Ary Borges se aproveitou da péssima postura da defesa panamenha. Marcou três na goleada brasileira
FifaWWCSão Paulo, Brasil
Em ritmo de treino, a seleção de Pia Sundhage goleou o fraquíssimo Panamá, na estreia do Brasil da Copa do Mundo da Austrália.
A volante Ary Borges, com total liberdade, marcou três gols.
E ainda deu uma belíssima assistência.
A atacante Bia Zaneratto fez o outro.
Em jogadas idênticas, nas costas da ingênua zaga da equipe da América Central.
Com direito à estrela Marta acompanhar o massacre do banco de reservas até os 29 minutos do segundo tempo.
E, logo na primeira rodada, o time assume a liderança do grupo F, depois do tropeço da França, que só empatou em 0 a 0 com a Jamaica.
O placar de 4 a 0 demonstra a diferença entre jogadoras importantes, com atletas atuando inclusive na Europa e Estados Unidos, contra um adversário que só disputa sua primeira Copa do Mundo pelo inchaço da competição, com a Fifa forçando 32 equipes.
O Brasil chegou a ter 79% de posse de bola. Com direito a 34 chutes a gol contra seis.
Nos amistosos preparatórios para o Mundial, o Panamá perdeu por 5 a 0 do Japão. E 7 a 0 diante da Espanha. A infraestrutura é péssima. Assim como a remuneração das atletas. O futebol panamenho é perto do amador. A diferença diante do brasileiro é gritante.
Mas Pia e suas atletas tinham de cumprir sua obrigação.
Vencer e tentar fazer o máximo de gols, para eventual desempate na briga pela primeira colocação do grupo.
Ary Borges entendeu a péssima movimentação da fraca zaga panamenha. Fez seus três gols
Thais Magalhães/CBF - 24/07/2023Ciente da fragilidade panamenha, o técnico mexicano Nacho Quintana fez o óbvio. Montou sua equipe em uma retranca. 5-4-1. Só que, mal treinadas, suas atletas davam muito espaço às brasileiras, que optaram por um tradicional 4-4-2.
O erro de Pia era a insistência em centralizar o jogo, onde estavam organizadas como uma equipe de pebolim.
Quando, finalmente, o Brasil passou a usar as laterais, principalmente, com Debinha na esquerda, ficou escancarado o amadorismo das zagueiras panamenhas, que só olhavam para a bola e não nas jogadoras de Pia. Erro bizarro no profissionalismo.
Foi assim que Tamires serviu para Debinha, que cruzou para Ary Borges esperar a bola encobrir a zaga e cabecear para a rede, aos 18 minutos.
Só uma equipe muito mal treinada para tomar dois gols da mesma maneira.
Era o caso do Panamá.
Marta entrou apenas aos 29 minutos do segundo tempo. Para ganhar ritmo
Thais Magalhães/CBF - 24.07.2023Aos 37 minutos, o replay. Debinha cruzou, Ary Borges, por trás da zaga, cabeceou, a goleira Bailay defendeu, mas a bola sobrou livre para Ary Borges marcar. 2 a 0.
Logo aos 2 minutos, o Brasil chegou ao terceiro gol.
Foi o mais bonito deles.
E nasceu onde?
Do lado esquerdo do ataque brasileiro.
Tamires e Debinha tabelaram. A bola chegou para quem, do outro lado da zaga? Para Ary Borges. Ela poderia marcar, mas ajeitou para Bia Zaneratto estufar a rede do fraco Panamá. 3 a 0.
O Brasil era muito melhor taticamente, tecnicamente e fisicamente.
Se houvesse mais capricho nas finalizações, o massacre seria maior.
E de que maneira?
Com Geise, que havia entrado no lugar de Debinha, cruzando da esquerda.
Para a cabeçada de quem, que entrou novamente livre por trás da zaga?
Sim, Ary Borges.
Ela marcou seu terceiro gol.
O famoso hat-trick.
4 a 0, aos 24 minutos.
Se Pia não a tivesse substituído, aos 29 minutos, para a entrada de Marta, o Brasil poderia ter feito mais gols. A versátil meio-campo do norte-americano Racing Louisville era a atleta da seleção que melhor entendeu a péssima movimentação da zaga panamenha.
Com a goleada definida, o Brasil diminuiu o ritmo.
A goleada serviu para dar confiança para a decisiva partida no grupo F. Sábado, contra a França
Thais Magalhães/CBF - 02.07.2023Se poupou para a partida importante contra a França, onde não terá todas as facilidades de hoje.
E será o jogo que poderá definir a primeira colocação do grupo F.
Quem for o líder deverá ganhar como prêmio escapar da Alemanha nas oitavas.
O Brasil cumpriu bem sua estreia na Copa do Mundo.
Goleou o fraco Panamá.
E ganhou confiança pelo que virá pela frente...
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