Potência e força muscular: as 'armas' do fenômeno Simone Biles
Depois de mudar paradigmas ao mostrar que um corpo atlético pode ser tão ou mais elegante que um corpo artístico, ginasta segue impressionando
Simone Biles segue fazendo história na ginástica artística. No início de agosto, ela deixou o mundo 'boquiaberto' ao sair da trave com dois mortais com dupla pirueta. Para, na sequência, tornar-se a primeira mulher a alcançar um 'triplo-duplo' no solo. Tudo isso apresentado durante um simples campeonato nacional, nos Estados Unidos. Não à toa, a dona de quatro medalhas de ouro conquistadas em sua primeira participação em Jogos Olímpicos (Rio 2016) e outras tantas em mundiais, já é considerada a maior do seu tempo e favorita a todos os ouros em Tóquio 2020.
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"Ela é, sem dúvida, o ícone da ginástica artística atual", afirmou Luisa Parente. "O elemento que ela apresentou recentemente é absurdamente incrível e difícil de ser feito a partir do solo ou da trave", explicou a ex-ginasta brasileira. "É mais fácil ser visto no trampolim acrobático, porque nele se consegue altura suficiente para fazer tantas rotações no ar", comentou Luisa. "O incrível é que ela consegue altura suficiente sem uma cama elástica. Essa potência muscular é o grande talento da Simone (Biles)", acrescentou Luisa.
Não teve quem não ficasse impressionado. "Foi sensacional", disse Daniele Hypólito. "É realmente inovador, incrível, de outro mundo o que ela fez", resumiu a ex-ginasta, que participa do programa Dancing Brasil na RecordTV.
A própria Simone Biles se surpreendeu com tantos elogios publicados em suas contas nas redes sociais. "O coração para com a reação das pessoas" publicou ela em seu Instagram, que recebeu comentários de dezenas de lendas do esporte, entre elas o nadador Michael Phelps, que tem nada menos de 28 medalhas olímpicas em seu currículo. "Uau, eles me notaram", também publicou Simone.
Quando surgiu, Simone Biles mudou o paradigma da ginástica mundial ao mostrar que um corpo atlético pode ser tão ou mais elegante e eficiente que um corpo artístico e esquálido, como havia estabelecido nos anos 70 a lendária Nadia Comaneci, dona do primeiro 10 em uma Olimpíada (Montreal 1976). Desde então, não para de impressionar com o que é capaz de fazer com seu corpo, numa junção de acrobacia, força física e impulsão.
Mesmo quando foi diagnosticada com pedra no rim durante o Mundial de 2018, ela não deixou de ganhar medalha de ouro em suas apresentações. Atualmente soma 14 ouros somente em mundiais. Isso porque 2017 foi um ano sabático para a ginasta, que não disputou nenhuma competição. Simone evita falar de futuro e expor suas metas. "Tento não criar muita expectativa até o evento acontecer", disse ela em entrevista ao Olympic Channel. "Mesmo no Rio, não esperava sair de lá com tantas medalhas porque era minha primeira Olimpíada. Mas aconteceu", contou. "Pretendo chegar em Tóquio da mesma forma: bem fisicamente e com a mente aberta."
O próximo grande evento para ficar de olho na ginasta é o Mundial, de 4 a 13 de outubro, em Stuttgart, na Alemanha. Enquanto isso, reveja aqui a apresentação da ginasta americana na Rio 2016.
Força, impulsão e perfeição: a fórmula de sucesso de Simone Biles