Bolsonaro e pressão da mídia funcionam. Robson ficará 'só' três anos preso
Motorista do volante Fernando, preso, na Rússia, por levar remédios, foi julgado. Poderia pegar 25 anos. Comemora condenação de 'apenas' três
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
A situação segue surreal.
Um inocente acaba de ser condenado a três anos de prisão, na Rússia.
E comemora.
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Porque poderia ficar entre 12 e 25 anos preso por um crime que todos sabem que não cometeu.
Sua alegria tem muito a ver com o pedido do presidente Jair Bolsonaro, clamando pela justiça a Robson Nascimento de Oliveira. Ele está preso na Rússia desde 2019.
O blog explicou a absurda história em setembro, quando o julgamento aconteceria e Robson poderia ficar 25 anos em uma cadeia rússa.
"O volante Fernando, ex-Grêmio, jogava no Spartak Moscou e tinha dois funcionários fixos.
A cozinheira Simone Barros.
E seu marido Robson Oliveira, que foi trabalhar como motorista.
Ele é o personagem principal desta injustiça revoltante.
O sogro do jogador William Pereira de Faria sofre de dores constantes na coluna. Estava na Rússia, em fevereiro de 2019.
O motorista Robson estava no Rio de Janeiro. E ao embarcar para Moscou, um funcionário de Fernando deu uma mala fechada para ele levar para Willian. Nela estavam duas caixas do remédio Mytedom 10mg ou cloridrato de metadona).
Aí é que está a confusão.
A metadona é usada em alguns países, como o Brasil, para aliviar dores crônicas. Tem o efeito da morfina. Mas em outros países como a Rússia, a substância é considerada narcótico, para quem tenta se livrar do vício em ópio ou heroína.
Mal desembarcou em Moscou, Robson foi preso.
A acusação, tentativa de tráfico.
Poderia pegar até 25 anos de prisão.
Robson não fala russo."
"Ele é inocente, não teve culpa de nada. Só levou o medicamento que meu sogro pediu", repetiu inúmeras vezes Fernando.
O foi contratado pelo Beijing Sinobo Guoan, na China. Deixou a Rússia. E pelo menos seguiu pagando advogado para Robson.
Houve uma comoção generalizada.
Ela chegou até os políticos.
Jair Bolsonaro escreveu uma carta que foi levada pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS) e pela embaixadora Márcia Donner Abriu. Nela, pede perdão ao brasileiro por desconhecimento das leis russas.
"Mandamos uma carta endereçada ao senhor Vladimir Putin tratando desse assunto aí.
"Realmente, a gente imagina que uma pessoa está sofrendo por uma coisa que ele fez de boa-fé e jamais poderia imaginar que aquele medicamento, que ele estava levando para uma pessoa lá, no caso o sogro do jogador Fernando, era proibido", confirmou o presidente.
O julgamento foi ontem.
E a expectativa era ruim. A promotoria insistia na pena de 12 anos ao brasileiro.
Conseguiu três.
Como ele já cumpriu revoltante um ano e nove meses de injusta detenção, resta um ano e três meses, que a defesa quer que seja cumprida no Brasil.
A promotoria promete recorrer, exigir novo julgamento.
Robson acabou sendo considerado por contrabando e tentativa de tráfico de drogas.
Esperava julgamento há um ano e nove meses em Unidade Penal de Kashira, há 110 km de Moscou.
Mesmo se não consiga a transferência para o Brasil, ele poderá ao menos deixar a cadeia daqui oito meses. Por já ter cumprido três quartos da pena.
Diante de tanta injustiça, o julgamento na Rússia, por mais estranho que possa parecer, é uma vitória.
A legislação da Rússia, país totalitário, possibilitaria 25 anos de cadeia.
A interferência da imprensa brasileira.
E do presidente Bolsonaro foram fundamentais para amenizar o terrível drama.
Três anos de prisão de um inocente é 'menos pior'.
Mas segue sendo aviltante.
Robson pagou o preço por carregar remédios para seus patrões.
E perderá três anos de sua vida...
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