Com antigo patrocínio sendo investigado pela polícia, Corinthians consegue R$ 309 milhões de outra casa de apostas. E ‘quer’ Firmino

“Sem intermediários”, jura o presidente Augusto Melo.

Assim o Corinthians apresentou ontem seu novo patrocinador máster.

O clube receberá, em três anos, R$ 309 milhões, da casa de apostas Esportes da Sorte.

Pouco importa que a Polícia Civil segue interrogando testemunhas, investigando o patrocínio da empresa Vai de Bet, que deveria render R$ 320 milhões pelo mesmo período ao clube.

A investigação está no seu período mais importante, para a conclusão de quem usou o nome de Edna Oliveira dos Santos, uma humilde moradora de uma casa de tijolos, em Peruíbe, como sócia da empresa Neoway, que recebe mais de R$ 900 mil pela intermediação entre Corinthians e Vai de Bet.

Edna é muito pobre e sobrevive graças ao Auxílio Brasil.

Seu nome foi usado, por isso a expressão ‘laranja’.

Esses mais de R$ 900 mil foram repassados pela empresa Rede Social Media Design Ltda, que intermediou a transação entre o clube e a casa de apostas.

A Vai de Bet usou a cláusula alusiva à corrupção para cancelar o contrato.

O Corinthians não teve o que fazer, a não ser aceitar.

Cinco membros da direção corintiana abandonaram seus cargos, devido ao escândalo.

Enquanto a Polícia Civil ainda trabalha no caso, Augusto Melo seguiu no mercado, trabalhando de maneira desesperada, para conseguir outro patrocinador.

Seria a maneira, como adiantou a conselheiros que o apoiam, para ‘cair no esquecimento’ o contrato com a Vai de Bet.

E foi assim que fechou contrato com a Esportes da Sorte.

Augusto Melo garante que não há intermediários.

O acordo foi fechado diretamente entre a direção do clube e a empresa.

Serão, teoricamente, R$ 103 milhões a cada ano.

Membros da diretoria asseguraram que parte desse dinheiro terá de ser envolvida em contratações.

E Melo busca um atleta midiático.

Depois que Ramón Díaz vetou Mario Balotelli, o alvo ‘vazado’, pelos próprios dirigentes, seria Roberto Firmino.

O jogador de 32 anos atua no Al-Ahli.

E se diz apaixonado pelo Corinthians, há anos.

Só que seu salário na Arábia Saudita é nada menos do que R$ 9 milhões mensais.

Irreal para o futebol brasileiro.

O jogador tem contrato até o final de 2026.

O interesse ‘vazado’ em Firmino tem tudo para ser um balão de ensaio, para desviar o foco.

Diminuir a pressão.

Róger Guedes, que atua no Al-Rayyan, do Catar, foi ‘sondado’ no mês passado.

Só que ele não abre mão dos salários de R$ 5,2 milhões mensais.

Também inviável.

O clube segue a quatro pontos da zona do rebaixamento.

Jogando futebol instável.

Não perdeu ontem para o Grêmio, em Itaquera, graças a um erro absurdo de arbitragem.

O empate em 2 a 2 manteve o clube na 15ª colocação no Brasileiro.

Mas pelo menos tem garantido R$ 309 milhões nos próximos três anos.

Se não surgir nenhum outro escândalo policial no caminho...