A arriscada aposta de Textor. Davide Ancelotti. É o novo treinador do Botafogo, sem nunca ter sido técnico. Seu mérito: filho, e auxiliar, de Carlo Ancelotti
John Textor usa o seu privilégio de ser dono do Botafogo. E escolheu Davide. Ele o convenceu que colocará o time para atacar. Ao contrário de Renato Paiva. Assumirá já esta semana
Cosme Rímoli|Do R7

Se John Textor queria ousadia e confiança, achou.
Davide Ancelotti falou tudo o que o bilionário norte-americano queria ouvir.
Garantiu que colocará o Botafogo em campo como Textor se enxerga: ousado, dominador, sem medo de buscar a vitória.
E ganhou o emprego.
É o novo técnico do Botafogo.
Assinou até o final de 2026.
Com multa ‘altíssima’, garantem setoristas do clube carioca.
Ele tem o privilégio de trabalhar desde 2012 com um dos melhores treinadores do mundo, seu pai, Carlo Ancelotti, que assumiu a Seleção.
Aliás, ele já trabalhou como auxiliar do time brasileiro, na vitória contra o Paraguai, em Itaquera, na mais recente partida da Seleção.
Textor o quer em tempo integral comandando o Botafogo.
Davide não deverá seguir como auxiliar do pai na Seleção.
É uma situação incompatível.
Até a cúpula da CBF acredita que o melhor é ele seguir de forma independente.
Principalmente nas convocações.
Os jogadores do Botafogo seriam privilegiados por ter contato íntimo com o novo técnico.
Ou prejudicados, para Carlo Ancelotti demonstrar que não há privilégios.
Davide, 35 anos, já avisou que trará seus auxiliares ‘de confiança’.
Pelo menos três.
Ele deixou muito claro o que pensa sobre futebol em uma entrevista ao jornal espanhol ‘Marca’.
“Meu pai me ensinou a ser flexível, a me adaptar, a ter ideias e maneiras diferentes de vencer. É importante para um time saber administrar as diferentes fases do jogo. Dito isso, cada um tem suas preferências, e eu prefiro um estilo de futebol um pouco mais vertical, mais ousado.
“Mas se eu tivesse que resumir minha ideia de futebol, diria que o importante é saber fazer muitas coisas em um nível muito alto.
“O time em melhor forma atualmente é o PSG, e eles sabem fazer muitas coisas: manter a bola, ser vertical, pressionar alto, defender dentro da área...
“Se você olhar para o desempenho deles contra o Liverpool nas oitavas de final, eles mostraram grande habilidade defendendo em um bloco baixo.
“No futebol de hoje, você tem que saber fazer tudo. O que eu priorizo é que meus jogadores saibam fazer tudo e administrem da melhor maneira possível, de acordo com suas características."

A aposta é arriscada.
Auxiliares não têm a decisão final.
Há casos que deram certo, como Lionel Scaloni, que foi auxiliar técnico de Jorge Sampaoli, e terminou campeão do mundo, com a Argentina.
Mas há Domenec Torrent, que trabalhou como auxiliar de Pep Guardiola e foi um constrangedor fracasso no Flamengo.
Ninguém no Botafogo, no entanto, pode contestar John Textor.
Ele é o dono do clube.
Não deve satisfações para ninguém.
Vazou, no entanto, que Davide aceitou por ter promessas de reforços.
Jogadores para as saídas do zagueiro Jair e do artilheiro Igor Jesus. E mais nas posições que o novo técnico considerar necessárias.
A notícia virou assunto na mídia mundial.
‘Publicidade’ sobre o seu clube é algo que Textor adora.
O ‘filho de Ancelotti’ treinando um time já seria algo interessante.
Assumindo um brasileiro, ficou ainda mais midiático.
Por enquanto, esse é o seu mérito.
Ser filho de um dos maiores técnicos da história...
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