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Com calça da Under Armour, Ceni escancara crise entre São Paulo e Adidas. Clube recebe muito menos que Corinthians e Palmeiras

Um simples gesto. O treinador, com 32 anos de profissionalismo, colocou a calça de uma concorrente da Adidas, marca esportiva que patrocina o São Paulo. E trouxe à tona a complicada relação entre o São Paulo e a marca alemã

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Rogério Ceni
Rogério Ceni Rogério Ceni

São Paulo, Brasil

A versão de engano pode aparecer.

Mas o que Rogério Ceni decidiu fazer ontem foi inconcebível.

Ainda mais com uma carreira de 32 anos como profissional de futebol. 

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25 anos dentro do campo, como goleiro.

E sete como treinador.

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Ele sempre foi muito consciente dos seus atos.

O maior ídolo da história do São Paulo ir treinar o time em Caxias, contra o Juventude, com transmissão pela tevê, vestia o agasalho da Adidas, patrocinador que banca R$ 15 milhões por ano e mais 26% dos royalties da venda ao público do material esportivo ligado ao clube.

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Só que a calça era da Under Armour, com o logotipo da marca escancarado sobre a coxa esquerda do treinador.

Perguntado sobre o motivo que ele decidiu usar a peça de marca concorrente à da Adidas, deu uma resposta estranha.

E disse que era porque cabia no seu corpo.

O modelo de calça que usou era de 2017.

Ele pode ter não notado as consequências do seu gesto.

Inacreditável é como ninguém da cúpula do São Paulo o alertou para trocar a calça.

Terceira camisa do São Paulo não foi usada pelo time. Por 'problemas burocráticos' do clube
Terceira camisa do São Paulo não foi usada pelo time. Por 'problemas burocráticos' do clube Terceira camisa do São Paulo não foi usada pelo time. Por 'problemas burocráticos' do clube

Foram noventa minutos de exposição de um concorrente da empresa que patrocina o clube.

O contrato entre a Adidas e São Paulo vai até dezembro de 2023.

Há tempos, desde o inseguro comando do presidente Leco o relacionamento entre a empresa e o clube é conturbado. Se questionou já tudo. Desde os valores até a negativa do clube em fazer o time usar a terceira camisa aprovada em setembro de 2021. Além de o São Paulo se negar a lançar uma camisa preta com detalhes brancos, como protesto contra o racismo.

O descontentamento nunca foi secreto.

O incômodo maior é o dinheiro.

A diretoria convive com uma dívida de mais de R$ 700 milhões. E sabe que rivais da capital paulista estão ganhando muito mais com materiais esportivos.

O Corinthians tem contrato com a Nike que garante R$ 30 milhões por ano.

O Palmeiras recebe R$ 22,5 milhões da Puma.

A queixa da direção de Julio Casares está no contrato longevo de Leco com a Adidas. Em 2018, o São Paulo já precisava de dinheiro e assinou por cinco anos com a marca alemã. Por um valor que hoje os comandantes do São Paulo acreditam ser baixo.

Raí e Ricardo Rocha celebraram o contrato de cinco anos da Adidas com o São Paulo, em 2018
Raí e Ricardo Rocha celebraram o contrato de cinco anos da Adidas com o São Paulo, em 2018 Raí e Ricardo Rocha celebraram o contrato de cinco anos da Adidas com o São Paulo, em 2018

Rogério Ceni é o grande personagem trabalhando no São Paulo hoje.

Nem se o presidente Julio Casares colocasse uma calça da Under Armour chamaria tanta a atenção.

A situação bizarra beira o amadorismo puro.

A Adidas não se pronuncia publicamente sobre o que fez o treinador.

Quando um clube assina contrato com qualquer empresa de material esportivo se compromete a que seus jogadores e membros de Comissão Técnica usem apenas aquela marca. 

A quebra de contrato ficou evidente ontem.

A retaliação pode ser jurídica, com multa.

Há quem acredite que o rompimento seria o sonho do São Paulo, para negociar com outras empresa um contrato maior.

Só que a Adidas está longe de ser amadora.

Confeccionar uma calça que caiba em Ceni não deve ser difícil para a marca alemã.

Seus contratos têm multas altíssimas, já é uma tradição.

O São Paulo não se posicionou sobre a situação.

O estrago na relação, que já era ruim, está feito...

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