Convencido que não há manipulação, e que Botafogo será campeão, Textor busca paz com Leila e com o Palmeiras. E travar o fair play financeiro
Ao contrário de 2023, o norte-americano se convence que não há manipulação no Brasileiro, que o Botafogo tem tudo para conquistar. Acena, nos bastidores, para paz com a presidente do Palmeiras, Leila Pereira. Quer seu apoio para não vigorar o fair play financeiro
Cosme Rímoli|Do R7
Os sentimentos de John Textor vão muito além da euforia.
‘Engraxar’ a chuteira de Júnior Santos foi demonstração de alegria momentânea.
Afinal, o Botafogo havia acabado de ‘massacrar’ o Vasco, ontem, no Nilton Santos.
3 a 0 foi até um placar modesto no clássico.
O clube é líder absoluto do Brasileiro e abriu vantagem inédita diante do Palmeiras.
São seis pontos.
Faltando seis rodadas para o campeonato acabar.
Além disso, o Botafogo decidirá, como favorito, a Libertadores, diante do Atlético Mineiro.
O momento é de euforia de Textor, contrastando com a forte suspeita de manipulação dos torneios disputados no Brasil que tinha em 2023, quando seu clube deixou escapar o título, para o Palmeiras, depois de abrir 14 pontos de vantagem na liderança.
A desconfiança acabou até em Comissão Parlamentar de Inquérito, em Brasília, que não descobriu esquema algum.
As ‘provas’ levadas por Textor, análise por Inteligência Artificial, de juízes e jogadores, que seriam em benefício do Palmeiras, se mostraram completamente inconclusivas, rasas. Foram desconsideradas.
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, teve uma reação irritadíssima.
A troca de ofensas foi pública.
Com promessas de processos dos dois lados.
Só que a fúria arrefeceu.
Os dirigentes perceberam que ‘estão do mesmo lado’.
Em agosto deste ano, quando os dois clubes disputaram uma vaga nas quartas da Libertadores, a reaproximação, que era nos bastidores, se tornou material.
Leila Pereira ganhou uma camisa do Botafogo, da direção do clube carioca.
A mando de John Textor.
Em compensação, ela deu duas do Palmeiras, em pleno Allianz Parque.
Desde então, a dirigente e o norte-americano seguem falando a ‘mesma língua’.
Mesmo sem dialogarem diretamente.
Ou seja, não aceitam o fair play financeiro, que alguns clubes buscam impor no futebol brasileiro.
Um limite de gastos no futebol.
Ambos vão pelo mesmo caminho no contragolpe.
Exigem, que se tal medida passar, querem também que só possam contratar equipes sem dívidas.
O que tem ceifado, na raiz, a pressão pela limitação de gastos.
Botafogo e Palmeiras são dois clubes com maior potencial financeiro do Brasil.
Os outros são Flamengo e Atlético Mineiro.
Textor e Leila juntos são muito fortes.
E, importante, com a certeza por parte do norte-americano, que não há manipulação de resultados, a guerra vai cessar de vez.
Por isso que a conquista cada vez mais certa do título brasileiro ao Botafogo acaba tendo efeito colateral favorável para clube paulista.
Lógico que a direção palmeirense ainda sonha, deseja. Vai lutar até o fim pelo tricampeonato nacional.
Mas se a conquista escapar para o Botafogo, agora, em 2024, terá consequências favoráveis.
Textor será um grande aliado ao Palmeiras, ao lado das direções do Flamengo e Atlético Mineiro.
E nada de fair play financeiro neste país.
Ainda vai imperar o capitalismo selvagem em 2025.
O clube que tiver mais dinheiro que compre quantos jogadores quiser.
Como querem Textor e Leila Pereira, dois ex-inimigos...
(Os dois clubes não assumirão publicamente a reconciliação.
Disputam um título.
Leila ainda segue irritada com tudo o que ouviu de Textor, sobre a conquista do Palmeiras, em 2023.
Segue desejosa de uma retratação.
Defende sua imagem, prometendo que iria até fim no processo contra o ‘dono’ do Botafogo.
Mas sabe qual é a prioridade do clube que preside.
E que está com as finanças equilibradas.
Evitar a limitação de gastos em contratações, é mais importante...)
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