Brasil encurralado pela Argentina. Vexame. Deu saudade do Flamengo
O time de Messi merecia ter goleado na Arábia. Tite havia prometido uma 'reinvenção' da Seleção. O futebol burocrático foi o mesmo. Vergonhoso
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Monótona, burocrática.
Sem imaginação ou ousadia.
Medrosa.
Perdida.
A seleção brasileira foi o retrato da atual fase de Tite.
E uma merecida derrota para a Argentina, na Arábia Saudita.
1 a 0, gol de Messi.
A única chance real do Brasil foi um pênalti cobrado por Gabriel Jesus para fora.
O time argentino foi muito melhor, envolveu, teve muito mais intensidade, modernidade, criou chances para marcar mais gols. O resultado foi injusto. Se não fosse Alisson, o vexame seria maior.
Além da derrota, o time de Messi levou a taça do 'superclássico'.
Agora, são cinco partidas sem vitórias do Brasil. Empate com a Colômbia em 2 a 2, derrota para o Peru 1 a 0, empates em 1 a 1 com Senegal e Nigéria, e, hoje, perdeu novamente.
Há sete anos, o país pentacampeão do mundo não passava por esse jejum, na saída de Mano e chegada de Felipão. Um só treinador foi Falcão, em 1991, com sete jogos sem um triunfo.
O pior é que Tite havia prometido ontem. Havia chegado a hora da seleção 'se reinventar'.
Mas ficou apenas na promessa.
O futebol foi vergonhoso.
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Deu muita saudade do Flamengo de Jorge Jesus.
O Brasil quando tinha a posse de bola tocava lateralmente, sem nenhuma penetração. Futebol digno de sono.
A 'revolução' prometida foi ridícula.
A entrada de Paquetá no lugar de Philippe Coutinho e de Éder Militão no de Marquinhos. A forma de o Brasil atuar foi exatamente a mesma desde a conquista da Copa América, 4-3-3.
Com erros graves de Tite.
Como não perceber que o time estava 'penso', apenas atacando por um lado. E com Willian improvado no lado onde ele não atua no Chelsea. Pela esquerda.
Gabriel Jesus deveria jogar aberto pela direita, mas Tite o fez encostar em Roberto Firmino. Os dois pelo centro. O lateral Danilo não tinha coragem para atacar. Ou seja, a seleção só tinha um lado para buscar o ataque.
Casemiro e Arthur mostraram a velha burocracia na saída de bola. Lenta, insegura. Ajudando a seleção argentina de Lionel Scaloni a se posicionar sem a bola.
Lucas Paquetá se omitiu do jogo. Parado, aceitou passivamente a marcação.
E a partida começou favorável ao Brasil.
Com os times ainda se posicionando, Roberto Firmino roubou bola de Foyth. O passe chegou em Gabriel Jesus, que driblou Pezzella e foi derrubado. Pênalti.
A falta de pulso de Tite foi impressionante.
Apesar de Gabriel Jesus ter perdido dois dos três pênaltis que cobrou pela seleção, lá foi ele. E o atacante do Manchester City provou ser o homem errado. Cobrou para fora, à esquerda de Andrada.
Eram nove minutos do primeito tempo.
O Brasil se abateu com a chance jogada fora.
E, para piorar, Alex Sandro derrubou infantilmente Messi. Pênalti. O meia cobrou, Alisson espalmou, mas o melhor do mundo pegou o rebote e fez o gol.
Argentina 1 a 0, aos 12 minutos.
Foi quando o técnico Scaloni percebeu que suas duas linhas de marcação seriam suficientes para travar o impotente time de Tite.
Inaceitável a falta de repertório da equipe brasileira.
O jogo seguiu com a seleção com domínio de bola, mas sem levar perigo ao gol argentino. Equipe afobada, tensa, com setores distantes. Não havia a mínima objetividade.
Os argentinos eram muito mais efetivos quando retomavam a bola. Principalmente Messi, que deu quatro arremates a gol no primeiro tempo.
O único jogador a tentar dribles foi Willian, que acabou sendo travado, quando Scaloni redobrou a marcação no jogador aberto à esquerda.
Ficou muito claro que o problema brasileiro é a transição do meio de campo para o ataque. A omissão de Paquetá se encontrou com a falta de visão ofensiva de Casemiro e Arthur.
Roberto Firmino e Gabriel Jesus confusos, com um tirando o espaço do outro. Além dos laterais medrosos. Danilo e Alex Sandro travados na defesa, por Tite.
A Argentina explorava muito bem os contragolpes. Messi teve liberdade para suas arrancadas. Ele ainda segue com companheiros muito abaixo do talento que possui.
No segundo tempo, Tite outra vez foi decepcionante.
Trocou Arthur por Fabinho e Alex Sandro por Renan Lodi.
Volante por volante e lateral por lateral.
A esperada entrada de Rodrygo só aconteceu aos 25 minutos, quando a Argentina tinha o domínio total do jogo. Ao lado dele, entrou Richarlison. Saíram Gabriel Jesus e Willian.
Não mudou nada.
Pelo contrário, a Argentina seguiu muito melhor.
Alisson fez pelo menos três grandes defesas.
O Brasil mereceu a derrota.
Mais do que isso, segue burocrático, confuso.
Não faria mal Tite assistir mais aos jogos do Flamengo.
Perceber ser possível atacar.
Ter criatividade, atitude, toque de bola objetivo.
O time de um português representa o futebol deste país.
Não esta atual seleção insegura, sem rumo...
Veja as melhores fotos do amistoso entre Brasil e Argentina
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