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Palmeiras ganha chance 20 anos após cancelamento frustrante do Mundial da Fifa

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O Palmeiras está na disputa de um Mundial de Clubes da Fifa com pelo menos 20 anos de atraso. Mas isso não é por culpa do clube, mas sim da entidade máxima do futebol. Em 2001, a equipe estava com presença garantida e até viagem marcada, porém a poucos meses do início um problema na organização causou o cancelamento do campeonato. Restou à equipe receber uma indenização e se contentar com a espera por uma nova oportunidade. E a hora chegou.

O título da Copa Libertadores no último sábado leva o Palmeiras ao Catar para enfrentar os demais campeões continentais. É a 17.ª vez que a Fifa organiza um torneio neste formato. Pelo menos em outras duas ocasiões anteriores, a equipe alviverde teria direito a disputar o torneio, mas por diferentes razões isso não foi possível. A mais frustrante delas foi em 2001, quando o clube já até tinha preparado uma logística para ir à Espanha, sede do torneio.

A competição seria entre julho e agosto daquele ano, porém em maio a Fifa cancelou tudo. O motivo foi a falência da ISL, multinacional de marketing que coordenava os principais eventos da entidade. Garantido no torneio por ter sido o campeão da Libertadores de 1999, o clube recebeu uma indenização. O dinheiro foi pouco para compensar a tristeza de quem sonhava em enfrentar Real Madrid, Boca Juniors e outros adversários.

"Nós, do Palmeiras, chegamos a fazer uma viagem de preparação até a Espanha para escolher onde ficaríamos no torneio. Montamos uma logística. Existia uma grande expectativa, que deu lugar a uma enorme frustração com o cancelamento", contou ao Estadão o diretor de futebol do clube na época, Américo Faria. O torneio reuniria 12 equipes de diferentes continentes com jogos nas cidades de Madri e La Coruña. O Palmeiras estava no Grupo B junto com Olimpia, de Honduras, Al Hilal, da Arábia Saudita, e Galatasaray, da Turquia.

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O problema com a ISL fez a Fifa interromper a realização de Mundiais de Clubes pelos anos seguintes. Após a estreia do torneio em 2000, no Brasil, a entidade só voltou a organizar uma edição em 2005, no Japão. Desde então o formato de disputa tem sido mantido. Apenas participam os campeões continentais daquela temporada. Europeus e sul-americanos entram somente nas semifinais.

Até o Mundial de 2001 ser cancelado, o Palmeiras estava com um plano ambicioso para os dias na Espanha. O clube nomeou o membro do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF), Roberto Frizzo, organizar a passagem do time pela capital espanhola. A principal missão dele foi montar um projeto chamado Casa Palmeiras. Dentro de um hotel em Madri funcionaria um ponto de encontro de torcedores para eventos de marketing, distribuição de camisas, autógrafos, etc.

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"Eu estive na Espanha e procurei até locais de treino. O time faria as atividades no CT do Atlético de Madrid. Tínhamos uma série de providências tomadas nos mínimos detalhes para reunir palmeirenses e atrair o apoio dos espanhóis. Mas a empresa quebrou (a ISL). Tudo foi suspenso, infelizmente", recordou Frizzo. O Palmeiras chegou a montar uma parceria com agências de turismo para oferecer pacotes de viagem com voo, hospedagem, transporte, ingressos e passeios inclusos.

FRUSTRAÇÃO NO MUNDIAL DE 2000 - O primeiro Mundial de Clubes organizado pela Fifa também por pouco não contou com o Palmeiras. O time campeão da Libertadores em junho de 1999 não disputou o torneio em janeiro de 2000 por uma decisão nos bastidores tomada pelo então presidente da CBF, Ricardo Teixeira. A Fifa definiu que a competição seria disputada no Rio de Janeiro e em São Paulo. Caberia à CBF indicar quais seriam os representantes locais. Pesou na época a ideia de ter um paulista e um carioca para atrair público e comprovar à entidade a capacidade de realizar um evento de sucesso. O Brasil sonhava na ocasião em ser sede da Copa de 2006 e queria impressionar.

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Para o Rio de Janeiro foi indicado o Vasco, campeão da Libertadores de 1998. A definição sobre São Paulo gerou um impasse. O Corinthians recebeu a vaga por ter sido campeão brasileiro em 1998. Mesmo com o título da Libertadores de 1999 em mãos, o Palmeiras não recebeu o direito de jogar o torneio porque a decisão sobre quem seriam os representantes brasileiros foi tomada dois dias antes da decisão da Libertadores contra o Deportivo Cali. Teixeira quis logo garantir uma equipe paulista no Mundial, não aguardou a final e confirmou a presença do Corinthians.

A promessa feita ao Palmeiras na época foi de que a vaga no Mundial seguinte estava garantida. Mas, como se sabe, em 2001 um problema com a empresa ISL impediu a equipe alviverde de disputar o torneio. A exclusão do Palmeiras revoltou o então técnico do time, Luiz Felipe Scolari, que comandou o time entre 1997 e 2000.

"A desculpa que convenceu os dirigentes foi que, se ganhássemos o Mundial do Japão, em dezembro de 1999, só teríamos um mês para desfrutá-lo, já que o Mundial do Rio seria em janeiro de 2000. E além do mais, a Fifa garantia que estaríamos no de 2001 na Europa. Fui contrário desde o início. Não se abre mão de um direito adquirido em nome de nada. Mas fui voto vencido. E sou homem que respeita a hierarquia. Quem manda no clube já havia aceitado", disse Felipão em entrevista ao Jornal da Tarde.

Confira que jogaria o Mundial de Clubes de 2001:

Palmeiras (Brasil) - Campeão da Libertadores de 1999

Boca Juniors (Argentina) - Campeão da Libertadores de 2000

La Coruña (Espanha) - Campeão espanhol em 2000

Real Madrid (Espanha) - Campeão da Liga dos Campeões em 2000

Galatasaray (Turquia) - Campeão da Copa da Uefa em 2000

Los Angeles Galaxy (Estados Unidos) - Campeão da Liga dos Campeões da Concacaf de 2000

Olimpia (Honduras) - Vice-campeão da Liga dos Campeões da Concacaf de 2000

Hearts of Oak (Gana) - Campeão da Liga Africana de 2000

Zamalek (Egito) - Campeão da Copa dos Campeões da África de 2000

Al Hilal (Arábia Saudita) - Campeão asiático de 2000

Jubilo Iwata (Japão) - Campeão asiático de 1999

Wollongong Wolves (Austrália) - Campeão da Liga da Oceania de 2001

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