A final contra o Peru será um teste de humildade para o Brasil
O pior erro que o time de Tite pode cometer é acreditar que a conquista está decidida. O Chile menosprezou os peruanos. Foram goleados ontem
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
Rio de Janeiro, Brasil
Será um teste de humildade.
Havia a sensação generalizada entre os jogadores e mesmo Tite. O adversário da final da Copa América, domingo no Maracanã, seria o Chile.
A atual geração é a atual bicampeã sul-americana.
Com direito a um meio de campo muito talentoso, versátil e vibrante.
Pulgar, do Bologna.
Aránguiz, Bayern Leverkusen.
E a estrela do time, Vidal, volante do Barcelona.
Fora Alexi Sanchez, artilheiro do Manchester United.
E decidia a vaga para chegar até a decisão contra os peruanos, com seu grande jogador e líder, Guerrero.
O que pesava na análise antes do jogo era o que aconteceu entre a Seleção e o selecionado de Gareca.
A goleada, que parecia treino, no Itaquerão.
5 a 0 foi um placar humilde, tamanha a superioridade brasileira.
Por isso, a convicção que o confronto seria com os chilenos.
Mas com uma atuação impecável taticamente, os peruanos se impuseram de forma indiscutível.
Nem sombra da ingênua irresponsabilidade de atacar de qualquer maneira, como fizeram contra o Brasil, deixando espaços inacreditáveis na intermediária.
Ofereceram a goleada a Tite.
Mas ontem em Porto Alegre foi completamente diferente.
Travaram os chilenos com a marcação alta, não permitiram a troca de passes e a cada roubada de bola na intermediária chilena, contragolpes em bloco, com enorme velocidade.,
Tudo absolutamente muito bem treinado.
O badalado e caro técnico colombiano Reinaldo Rueda manteve seu aspecto de espanto até na coletiva.
Rueda e seus jogadores demonstraram que esperavam um adversário com medo, com duas linhas de marcação, esperando o Chile atacar, dominar o seu campo.
Só que os chilenos mostraram personalidade e intensidade para sufocar os favoritos rivais.
E fizeram 3 a 0 com Flores,Yotún e Guerrero.
Todos gols trabalhados, com trocas de passes, deslocamento em velocide.
4-5-1 versátil, não estático, como muitas vezes acontece nos times brasileiros.
O esquema é ótimo, mas exige sacrifícios individuais, recomposição, correria, objetividade.
O Peru teve um comportamento completamente diferente do que foi a partida contra o Brasil pela fase de grupos.
A delegação brasileira estava viajando de Belo Horizonte ao Rio durante o jogo, o que já é um erro.
Mas que Tite pegue seus jogadores e as informações de seus observadores em Porto Alegre.
E enfatize o fundamental.
Que se esqueçam do delicioso treino no Itaquerão.
Se preparem para jogar muito a sério a final.
Ao contrário de Vargas, que teve o descaramento de cobrar um pênalti com cavadinha, e foi defendido com uma mão por Gallese.
Humildade e seriedade por parte do Brasil serão fundamentais.
0 5 a 0 precisa ser esquecido...
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