Até Bolsonaro se rendeu ao decacampeão deste país
O presidente deu a taça para Bruno Henrique levantar. O decacampeonato foi festejado. O Palmeiras investirá pesado sonhando com o mundial em 2019
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
Até o presidente eleito Jair Bolsonaro estava no pódio.
O Palmeiras levantou a taça pela terceira conquista nacional em quatro anos.
Decacampeão do Brasil.
Com uma campanha arrasadora, o clube mais rico da América Latina se impôs. Mesmo envolvido com a Libertadores e com a Copa do Brasil, sendo semifinalista nas duas competições, o Palmeiras conseguiu a segunda melhor campanha desde que o Brasileiro passou a ser disputado por pontos corridos, há 15 anos.
Mas bateu o recorde de partidas seguidas sem derrotas.
Com o triunfo sobre o Vitória, por 3 a 2, fazendo a festa das 41 mil pessoas que lotaram a arena verde, seu maior público na história da nova arena, o clube chegou a incríveis 23 partidas seguidas sem derrotas. Quebrou o recorde da história do torneio nacional, que pertencia ao próprio Palmeiras, em 1973 ficou 22 jogos sem perder.
"É um clima de festa, de libertar os sentimentos. Parabéns ao Palmeiras, e a todos os torcedores do Brasil. É uma festa ímpar para mim, gostaria de agradecer a diretoria por ter me convidado", dizia, empolgado, Bolsonaro.
O presidente eleito e toda o restante da torcida palmeirense têm motivos para estarem orgulhosos.
A campanha foi incrível.

Desde que Luiz Felipe Scolari chegou ao clube no final de julho, tudo mudou.
A insegurança que o elenco não suportava, com Roger Machado, chegou ao fim.
E, instituindo o rodízio, de forma aberta, sem hipocrisia, os resultados de Felipão foram excelentes.
O Palmeiras, com uma equipe definida, fortíssima na marcação, sem dar espaço nas intermediárias, objetiva para atacar, ultra veloz para contragolpear, com ótima bola aérea, o time se impôs diante dos concorrentes brasileiros.
Caiu nos mata-matas diante do Cruzeiro, na Copa do Brasil, e do Boca Juniors, na Libertadores.
O trabalho sério, sem surpresas, mas de muita firmeza de Felipão, deu o título brasileiro.
"Nós ficamos devendo ao nosso torcedor", deixou escapar o treinador.
Ele sabe que o sonho dos dirigentes, da bilionária patrocinadora Crefisa, de Bolsonaro e de todo torcedor é a conquista do Mundial Interclubes.
E para isso, é necessário vencer novamente a Libertadores da América. Caminho que foi percorrido duas vezes por Felipão. A primeira com o seu Grêmio. E a segunda, com o Palmeiras, em 1999.
O time atual foi muito bem.
Mas buscará reforços que, teoricamente, tornem a Libertadores mais factível.
A filosofia que Alexandre Mattos venceu a Mauricio Galiotte e Leila Pereira, presidente e dona da Crefisa, é simples.
Tratar o Palmeiras como uma seleção.
Com dois jogadores importantes para cada posição.
E três goleiros de altíssimo nível.
Por isso renovou com Fernando Prass e Jaílson.
Eles ficarão no clube, mesmo com Weverton titular.
O meia atacante Zé Rafael foi comprado do Bahia, assim como o atacante Artur, do Ceará. Outro meia, Raphael Veiga, que mostrou ótimo futebol no Atlético Paranaense, volta de empréstimo.
O clube segue negociando com Ricardo Goulart.
O quer como a grande novidade para 2019.
A oferta é por empréstimo.
O volante Ramires, que também joga na China, interessa.
A situação de Dudu é a que mais preocupa.
As chances são enormes de que ele acabe indo embora.
Seu desejo maior é a Europa.
Ele fará 27 anos no dia 7 de janeiro.
A hora de sair para o melhor futebol do planeta é nesta janela.
Mas clubes chineses sem interessados no jogador.
Ele ganha ainda mais prestígio por ser o melhor do Brasileiro de 2018.
Borja e Guerra também não são certeza para o próximo ano.
Há sondagens.
O meia sabe que não conseguiu render.
E tem como concorrentes diretos Lucas Lima e Gustavo Scarpa.
O grande desafio de hoje era o Palmeiras manter o foco contra o Vitória.
Os jogadores seguiam cobrados por Felipão.
Reagiram, queriam vencer a partida.
E abriram 2 a 0, gols de Edu Dracena e Gustavo Scarpa.
O árbitro Heber Roberto Lopes pareceu ter dó do time baiano.
Não marcou pênalti de Cedric em Deyverson.
E depois inventou um para o time baiano.
Antônio Carlos derrubou Yago fora da área.
Mas a penalidade foi marcada.
Yago fez 2 a 1.
E Luan, marcou um belo gol, girando o corpo sobre a bola, antes de estufar as redes de Weverton.
Moisés falhou na jogada, por não acompanhar o meia do time baiano.
O empate roubaria brilho da festa.
Mas Bruno Henrique, o capitão do decampeão, não deixou.
Ao receber a bola rolando, na entrada da área, de Guerra, o volante não perdoou.
Acertou chute fortíssimo, indefensável para João Gabriel.
3 a 2 para o Palmeiras.

Mas ainda viria o grande momento.
Bruno Henrique receberia a taça de Bolsonaro e Galiotte.
E a erguiria, satisfeito, fazendo a arena balançar.
Era a consagração do decampeonato.
Momento marcante.
Com a continência que Felipão deu a seu ídolo.
Jair Bolsonaro...