'Participei de um evento ilícito?', questiona Joanna sobre Rio 2016
MPF vê 'fortes indícios' de compra de votos na edição dos Jogos Olímpicos
Olimpíadas|André Avelar e Dado Abreu, do R7
Uma das principais nadadoras do País, e também uma das maiores críticas à gestão do esporte, Joanna Maranhão se mostrou assustada com as denúncias de compra de votos para que o Rio de Janeiro sediasse os Jogos Olímpicos. A atleta chegou a questionar o tamanho da própria culpa por ter participado do “maior evento do mundo”, como definiu na cerimônia de abertura o presidente do Comitê Olímpico do Brasil e do Comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, intimado a depor na Polícia Federal no início do mês.
Atletas pedem investigação para que esporte olímpico não esmoreça
Segundo a operação Unfair Play (uma tradução livre para “jogo sujo”), desdobramento da Lava Jato, Nuzman seria um dos articuladores para o pagamento de propina a pelo menos dois membros do Comitê Olímpico Internacional para a eleição do Rio. A casa do dirigente foi alvo de busca e apreensão e ele foi encaminhado para prestar depoimento na Polícia Federal. Em sua residência, foram encontrados R$ 480 mil em notas de diferentes moedas, além dos passaportes brasileiro, diplomático e russo. O Ministério Público Federal vê “fortes indícios” de compra de votos.
“Fiquei um tanto assustada com a corrupção no COB quando vi que a coisa tomou uma proporção muito maior. Me peguei pensando assim: ‘será que fui uma peça desse sistema? O quanto tenho de culpa nisso?’ Digo isso porque participei dos Jogos Olímpicos, participei de um evento comprado de forma ilícita. O que originou tudo isso? Os fins justificam os meios? Me senti mal”, disse Joanna.
A defesa do presidente do COB disse à Justiça Federal que o encaminhamento à PF foi espetaculosa. Os advogados disseram em documento entregue na 7ª Vara Federal Criminal do Rio que a candidatura carioca foi vencedora por mérito próprio ao superar a concorrência. Na época, a cidade venceu Chicago, Madri e Tóquio, que mais tarde foi eleita sede dos Jogos Olímpicos de 2020.
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Para a nadadora de quatro Olimpíadas, é necessário uma profunda investigação dos fatos nas esferas competentes. Mais do que isso, se comprovado, os punidos precisam cumprir suas penas em prol do esporte brasileiro. Em raro momento de otimismo, ela aposta na voz ativas de pessoas que estão no próprio COB para uma guinada na gestão do esporte nacional.
“Fiquei pensando depois da denúncia: ‘e agora, com quem que a gente pode contar?’. É óbvio que a gente não pode generalizar a roubalheira como um todo, achar que todos que trabalharam nessas gestões são corruptos. Não é assim. Tem pessoas no Comitê Olímpicos do Brasil, inclusive ex-atletas, que ralam muito pelos atletas. Talvez a solução esteja nessas pessoas, que hoje estão em cargos mais baixos e efetivamente ralando, assumissem cargos mais altos”, disse.
Em nota assinada pelos advogados de defesa Sergio Mazzillo e Nelio Machado e distribuida pelo COB, a defesa afirmou que "toda a jornada olímpica, da candidatura à cerimônia de encerramento, foi conduzida de acordo com as leis e respeitando as melhores práticas financeiras, técnicas, operacionais, esportivas e de comunicação".
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