CBF assume: o lugar de técnico é mesmo de Ancelotti. E admite a dependência. Quer Neymar de volta em setembro
A desorganização tática e a falta de personalidade do time deixaram claro para o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. A hora é de Ancelotti. E também articular o retorno de Neymar. A dependência continua
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Dois efeitos imediatos após a primeira derrota da seleção na história para Marrocos.
A falta de personalidade e atitude se juntou à bagunça tática, à falta de rumo do Brasil, ontem, em Tânger.
E as respostas vieram da CBF.
A primeira, assumida.
Até que enfim o presidente Ednaldo Rodrigues assumiu o óbvio.
Carlo Ancelotti é mesmo o maior alvo para substituir Tite no comando da seleção.
E a segunda, de bastidores, a direção quer Neymar desde o início das Eliminatórias, em setembro, quando o novo treinador fará sua primeira partida oficial com a seleção.
Ficou claro para Ednaldo, desde a concentração até o jogo, que os atletas procuram pela referência de Neymar. Por mais que tenha personalidade, Casemiro não conseguiu motivar, cobrar os convocados.
A maior estrela do futebol brasileiro atual ainda continua imprescindível, na visão da cúpula da CBF.
O acaso ajudou, e o período de descanso que ele tanto queria, depois do fracasso da seleção na Copa do Mundo do Catar, veio. Até por causa da operação nos ligamentos do tornozelo direito.
Ednaldo acredita que, depois de nove meses longe, Neymar estará mais do que disposto para jogar com a camisa 10 do Brasil.
Quanto a Ancelotti, a resposta foi direto para a agência Reuters, em Tânger.
"Ancelotti é unanimemente respeitado entre os jogadores. Não apenas Ronaldo Fenômeno ou Vinicius Júnior, mas todos os que jogaram sob o seu comando. Eu o admiro muito pela honestidade na forma como trabalha e pela constância do seu trabalho. Não precisa de apresentações. É mesmo um treinador top, que tem várias conquistas, e esperamos que possa ter ainda mais", assumiu.
"Ancelotti não é apenas o favorito dos jogadores, mas também dos torcedores. Em todos os lugares que vou no Brasil, em todos os estádios, ele é o primeiro nome que os torcedores me perguntam.
"Eles falam dele de forma muito carinhosa, em reconhecimento a um trabalho exemplar que tem feito em sua carreira. Vamos ter fé em Deus, esperar o momento oportuno e vamos ver se conseguimos na busca do novo técnico da seleção brasileira."
O "momento oportuno" está sendo criado.
Frank Trimboli, procurador de Ancelotti, veio ao Brasil no início do ano. De férias. Mas aproveitou para sondar como seria a receptividade ao italiano como treinador. Saiu convencido de que a imprensa e os torcedores o querem, apostando em situação diferente, depois dos seis anos sem rumo de Tite.
Ednaldo, que já deixou escapar que iria anunciar o novo nome em janeiro, depois em março, agora acena com maio. Mas pode esperar até junho ou julho.
Ele depende da caminhada do Real Madrid na Champions.
Se houver a eliminação e o Barcelona confirmar o título espanhol, tudo pode ser antecipado.
Em relação a Neymar, os indícios são de que ele deseja mesmo jogar a Copa dos Estados Unidos.
Esteja ou não no PSG...
Entenda porque a CBF está obcecada por Carlo Ancelotti para assumir a seleção brasileira
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