Entenda a discussão do COI sobre a presença de russos e belarrussos nos Jogos de Paris 2024
Thomas Bach, presidente do comitê, deseja que atletas dos dois países disputem as Olimpíadas sob bandeira neutra e demais nações são contra
Olimpíadas|Do R7
![Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 começam no dia 26 de julho de 2024. A cerimônia de abertura acontecerá no rio Sena, o mais famoso da capital francesa. Uma das maiores discussões do COI até o início das competições é referente à presença (ou não) dos atletas russos e bielorrussos no evento esportivo, por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/TPPNKK4IW5KE5PF66EXN7ZGLTQ.jpg?auth=8f8ba358200b4e70342ce7cf9e8dae8927d50d061ef0963edc632275f5130bbf&width=1280&height=853)
![Em 27 de fevereiro de 2022, sete dias após o início dos conflitos, o COI emitiu um comunicado que recomendava a exclusão imediata de atletas da Rússia e de Belarus de competições esportivas. Alguns atletas dos países tiveram de competir sob bandeiras neutras.
"A atual guerra na Ucrânia coloca o Movimento Olímpico em um dilema. Enquanto os atletas da Rússia e de Belarus poderiam continuar a participar de eventos esportivos, muitos atletas da Ucrânia estão impedidos de fazê-lo por causa do ataque ao seu país. O Comitê Executivo do COI, portanto, considerou hoje cuidadosamente a situação e, com o coração pesado, emitiu a seguinte resolução", mencionou a nota](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/WZRB3FZKJVMC7CRAXTP6B7QESY.jpg?auth=16c546c01f7b923048d778d47bc29c88aaa218c287cd09f65b4dc44491874b05&width=600&height=400)
![Pouco menos de um ano depois, em 25 de janeiro de 2023, o COI anunciou que a participação de atletas dos países banidos seria possível, desde que cumprissem determinadas regras. Competir sob uma bandeira neutra e nunca ter apoiado o conflito eram algumas das exigências da iniciativa que busca não discriminar e proibir atletas de disputar o evento por conta da nacionalidade](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/MA5E5BMH2JK57OBCE22ZBWO36I.jpg?auth=fb0e1b56c309dde1994e0b2870ceaef667fc5d3c30c3c421dc05861a6c857587&width=1280&height=853)
![Como resposta, em 7 de fevereiro de 2023, a prefeita de Paris — cidade sede do evento —, Anne Hidalgo considerou que a bandeira neutra "não existe realmente" e se opôs à presença de russos em território francês, enquanto houver guerra.
"Não sou a favor dessa opção, acharia totalmente indecente [...] Um país que está agredindo outro não pode desfilar como se isso não existisse", disse](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/UYSYVCL6CVJIPI5NRT5AVSUNYU.jpg?auth=4ae40c306b76d5252b852741d96eaf59c47285fb5c3e008d596849e0fea12472&width=1280&height=852)
![Além das críticas por parte da França, atletas ucranianos também acusaram Thomas Bach, presidente do COI, de estar "do lado errado da história".
O alemão resolveu mencionar em 13 de fevereiro de 2023, durante entrevista em Courchevel, na França, no Mundial de Ski Alpino que encontraria uma solução "justa à missão do esporte, que é unificar". "
A história mostrará quem está fazendo mais pela paz: aqueles que tentam manter as linhas abertas para se comunicar ou aqueles que querem isolar ou dividir [...] Nosso papel é unir as pessoas", pontuou](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/J26GMNYW2BNQRDAUSUCR56WHTQ.jpg?auth=003a1161ca053b2a561906f0efdc54f9b93af19426f4cc9a2ccabfddaf514d90&width=1280&height=854)
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![Sem mencionar a discussão, em 1º de março de 2023, a ministra da Interior da Alemanha, Nancy Faeser, mostrou apoio aos atletas ucranianos e ofereceu instalações esportivas, chamadas 'Olympiastützpunkten', para que eles treinem antes do início dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. "A horrível guerra de agressão russa também atingiu diretamente o esporte ucraniano", comentou ao expressar solidariedade ao país](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/BO4K6ADMMVPQ3D7SIEH74UTMTA.jpg?auth=2ee6aa750b22b149ea0570b90e0511b619b8b534a53c85171024858b8d300583&width=1280&height=853)
![Poucos dias mais tarde, em 4 de março de 2023, os comitês olímpicos de países africanos (ANOCA) concordaram com os posicionamentos do COI e defenderam a presença de russos em Paris-2024, sob uma bandeira neutra.
