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Lenda do judô credita década sem perder a trabalho com psicóloga

'Essa mulher é incrível', disse Teddy Riner, bronze em Tóquio 2020, apontando para profissional com quem trabalha desde os 14 anos

Olimpíadas|André Avelar, do R7, em Tóquio, no Japão

Teddy Riner celebrou sua quarta medalha individual em edições dos Jogos Olímpicos
Teddy Riner celebrou sua quarta medalha individual em edições dos Jogos Olímpicos

Por mais que a medalha tenha sido de bronze, o tratamento dado é de ouro e digno das lendas do esporte. A sala de imprensa do Nippon Budokan parou para receber Teddy Riner, dono de quatro medalhas olímpicas, na última sexta-feira (30), em Tóquio 2020. Do alto dos seus 2,04 metros, o judoca precisou se curvar para não bater a cabeça na porta do padrão japonês e arrancou risos dos jornalistas presentes.

O francês, consciente de todos os feitos no judô, tentou deixar o protagonismo com o tcheco Lucas Krpalek, vencedor na categoria acima de 100 kg, mas era impossível. Foi preciso até mesmo corrigir o voluntário que posicionava os atletas nas cadeiras em frente à mesa, com a posição central reservada ao campeão. Parecia mesmo que Riner era o laureado, tamanha a atenção que todos davam a ele.

Perguntado pelo R7 sobre o trabalho mental que fez ao longo da carreira para somar dois ouros (Londres 2012 e Rio 2016) e dois bronzes (Pequim 2008 e Tóquio 2020) na chave individual, além das 11 medalhas em campeonatos mundiais (sendo dez de ouro e uma de prata), a lenda do judô dividiu os méritos. Riner, hoje com 32 anos, muito mais maduro e infinitamente menos marreto que cinco anos atrás por exemplo, dividiu os méritos com a sua psicóloga.

“A gente se prepara para estes grandes eventos. E, realmente, às vezes é muito difícil de lidar com a pressão. Toda a vez que treino, trabalho judô, a parte física e a parte mental. Daqui vejo a minha psicóloga e toda vez lembro o quanto é uma grande mulher. Essa mulher é incrível e sempre me ajudou muito. Obrigado, Meriem”, disse Riner, apontando para a profissional que estava emocionada na sala de imprensa.


Meriem contou à reportagem que não esperava tamanha homenagem, mas que isso faz parte da personalidade do Big Ted, segundo ela, de coração igualmente enorme. O trabalho desenvolvido com o atleta mudou ao longo dos anos e acompanhou o crescimento profissional. Em determinados momentos, a proporção mundial o atrapalhou e o fato de se negar a falar inglês era motivo de certo ranço por parte de jornalistas de diferentes partes do mundo.

“Começamos a trabalhar juntos quando ele tinha 14 anos. No começo, ele só queria saber de judô. Mas ele é um atleta tão grande que logo percebeu que precisaria de mais do que só o trabalho na academia para a alcançar os objetivos. Os méritos são dele. Nós, o time que trabalha com ele, só lapidou um diamante”, disse Meriem.


No Nippon Budokan, o francês perdeu nas quartas de final para o russo Tamerlan Mashaev. No caminho da repescagem, derrotou o brasileiro Rafael Silva, o Baby, e o japonês Hisayoshi Harasawa pela medalha de bronze.

Riner ficou incríveis dez anos sem uma derrota sequer, tendo vencido 154 lutas consecutivas neste período. Depois de 20 meses sem competir, justamente para se reconectar com a família e ter mais tranquilidade psicológica, o objetivo era chegar no ápice da sua forma física, técnica, e mental, nos Jogos Olímpicos. Na opinião dele próprio, não dá para dizer que não deu certo.


“Vamos ser sinceros. É difícil ter uma medalha olímpica. Eu tenho quatro [em chaves individuais, cinco contando o ouro por equipes mistas, uma novidade em Tóquio 2020]. Não poderia estar mais feliz com tudo que realizei na carreira. É muito importante estar aqui”, disse o atleta.

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