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Cosme Rímoli - Blogs
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Até Neymar ironizou troca de Vinicius Júnior por Savinho. Dorival perdido, na vexatória estreia do Brasil. 0 a 0 contra a fraca Costa Rica

“Houve coisas muito positivas”, disse o treinador após a vergonhosa estreia na Copa América. Técnico se deixou dominar pelo nervosismo. Primeiro, deixou Endrick no banco até os 25 do segundo tempo. Depois, trocou Vinicius Junior por Savinho. Manteve dois volantes diante da Costa Rica, que não atacava. Estreia péssima da Seleção

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A feição de Neymar, que assistia à partida, resume o jogo constrangedor do Brasil

Nos camarotes do impressionante Sofi Stadium, em Los Angeles, Neymar não se contém.

Mesmo sabendo que está sendo filmado por inúmeras tevês, ele abre os braços.

E pergunta, irônico, a um amigo que está ao seu lado.

“Vini? Vai sair o Vini?”

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A cena rapidamente viraliza, ganha o mundo.

O jogador mais importante do Brasil não esconde a surpresa, a decepção com a decisão de Dorival Júnior.

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O treinador tira, aos 25 minutos do segundo tempo, aquele que deve ser escolhido como o melhor do mundo, em 2024.

E coloca no seu lugar Savinho.

Abriu mão do mais talentoso atleta da Seleção, que seria capaz de decidir a partida contra a Costa Rica em um drible, uma arrancada, um passe inesperado.

Dorival já tinha errado feio ao deixar Endrick como reserva.

Mantido João Gomes e Bruno Guimarães, dois volantes de marcação, contra o frágil adversário que não atacava.

Desta vez, Neymar estava certo.

E o Brasil foi a enorme decepção na primeira rodada da Copa América.

Resultado histórico para a série de vexames que a Seleção coleciona nas duas últimas décadas.

0 a 0 contra a Costa Rica.

Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Dorival Júnior mostrava o mesmo nervosismo após a partida, que mostrou durante o jogo.

Com escolhas péssimas, inexplicáveis, que facilitaram o trabalho dos costarriquenhos.

“Eu acredito que o jogo, dentro de um contexto, foi um jogo bem disputado. Nós tivemos a maior parte do tempo com troca de passes. Perspectivas pelos lados, por dentro, jogamos com aproximação, criamos boas oportunidades.

“Não fomos felizes nas finalizações, concordo.

“Mas, de um modo geral, eu acho que nós apresentamos coisas bem positivas.

“Hoje em dia serão assim, nós temos naturalmente que encontramos caminhos e soluções, isso é um fato. E os trabalhos são nesse sentido sempre, para que melhoremos a cada momento.

“Eu acho que isso está acontecendo, é natural que não aparecendo o resultado positivo, os questionamentos acabam acontecendo,

“Mas eu tenho consciência daquilo que está sendo desenvolvido, daquilo que foi pedido, do volume que nós apresentamos e do trabalho que foi realizado.”

Por culpa da falta de rumo da CBF, Dorival Júnior fez ontem apenas a sua quinta partida como técnico do Brasil.

E se comportou como um novato tenso, no primeiro jogo em uma competição oficial, já que os quatro primeiros foram meros amistosos.

Não bastassem suas escolhas equivocadas, ainda, sutilmente, disse que Vinicius Júnior saiu porque estava jogando mal. E em nenhum momento levou em conta seu excepcional potencial.

Perguntado sobre o motivo que tirou o brasileiro de maior potencial, e colocou Savinho, o treinador não pensou duas vezes.

“Nós colocamos (o Vinicius Júnior) pelo lado, não tivemos sucesso.

“Colocamos por dentro, também não víamos encontrando um caminho, ele estava muito bem marcado.

“Nós tínhamos que buscar uma solução, tentando uma mudança.

“O nosso time estava muito bem postado, ganhando a maioria das jogadas e em razão de ganhar essas segundas bolas. Nós estávamos apresentando um volume de jogo muito bom. Nós tivemos que fazer mudanças em peças. Tentamos várias alternativas, várias situações foram criadas, acabamos não tendo sucesso nas finalizações.”

O Gol_https://www.ogol.com.br/news.php?id=644090&rid=7

Diante do empate contra uma equipe fraquíssima, com a maioria dos seus atletas atuando dentro da Costa Rica, Dorival Júnior buscava, desesperado, motivos para se orgulhar da sua preparação de 15 dias, que acabou no vexatório 0 a 0 de ontem.

E escolheu a constrangedora desculpa que a Seleção Brasileira conseguia roubar a bola do time 52º colocado no ranking oficial da Fifa.

“Tivemos coisas muitos boa na partida, a retomada de bola foi impressionante em função do trabalho dos nossos armadores, a reação pós perda é fundamental para se reposicionar e atacar. Deixamos de fazer o trabalho principal que seria fundamental para espaçar a linha adversaria.”

A retomada acontecia com tanta facilidade porque a Costa Rica jogou o tempo todo no 5-4-1. Ou seja, tinha um jogador mais avançado, diante do Brasil montado, como um time de pebolim, no 4-3-3, com dois volantes especializados em ‘roubar’ a bola e tocar para o lado.

Dorival Junior também conseguiu travar Arana, o explosivo lateral do Atlético Mineiro.

Não havia coordenação com Vinicius Júnior que o travava, ocupando o tempo todo seu espaço, aberto na esquerda.

Raphinha, que ficou com o lugar de Endrick, seguia individualista, complicando jogadas simples.

Danilo mostrou, outra vez, a enorme dificuldade que tem em apoiar.

A Costa Rica dobrou a marcação em Vinicius Júnior e fechou os espaços de Raphinha.

O melhor do Brasil foi Rodrygo que, por iniciativa própria, se movimentava de acordo com seu instinto.

Costa Rica tinha só um atacante. Mesmo assim, Dorival fez questão de deixar João Gomes e Bruno Guimarães, volantes, para marcar. Decisão inaceitável

A falta de sincronia da Seleção foi assustadora e responsável pelo 0 a 0.

A enorme maioria dos 19 arremates foi sem consciência.

Paquetá acertou a trave e Marquinhos teve um gol anulado.

Estes foram os lances mais emocionantes.

Pouquíssimos diante da Costa Rica.

O resultado é perigoso, porque traz uma dramaticidade desnecessária para sexta-feira, contra o Paraguai.

Uma derrota pode ser desastrosa.

Porque os paraguaios chegariam a três pontos.

E teriam pela frente, na última rodada, os costarriquenhos.

Os colombianos ganharam ontem do Paraguai, por 2 a 1, e já têm três pontos.

Vencendo a Costa Rica alcançariam seis pontos.

O Brasil de Dorival teria de ganhar da Colômbia na última rodada.

E torcer para a Costa Rica diante dos paraguaios.

Para não ser eliminada na primeira fase da Copa América.

Situação bizarra, mas muito possível, pelo fraco futebol da Seleção.

O 0 a 0 de ontem mostra que o time não merece confiança.

E que Dorival, mesmo aos 62 anos, se comportou como um técnico inexperiente, tomado pelo nervosismo, acumulando equívocos, na sua primeira partida oficial como comandante da Seleção.

Qualquer dúvida, pergunte a Neymar...



Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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