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Cosme Rímoli - Blogs

Arrependido, Dudu está sem ambiente no Palmeiras. Perdeu o apoio de Abel Ferreira, da torcida, da diretoria. Companheiros constrangidos

Extremamente constrangido. Dudu sente as consequências de ter ‘traído’ o Palmeiras, negociando com o Cruzeiro. Foi desprezado pela torcida, ontem contra o Bragantino. Desistência de ir para Minas não adiantou. Não joga, não tem perdão. Clima é para saída

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Torcida não perdoa Dudu pela 'traição'. Assim como Abel e, principalmente, Leila Pereira

Foi uma enorme desilusão.

Pouquíssimos torcedores aplaudiram, gritaram o nome de Dudu, ontem no Allianz Parque.

Houve até aqueles que xingaram, vaiaram.

A esmagadora maioria ficou indiferente, como se ele fosse um jogador qualquer.


Ele conseguiu manchar a sua imagem como ídolo da reconstrução do Palmeiras, após dois rebaixamentos.

Nada do simples e representativo coro do seu retorno ao clube, depois de um ano emprestado para o Al-Duhail, do Catar.


Foi também, pelo dinheiro, 7 milhões de euros, cerca de R$ 47 milhões.

Mas porque implorou ao então presidente Mauricio Galiotte, pelas brigas, até físicas, com sua ex-mulher.


Na volta, ouviu, emocionado, a música que dominou o Allianz Parque.

“O Dudu voltou...O Dudu voltou... O Dudu voltou...”, em julho de 2021.

Foi várias vezes capitão do time.

E, a cada retorno de contusão, os orgulhosos palmeirenses entoavam, outra música.

“Dudu... Guerreiro...”

Tinham orgulho do atacante.

Mas esse sentimento não existe mais.

Com a revelação que seu empresário André Cury, com sua autorização, o ofereceu ao Cruzeiro, tudo mudou.

Mesmo no anúncio dos jogadores reservas, no banco, contra o Red Bull Bragantino, a voz do locutor não era de quem anunciava um atleta especial.

Era apenas mais um suplente.

Não houve apupos, palmas, coro.

Só o clima de decepção.

Não houve pedido durante a partida para que Abel Ferreira o colocasse para jogar.

Muito pelo contrário.

Abel Ferreira está irritado. Avisou à imprensa que não fala mais de Dudu. Técnico também se sente 'traído'

Com a efetividade do ataque palmeirense, ninguém se lembrou de Dudu, que seguiu quieto, no seu canto, como mero reserva que não tem a atenção do treinador.

Se dependesse de Leila Pereira, Dudu não estaria nem integrado ao elenco.

Ela só não o afasta porque pensa como empresária.

Não quer desvalorizar um produto que deseja vender.

O atleta é ‘patrimônio’ do clube e afastado valeria menos dos 4 milhões de dólares, R$ 21 milhões, que havia acertado com o Cruzeiro.

Ele só está no Palmeiras ainda porque tem contrato até janeiro de 2025.

São R$ 2,1 milhões a cada mês para o atleta de 32 anos.

Abel está livre para escalá-lo.

Mas o português também se sentiu mal pela maneira com que Dudu conduziu o delicado momento.

Agiu como se não tivesse chances com o treinador português.

O que não é verdade.

Antes da contusão que o afastou por 300 dias, ele era sim, titular.

Só que estava sendo substituído cada vez mais frequentemente.

Depois do jogo de ontem, quando ele não entrou um minuto sequer.

Irritado, o técnico, deu como desculpa a falta de sono do atacante, e avisou que não responderá mais pergunta alguma sobre o atleta, daqui por diante.

“Cada vez que vocês me falarem de um jogador individualmente, e desse jogador individualmente, eu não vou responder. A partir de agora, não vou responder a mais nenhuma pergunta que seja, especificamente, do Dudu. O Dudu é jogador do Palmeiras, é tratado como todos os outros, respeitado como todos os outros. Quando tiver pronto e a equipe precisar, ele vai ajudar como todos os outros ajudam.”

O empresário André Cury já percebeu a situação.

E busca ‘outros ares’ para o atleta.

Dudu acreditava que seria perdoado pela torcida.

Não foi.

O rancor, a decepção, a mágoa seguem grandes.

Como com Leila Pereira e Abel Ferreira.

Os companheiros de time acompanham constrangidos, a situação que domina o ambiente.

O que é péssimo, tem potencial para atrapalhar a recuperação do clube no Brasileiro.

Nos duelos de ‘vida ou morte’ pelas oitavas da Libertadores, contra o Botafogo.

Dudu conseguiu se transformar.

De ídolo em um grande, e desnecessário, problema para o Palmeiras.

Seu arrependimento de pouco adianta...


Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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