"Os políticos não podem pressionar o esporte e retirar os nobres valores intrínsecos que se baseiam na paz, união e solidariedade [...] nenhum atleta tem de pagar o elevado preço de um conflito, seja ele qual for e onde for", salientaram em nota](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/7C6GQGUYDFI5ZGWJYXOK5OFEHE.jpg?auth=14b35cb7751a293ddc18c9fa5046aeccad236f61e2b533940a0cb11dcc427750&width=1280&height=818)
![A discussão, que começou a envolver cada vez mais países e federações, incomodou novamente a prefeita de Paris, que em 14 de março de 2023 reiterou que "fará de tudo" para que os atletas da Rússia e de Belarus não disputem no evento.
"Não consigo imaginar por um segundo que o COI queira deixar tal legado [incluir russos e belarrussos]. Então, farei tudo o que puder para garantir que isso não aconteça [...] O fato do COI ter escolhido Paris para a celebração destas Olimpíadas é um sinal muito forte, porque é a capital dos direitos humanos", disparou](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/NCWO4ZZ3B5NRZJCHWQX4KVXITQ.jpg?auth=4850081de93f635b3052c384f281c671c0ae71e8aea7f31c05caec4a7d91e88f&width=990&height=682)
![As réplicas e tréplicas continuaram duas semanas depois, em 28 de março de 2023, quando novamente a ministra alemã considerou uma "bofetada nos atletas ucranianos" a inicitiva do COI em integrar os atletas na competição.
"O esporte internacional deve condenar com toda intensidade a guerra de agressão brutal comandada pela Rússia. Não há o que fazer a não ser excluir completamente os atletas russo e belarussos das competições internacionais", defendeu Faeser](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/6TFCCS5D7VMM3A27ACOCQSEQO4.jpg?auth=0bbf08c5418593895a319a24a037834c439c9dcfff5d9c8a59fbd71bd6d86893&width=1280&height=853)
![Nem mesmo o Comitê Russo deixou de criticar o COI. No entanto, as críticas não eram pela tentativa de reintegrar os altetas, mas sim pelos critérios exigidos. Para o presidente da entidade russa, Stanislav Pozdniakov, a decisão é uma "farsa", que viola direitos internacionais.
"Essa postura contradiz a Carta Olímpica. Exigimos as mesmas condições para os esportistas de todos os países", afirmou em 28 de março de 2023, ao classificar os critérios como "gratuitos, excessivos e sem fundamento jurídico"](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/FXNLMXVVXRNLXHHGJYXKSJDBU4.jpg?auth=4d0085db8f5be19e80c99c9af01ecd24dc8af717e1bf8bffd71b5eb6d7911ba5&width=1280&height=853)
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![Thomas Bach, Volodymyr Zelenskiy, COI](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/ZAUCFLM4EJOGTI5W7GFKOP2A64.jpg?auth=25a2e3e248b7d19ede99cbec058c9f74a6fa0c0862792f76ce5f6886e829c59c&width=660&height=440)
![Em 30 de março de 2023, Thomas Bach se reuniu com a alta cúpula do COI para discutir a presença dos russos e belarussos, e declarou como "deplorável" o posicionamento de alguns países.
"É deplorável ver que há governos que não querem respeitar a opinião da maioria, tampouco a autonomia do esporte [...] Não vimos um único comentário a respeito da postura deles sobre a participação de atletas de países das outras 70 guerras e conflitos armados ao redor do mundo", retrucou](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/CN2VNJF5SVP5RC5YYVVJLAVQFY.jpg?auth=253bd14324eaa93f295cc1282a16f2f8f0ca924a53d22fbc0649455a479e6c4f&width=1280&height=853)
![No mesmo dia, em 30 de março de 2023, o primeiro-ministro da Ucrânia proibiu que atletas ucranianos disputem contra russos nas classificatórias para Paris-2024. Além da França e da Alemanha, Portugal, Grécia, Japão, Itália, Estados Unidos, Canadá e Reino Unido são contra a participação de esportistas da Rússia e Belarus nos próximos Jogos Olímpicos](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/3Z3IBYZMZNP57BE3YKRSW42MKA.jpg?auth=a0e2617f3f53593e6d105dc37da271fdf421fd6ba1f385630f41c2e15c44b63f&width=1280&height=869)
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