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Ex-babá é a esperança da primeira medalha de Israel no atletismo

Nascida no Quênia, Lonah Chemtai Salpeter trabalhava para um diplomata e entrou no esporte por acaso

Olimpíadas|Eugenio Goussinsky, do R7

Lonah venceu o Campeonato Europeu de Atletismo
Lonah venceu o Campeonato Europeu de Atletismo

Muitas das perspectivas de Israel estão voltadas para o esporte como prática de vida e não para o alto rendimento. O país é apaixonado por esportes, tem um basquete muito evoluído, mas, em Olimpíadas, não tem um número grande de medalhas. São sete em Jogos Olímpicos, a primeira com a judoca Yael Arad, que conquistou a prata em 1992.

Lonah tem fortes laços com Israel
Lonah tem fortes laços com Israel

Nesta Olimpíada de Tóquio 2020, no entanto, as expectativas aumentaram e, além de levar a maior delegação da história, com 90 atletas, Israel tem a perspectiva concreta de conquistar uma inédita medalha de ouro no atletismo.

A mais próxima de obter o feito é a corredora Lonah Chemtai Salpeter, de 32 anos, uma maratonista com uma história de superação, oportunidades e acasos.

Nascida no Quênia, Lonah passou uma infância quase sem perspectivas, tendo crescido em uma pequena aldeia da tribo de Pokot dos Kalenjin, sem água encanada e eletricidade.


Lonah pode conquistar medalha nos Jogos
Lonah pode conquistar medalha nos Jogos

Com a vitória na maratona de Tóquio, em 2020, com o sexto melhor tempo da história da modalidade, Lonah é um exemplo de esportistas vindos de fora que se tornam cidadãos israelenses e acabam contribuindo de alguma maneira com o país. Ela adotou a religião judaica e mostra forte envolvimento com os assuntos israelenses.

"Os atletas judeus que imigram para Israel e recebem cidadania aqui ajudam a trazer para o nosso esporte a autodisciplina que falta aqui para os israelenses nascidos em Israel. Eles trazem um patamar mais elevado de treinamento, um nível mais alto de profissionalismo", afirma, ao R7, Shlomy Daniely, locutor de esportes do canal Sport1, que acompanhou de perto as conquistas recentes do esporte israelense, como a única medalha de ouro do país, conquistada por Gal Fridman na vela, categoria Mistral, nos Jogos de Atenas, em 2004.


"Eu estava no barco que navegava ao lado do de Fridman", conta Daniely.

De babá a atleta

Quando Lonah se tornou babá dos três filhos de um diplomata, embaixador do Quênia em Israel, para onde ela foi em 2008, aos 20 anos, ela não imaginava que sua vida iria mudar tanto.


Isso ocorreu desde que, por acaso, experimentou participar de uma corrida de 10.000 metros em Tel Aviv, após a embaixada buscar voluntários na equipe para integrar o evento, se entusiasmou com o esporte, tão popular em seu país de origem.

Nos tempos livres, pela manhã e à noite, conforme contou ao The Times of Israel, ela passou a treinar no parque, até ser contatada por Moti Mizrahi, que treinava um grupo no local e achou que ela tinha boas qualidades. Treinando com Moti, Lonah ficou em segundo lugar na sua primeira corrida, em Tiberíades.

Após uma contusão, Lonah acabou conhecendo o corredor Dan Salpeter, companheiro de quarto do fisioterapeuta dela. Ele se tornou seu treinador e posteriormente, marido. Tiveram um filho em 2014, Roy, hoje com seis anos.

Já no atletismo, Lonah teve de sair de Israel e até vencer corridas como queniana, antes de se tornar cidadã israelense, após um processo burocrático. Antes, ela havia se casado em Nairóbi, em 2014, com Salpeter, já que seu visto de trabalho havia expirado em Israel.

Depois de casada, e com a cidadania israelense, ela se tornou uma corredora de enorme potencial, mas sensível a altos e baixos.

Na Olimpíada de 2016 no Rio, Lonah não conseguiu completar a maratona, por ter sentido dores em parte relativas às complicações da amamentação do filho.

Veio então a vitória nos 10.000 metros, em Berlim, no Campeonato Europeu de Atletismo, em 2018.

Mas, em setembro de 2020, ela parou durante a maratona no Campeonato Mundial de Atletismo em Doha, Qatar, por causa da alta temperatura e da baixa umidade.

Neste sentido, a vida esportiva de Lonah também precisou de superações, até ela conquistar a Maratona de Tóquio e se tornar a maior esperança de medalha israelense nos Jogos de Tóquio 2020, cidade onde, como se vê, ela já se consagrou uma vez.

"Israel espera que seja ela quem traga a primeira medalha do país no atletismo", completa Daniely.

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