Na coletiva de imprensa do Vasco, ele já havia dado sua principal mensagem.Havia cobrado a torcida para apoiar o time quando está perdendo.Não só ganhando.Foi assim que os vascaínos agiram hoje, em São Januário, na vitória, de virada, sobre o Santos, por 2 a 1.O time carioca foi para o intervalo vaiado, perdendo por 1 a 0, gol de Barreal.Mas no segundo tempo, os gols de Nuno Moreira e Vegetti, fizera os torcedores aplaudirem, vibrarem com a equipe.“Temos que entender a impaciência da torcida, mas que eles apoiem o tempo todo. Vai apoiar só na vitória? Vem e apoia porque a gente está trabalhando muito sério aqui com os atletas. É muito fácil apoiar só quando está ganhando. Mas foi fundamental o torcedor vir nos apoiar, nos ajudar, mas é algo que eu peço aqui: ajuda até nos momentos difíceis.“É o 12º jogador nosso, eu sei o quanto é ruim jogar aqui com a torcida a favor nossa. Já passei essa experiência algumas vezes como auxiliar, como técnico e até mesmo como jogador. Muito feliz, casa cheia, muito gostoso vivenciar esses momentos. Mas que independentemente do resultado ou se a gente estiver jogando bem, apoie.”Fábio Carille já havia dado seu recado principal.Foi quando interrompeu a coletiva.“Presidente, vem aqui ,que eu quero te dar um abraço.”Quem acompanhava a coletiva pela Internet pensou que ele chamava Pedrinho, dirigente maior do Vasco.Mas ele fez questão de abraçar, diante dos jornalistas, Marcelo Teixeira.O homem que personificou a sua dispensa da Vila Belmiro.Mesmo depois de ter tirado o Santos da Segunda Divisão.O fez campeão da Série B.E também levou o fraco elenco a disputar a final do Campeonato Paulista de 2023.Até agora, Carille segue pagando pela escolha da equipe do Litoral de São Paulo.Na semana passada, ele foi oficialmente processado pelo V-Varen Nagasaki.Por ter abandonado o clube japonês para assumir o Santos.Fábio Carille foi rejeitado pela torcida santista.De uma maneira dura, mas costumeira, vândalos das organizadas o cobraram duramente.Exigiram que ele fosse embora do Santos, no ano passado.Marcelo Teixeira também foi pressionado.Por conselheiros, membros de sua diretoria e chefes das organizadas.Carille foi mandado embora no dia seguinte à conquista da Série B.O dirigente se dava muito bem com o treinador, mas não tinha condições políticas de mantê-lo.Teixeira é até hoje grato ao técnico pelo resultado do trabalho.Muitas vezes apelando para o Santos atuar defensivamente, sem brilho ofensivo.Em 2024 não havia a confirmação que o clube teria mesmo Neymar.Contratação que mudou a perspectiva da equipe.Hoje, o talentoso jogador de 33 anos não pôde entrar em campo.Carille também tem um elenco limitado no Vasco.Mas era partida especial para ele, pela maneira que foi destratado no Santos.E comprou a briga com seu substituto, Pedro Caixinha.Dentro das limitações, com São Januário lotado, em grande parte porque os vascaínos esperavam ter Neymar como adversário, situação que não se confirmou, por seguir contundido, o treinador apostou no ataque.Só que falta muito talento ao Vasco.Philippe Coutinho, 32 anos, depois de três cirurgias nos ligamentos cruzados e menisco do joelho esquerdo, o meia não teve mais o mesmo rendimento. Sabe como se movimentar, abrir espaços, onde colocar a bola.Mas não tem a explosão, a velocidade para concluir as jogadas que articula.Por isso, reveza em campo com o veterano francês Payet, de 38 anos.Carille espelhou o 4-3-3 de Caixinha e foi para o duelo.O primeiro tempo foi frenético.E uma total desatenção da marcação vascaína, Barreal fez 1 a 0, aos 20 minutos.A torcida vascaína em São Januário já começou a cobrar o time, que lutava mas não conseguia marcar.No intervalo, as vaias, os palavrões, principalmente para Carille.Mas o treinador colocou seus laterais Paulo Henrique e Lucas Piton para atacar.E adiantou as linhas, fazendo o Vasco marcar a saída de bola santista.Bastou.O empate veio aos sete minutos, com Nuno Moreira, depois de ajeitada pelo alto de Vegetti.E o argentino foi fundamental, ao marcar, também de cabeça, o segundo gol.A virada, aos 32 minutos.2 a 1, Vasco.A torcida, aí sim, apoiava a equipe.E até Carille.O treinador sabia que precisava dessa vitória como sabor particular, seu.Lógico fez com que seus jogadores travassem o Santos, que buscava empatar e mostrava toda sua saudade de Neymar.Ao final da partida, vitória justa do Vasco.E do seu treinadorCom direito a um gostoso e público abraço em Marcelo Teixeira.O homem que o dispensou, mesmo sabendo que ele havia conseguido levar um elenco fraco ao seu limite.O domingo, 30 de março, foi de Fábio Luiz Carille de Araújo...O técnico falou sobre os pontos positivos e negativos da vitória contra o Santos por 2 a 1.
