceber a perda de tempo com Luxemburgo, que não ficaria de jeito algum no próximo ano, além do fraquíssimo trabalho tático, o desafio ao método científico com que os atletas são tratados pelo gerente de performance, o fisioterapeuta Bruno Mazziotti, foi suicídio para Vanderlei.

Ainda mais envolvendo o maior jogador do elenco, Renato Augusto.

O atleta, de 35 anos, com um passado complicadíssimo de lesões, estava sendo usado de maneira desesperada por Vanderlei.

Como ontem, que andou em campo, nos últimos 25 minutos do intenso jogo contra o Fortaleza.

Luxemburgo, que ficou surpreso com o convite do Corinthians, tinha como mérito sua personalidade forte. A passividade diante da saída de jogadores. O lançamento de garotos. 

A direção do Corinthians foi ficando revoltada pela maneira com que armava seus times. Colocando uma equipe acovardada taticamente. Principalmente fora de Itaquera. Como contra o Estudiantes de La Plata, quando o time tomou 30 arremates a gol. E seis bolas nas traves de Cássio. E, mesmo assim, se classificou para a semifinal da Sul-Americana, competição que ele mesmo desprezava.

Suas coletivas estavam cada vez mais patéticas.

Com o treinador fugindo da realidade. Falando sobre um Corinthians dominador, jogando bem. Situações irreais. E que os jornalistas passaram a ironizar. O vexame estava cada vez mais incontrolável.

A direção percebeu que estava perdendo tempo.

E que o planejamento de ter Tite correria sério risco. Bastaria o Flamengo demitir Jorge Sampaoli e oferecer um projeto de dois ou três anos, a partir do próximo ano.

O técnico jurou que não trabalharia em um clube brasileiro em 2023, de jeito algum, depois da perda da segunda Copa do Mundo consecutiva.

E, alegando ética, ele não acertaria com um clube com treinador contratado.

Daí a dispensa a jato de Luxemburgo.

A atual direção prioriza Tite, porque tem certeza que, com ele, a eleição no clube estará ganha. Tamanha a aceitação do treinador pelos conselheiros, pelos sócios.

Enquanto isso, Vanderlei volta a ficar largado.

Na fila do desemprego, aos 71 anos.

É a 15ª demissão seguida na carreira.