Assim como a Eurocopa,Copa América é adiada. Para alívio de Tite
O coronavírus obrigou o adiamento da Eurocopa e da Copa América. A Seleção foi beneficiada porque o planejamento da CBF era péssimo, amador
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Era o presidente da Uefa, o esloveno Aleksander Čeferin, que tentou até o último instante manter a Eurocopa de 2020.
Čeferin estava encantado com o plano de doze sedes diferentes, em doze países. A organização seguia perfeita.
Os patrocinadores oficiais, Coca Cola, Heineken e Takaeway.com, estavam acertados.
Até que o coronavírus venceu.
A Organização Mundial da Saúde deixou claro que a pandemia ainda pode durar. E os países europeus, como a Itália e Espanha, deverão se manter isolados do mundo. Provavelmente por semanas ou até meses.
A Uefa, que é muito mais independente da Fifa do que a Conmebol, teve de recuar. E a Eurocopa foi adiada para 2021.
A Fifa já aguardava essa decisão.
E pressionava a Conmebol para escolher este caminho em relação à Copa América, marcada para a Argentina e Colômbia, também no meio do ano, como a competição europeia.
Vieram os dois avisos simultâneos.
Os dois torneios acontecerão em 2021.
As eliminatórias para a Copa do Qatar também seguirão suspensas.
"Esta é uma medida extraordinária para uma situação inesperada e responde à necessidade fundamental de evitar a evolução exponencial do vírus.
"Não foi fácil tomar essa decisão, mas devemos sempre proteger a saúde de nossos jogadores e de todos os que fazem parte da grande família de futebol da América do Sul.
"Não duvide que o torneio internacional mais antigo do mundo será voltar mais forte do que nunca em 2021", disse o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez.
A CBF viu com bons olhos o adiamento.
O calendário para a Seleção Brasileira, independente do coronavírus, estava caótico. Muito mal feito.
Sem amistoso algum, já faria sua estreia nas Eliminatórias, contra a Bolívia, daqui dez dias, em Pernambuco. E depois enfrentaria o Peru, em Lima, dia 31.
Tite estava disposto a mudar a dinâmica, a estratégia reativa da Seleção. Jogar à base de contragolpes.
Mas não tinha tempo para treinar, amistosos competitivos para colocar o que pensa, em prática.
A relação da Seleção e a torcida brasileira também estava abalada, desde o vexame da Copa do Mundo da Rússia.
O treinador sabe que precisa de amistosos no país para tentar reaproximar a população da Seleção.
Ele também não desejava a Copa América de 2020, disputada quase que simultaneamente com Olimpíada e Eliminatórias.
Tudo aconteceu como Tite queria.
Cabe agora à direção da CBF ser competente e aproveitar esses adiamentos, essas paradas obrigatórias pela pandemia do coronavírus e trabalhar.
Traçar um novo planejamento até 2022.
De maneira cruel, o destino está ajudando...
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