Fonseca, Navone e Cerundolo salvam a pátria sul-americana em Roland Garros
Brasileiro e argentinos conseguem vitórias importantes
Roland Garros é um Grand Slam cheio de charme, em plena primavera parisiense, em que os tenistas dos quatro cantos do mundo são postos à prova. Claro que a hegemonia tem sido de europeus, leia-se Nadal, Djokovic, Federer, Alcaraz, Wawrinka. Por isso, quando um atleta do lado de baixo do Equador consegue furar este bloqueio, como Gustavo Kuerten, em 1997, 2000 e 2001, e Gaston Gáudio, em 2004, isso deve ser motivo de comemoração. O problema é que, pelas datas acima, a gente logo percebe o significado da palavra “eventual”.
No torneio deste ano, os grandes nomes europeus já começaram a dar as cartas na primeira rodada. Sinner, Zverev, Djokovic, Ruud, Rune, Draper e Norrie venceram seus jogos sem grandes dificuldades. Além deles, o australiano De Minaur também avançou. Do top 10 masculino, só Taylor Fritz, dos EUA, não passou da primeira rodada.
Mas é sobre os sulamericanos que eu quero falar.
João Fonseca se tornou nesta terça-feira o mais novo jogador a vencer na primeira rodada de RG desde Carlos Alcaraz em 2021. Com apenas 18 anos, atropelou sem dó nem piedade o polonês Hubert Hurcacz, 10 anos mais velho, 28º do ranking, e que vinha de um vice-campeonato em Genebra (perdeu na final para Novak Djokovic).Em 1 hora e 40 minutos, o brasileiro fez 3 sets a zero, parciais de 6/2, 6/4, 6/2. Na segunda rodada, Fonseca terá pela frente um wild card francês, Pierre Herbert, número 147 do mundo. Tem todas as chances de alcançar a 3a. rodada. Depois da partida, o brasileiro disse estar muito feliz com a performance e que espera muita pressão contra um tenista da casa. Uma pressão que o boliviano Hugo Delien sentiu de perto contra o interminável Gael Monfils. Depois de abrir 2/0, viu o francês se superar e, com a ajuda da torcida -que em alguns momentos cantou até a Marselhesa- virar a partida para 3/2, parciais de 4/6, 3/6, 6/1, 7/6[4] e 6/1 , em mais de 3 horas e meia de jogo.

Os argentinos Mariano Navone e Juan Manuel Cerundolo também venceram seus jogos de estreia, ambos contra americanos. Navone, 97 no ranking, eliminou Brandon Nakashima (32), e tem pela frente agora outro tenista da terra do Tio Sam, Reilly Opelka. Cerundolo derrotou Alex Michelsen (33) e vai enfrentar o sérvio Hamad Medjedovic.
O lado feminino
Sabalenka, Swiatek, Andreeva, Azarenka, Gauff, Jessica Pegula, enfim, a maioria das favoritas avançou sem muitos contratempos.
Mas quem acordou cedo para ver Bia Haddad jogar contra a americana Hailey Baptiste, 70a. do ranking, tomou um café amargo. A tenista número 1 do Brasil até que começou bem, venceu o primeiro set por 6/4, mas da segunda parcial em diante reviveu aquela jogadora que, de repente, perde o ritmo, se abate e praticamente vira coadjuvante na partida. A virada foi inevitável e decepcionante para quem esperava ver a brasileira repetir, no mínimo, a semifinal do ano passado.

A derrota interrompeu a sequência de três vitórias de Bia, inédita em 2025. Agora, esperamos todos, que ela e a parceira Laura Siegemund façam uma boa campanha na chave de duplas, que começa nesta quarta-feira contra a dupla wild card formada pelas francesas Leolia Jeanjean e Jessika Ponchet.
Pra ficar de olho
Também nesta quarta, estreiam as duplas de Marcelo Demoliner e o chileno Nicolas Jarry, Luisa Stefani e a húngara Timea Babos, Orlando Luz e o sérvio Ivan Dodig e Rafael Matos e Marcelo Melo.