Apesar das derrotas, Cássio e os veteranos do Corinthians querem que Mano fique para 2024. Até para continuarem empregados
Apesar dos resultados frustrantes, Cássio e os veteranos do Corinthians defendem a permanência do treinador na próxima temporada. Pelo trabalho mais moderno e pela garantia de que manterá o grupo em 2024
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Os conselheiros da oposição no Corinthians, que dão seu apoio a Augusto Melo, na eleição daqui a 19 dias, têm feito barulho nos corredores do Parque São Jorge.
Defendem com todas as forças a saída de Mano Menezes. Treinador considerado "retranqueiro", sem coragem de apostar na base e vivendo seu pior momento na carreira.
A cada derrota, a pressão para que o novo presidente contrate um técnico estrangeiro, com perfil competitivo, como Marcelo Gallardo, duas vezes campeão da Libertadores, só aumenta.
O fracasso de ontem, diante do Bragantino, abriu brecha para mais críticas pesadas ao treinador.
O contrato firmado por Duilio com Mano, até dezembro de 2025, é encarado por Melo como um 'absurdo'.
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Mesmo André Negão, candidato da situação, não se empolga com o trabalho do técnico.
No Corinthians, política e futebol são muito ligados.
Os jogadores sabem que a posição de Mano Menezes não é nada confortável. Ele foi contratado por Duilio Monteiro Alves para dar um "choque de realidade" ao elenco, que disputaria a semifinal da Copa Sul-Americana com o Fortaleza. Foi inútil.
E também livrar de vez o clube da ameaça do rebaixamento.
Não é o que ele ainda conseguiu.
Capitão e jogador mais respeitado do elenco, Cássio tratou ainda ontem, na zona mista, em Bragança Paulista, de antecipar a situação. Mas ele não está sozinho. Fagner, Renato Augusto, Gil e Fábio Santos também defendem a permanência do técnico.
Cássio foi quem se expôs, decidiu dar um recado público de que será um erro a demissão do técnico. Seja a situação ou a oposição a vencedora da eleição presidencial.
Fernando Lázaro, Cuca e Vanderlei Luxemburgo foram responsáveis pela fraquíssima estrutura tática do time.
E a direção, afogada em dívidas, pelas vendas de atletas importantes, como Róger Guedes.
Cássio falou pelo grupo de atletas, cansados dos erros dos dirigentes.
Mano, ao contrário de Luxemburgo, tem convencido os jogadores de que, pelo menos, tem conseguido organizar o time. Equilibrá-lo. Embora ceda muitas vezes à tentação da covardia tática, que não combina com a história, a tradição do Corinthians, o time sabe contragolpear, preencher, por momentos, a intermediária adversária.
Cássio e os jogadores mais velhos do elenco temem que Mano Menezes fique abalado ao saber que não seguirá comandando o time em 2024. Porque ainda restam seis partidas para definir o que será do clube na próxima temporada.
"De nove partidas [com Mano], ficamos seis sem perder. Jogamos partidas em casa que precisávamos da vitória e não conseguimos. Hoje [contra o Bragantino] foi uma derrota, mas, se for ver os resultados fora de casa, temos melhorado. Lógico que você tem sempre que almejar ganhar dentro e fora de casa, mas eu vejo que o Mano é o caminho, não adianta.
"Às vezes fica três ou quatro jogos [sem ganhar], mas precisa é de tempo para trabalho. É ruim que o Mano pegou agora no fim do ano para trabalhar a equipe, e isso não é simples."
O clube tem Atlético Mineiro, Bahia e Internacional em Itaquera. E Grêmio, Vasco e Coritiba fora.
O Corinthians está a cinco pontos da zona do rebaixamento. Se o Vasco vencer hoje o Botafogo, ficará a apenas três pontos.
Ou seja, a situação é muito desconfortável.
Com a proximidade das eleições, os conselheiros estão cada vez mais revoltados com a atual administração. Mesmo os que apoiam Duilio.
O clube completará um ciclo de três anos sem conquistas e muita pressão, desgaste, dívidas prorrogadas, não pagas.
E coleção de fracassos em campo.
Tudo o que os veteranos querem é que Mano Menezes saiba que vá continuar em 2024.
Não seja "traído" como Fernando Lázaro e Luxemburgo, que acreditavam que seguiriam trabalhando e foram demitidos.
Se Mano ficar, os veteranos esperam uma recompensa.
Que ele enfrente a pressão pela profunda reformulação do elenco.
E mantenha o emprego desses atletas "trintões"...
Mandato sem títulos, polêmicas e rivais campeões: o melancólico fim da era Duílio no Corinthians
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