Ginasta Caio Souza produz máscaras de proteção e doa para hospital
Campeão Pan-Americano está em Volta Redonda de quarentena com família e costurou material doado para instituição da cidade no Rio de Janeiro
Olimpíadas|Carla Canteras, do R7
A vida de atleta de quarentena não foge muito da rotina dos treinos para manter a forma física, aproveitar a proximidade da família e descansar. Mas também sobra tempo para ajudar as pessoas que sofrem com a pandemia do novo coronavírus.
Foi o caso do ginasta Caio Souza, dono de três medalhas no Pan-Americano de Lima. Ele está na casa da mãe em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, e soube que o hospital São João Batista estava com falta de máscaras de proteção. Como ele sabe costurar desde pequeninho, não teve dúvida e foi para máquina produzir.
“Minha mãe me ensinou quando eu era criança. Uma médica amiga nossa contou que estava faltando máscaras no hospital. Na hora pensei em ajudar e coloquei todo mundo para produzir. Irmão, cunhada, prima, pai, mãe, avô estamos todos fazendo. Só não pedi para os cachorros porque eles não sabem cortar tecido”, brinca Caio.
Juntos fizeram cerca de 400 máscaras. Algumas são vendidas no ateliê de artesanato de Rosileni, mãe do atleta, e outras seguem direto para o hospital.
O ginasta optou por ficar com a família em isolamento, já que mora sozinho em um apartamento pequeno em São Bernardo do Campo, Grande São Paulo. Lá, seria mais complicado para treinar durante a quarentena. Além do que ficar com as pessoas da família ajuda o lado emocional também.
“Foi a melhor coisa que fiz. Minha mãe me falou que estava com saudade, eu também estava. Já tinha ficado mais de 14 dias sozinho e estava bem e eles aqui também. Então peguei o carro e estou aqui. Tem ar livre, tem espaço, carinho da famíla e minha mãe não me deixa quieto. O dia todo tenho coisas para fazer”, conta o ginasta.
Caio está em Volta Redonda há quase três semanas e ele garante que já fez de tudo um pouco para ajudar na casa dos pais. “Pintei e passei massa corrida em parede. Capinei terra. Fiz um portão de madeira. Gosto de fazer coisas com madeira, fiz até dois aparelhos que me ajudam nos treinos”, explica o campeão Pan-Americano.
Rotina de treinos
As obras de Caio são um par de 'taquinhos', como são chamados os apoios que os ginastas usam para treinar, e um aparelho redondo que o ajuda a fazer movimentos do cavalo com alça. Veja o vídeo:
Tudo para seguir uma rotina de preparação física. Por internet, os técnicos da Confederação Brasileira de Ginástica acompanham a seleção masculina nas atividades e depois os treinadores individuais passam exercícios específicos.
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“A ideia é perdermos menos possível de condicionamento físico. Todos vamos perder. Mas o quanto mais conseguirmos manter melhor.”
O ginasta achou positivo para os atletas o adiamento da Olimpíada de Tóquio para julho de 2021. “O sonho de todos é estar nos Jogos. Não é justo que o treino de uma vida se perca porque uma epidemia nos impediu de nos preparamos. Não ganhei as medalhas do Pan por causa dos últimos três meses de treinos. Foi o trabalho da vida toda”, garante o ginasta.
Desafios de quarentena
Mas tem uma coisa que definitivamente Caio não está gostando nessa quarentena: os desafios que os companheiros de seleção fazem nas redes sociais.
“Eu não estou achando legal essa brincadeira, não! É muito difícil fazer. O Zanetti inventou um agora que é impossível. Por isso ele é campeão olímpico. Vou tentar, porque tem de tentar”, reclama Caio.
Arthur Zanetti conseguiu tirar a calça apoiado em cadeiras. Confira:
Arthur Nory também já brincou com o desafio do papel higiênico. O que é comum em todos e é a dificuldade dos exercícios. Gostando ou não, conseguindo ou não fazer, a brincadeira ajuda a seleção se manter unida, mesmo longe.
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