Comitê dos Jogos de Tóquio estima custos de até US$ 16,8 bilhões

Segundo especialistas, Olimpíadas de 2020 podem ser quatro vezes mais cara que Rio 2016

Olimpíadas|Do R7

21/12/2016 - 10h40 (Atualizado em 20/04/2024 - 17h31)

Se engana quem pensa que os japoneses farão uma edição
megalômana dos Jogos Olímpicos em 2020. Nada disso. A ideia do comitê local é
justamente a contrária. Realizar a Olimpíada mais barata e sustentável de todos
os tempos

Seguindo cartilha recente do COI (Comitê Olímpico
Internacional), Tóquio 2020 será a primeira Olimpíada baseada em recomendações para
a organização de Jogos menos luxuosos, inverso ao que se viu em Pequim 2008,
quando gastos superaram a marca de US$ 42 bilhões (cerca de R$ 136 bilhões)

O orçamento inicial do comitê japonês previa um gasto de US$
3,4 bilhões (R$ 10,9 bilhões). Em termos comparativos, os Jogos Rio 2016
atingiram R$ 40 bilhões

Para isso, cinco instalações utilizadas nas Olimpíadas de
1964, a primeira realizada no Japão, serão remodeladas

Se no Rio o Velódromo Olímpico custou R$ 143 milhões, em
Tóquio, para economizar, as competições de ciclismo de pista acontecerão a 120
km da cidade, em Izu, em uma pista já existente

Ao todo Tóquio terá 34 palcos esportivos. São 19 já
existentes, sete temporários e oito novos

Entre as instalações das Olimpíadas de 1964 estão o Estádio
Nacional Yoyogi (handebol), o Ginásio Metropolitano (tênis de mesa), o Nippon
Budokan (judô), o Parque Equestre (hipismo) e o Enoshima Yatch Harbour (vela)

Outra medida para economizar o custo será a inexistência de
um Parque Olímpico concentrando diversas modalidades

Com um custo de US$ 2 bilhões (R$ 6,5 bilhões), o projeto
audacioso do Estádio Olímpico foi trocado por um mais modesto, com capacidade
para 68 mil pessoas e design simples

Em Tóquio 2020 o símbolo do infinito vai dividir a cidade em
duas áreas: a Zona da Herança, na parte de cima, onde se concentram os ginásios
dos Jogos de 1964, e a Zona da Baía de Tóquio, onde novos ginásios e arenas
serão construídos. E na intersecção do infinito (o ponto vermelho na foto)
ficará a vila olímpica

O comitê organizador garante que os atletas chegarão nas
arenas em no máximo 30 minutos

“Queremos dar continuidade ao que está sendo feito no Rio,
seguindo o exemplo do baixo custo, da sustentabilidade e sem elefante branco e
desperdício. Vamos trabalhar ainda com o que chamamos de 'conceito de 3Rs', que
é reduzir, reutilizar e reciclar. Esses são os princípios que nortearão os
Jogos Olímpicos de 2020”, disse recentemente Yuriko Koike, governadora da cidade de Tóquio

Tóquio sediará os Jogos Olímpicos entre os dias 24 de julho
e 9 de agosto de 2020

Bem-vindo à Vila Autódromo, símbolo da resistência das desapropriações olímpicas no Rio

Se engana quem pensa que os japoneses farão uma edição megalômana dos Jogos Olímpicos em 2020. Nada disso. A ideia do comitê local é justamente a contrária. Realizar a Olimpíada mais barata e sustentável de todos os tempos

Os Jogos Olímpicos de Tóquio, podem custar até US$ 16,8 bilhões (cerca de R$ 56,5 milhões), valor superior ao que foi desembolsado para organizar a Olimpíada do Rio de Janeiro, em agosto deste ano. Os Jogos do Rio custaram oficialmente R$ 39,07 bilhões, segundo última avaliação do Comitê.

Esses valores foram as primeiras estimativas divulgadas pelo Comitê de Tóquio 2020 desde que a candidatura em 2013. A demora para estipular uma previsão inicial de custos vinha preocupando o Comitê Olímpico Internacional (COI), pois pouco depois de vencer a eleição para sediar os Jogos, autoridades japonesas avaliaram o custo da futura Olimpíada em 734 bilhões de ienes, equivalente a US$ 6,2 bilhões (cerca de R$ 21 bilhões). Previsão considerada subestimada pelo COI.

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O grande aumento em relação ao que foi divulgado e a primeira análise das autoridades tem a ver com a valorização dos custos com infraestrutura decorrentes do terremoto e tsunami dem 2011. O primeiro alvo de preocupação foi o estádio Olímpico, que surpreendeu o Comitê por conta de seu valor, e justamente em um período onde a entidade tenta reduzir os gastos por conta da rejeição de futuras candidaturas, como ocorrem com Roma e Boston, que desistiram de ser sede dos Jogos de 2024 por conta do custo de investimento altíssimo.

Foi inesquecível. 17 dias de competições que ficarão para
sempre na lembrança não só de brasileiros, mas do mundo, que se encantou com a
alegria verde-e-amarela e momentos esportivos belíssimos. Os Jogos Rio 2016 acompanharam
as últimas braçadas de Michael Phleps, enquanto, por outro lado, viram nascer novas
lendas como Simone Biles, a pródiga ginasta norte-americana. Usain Bolt, Mo
Farah, Serginho, Djokovic e outras feras também escreveram capítulos decisivos
em suas trajetórias olímpicas aqui no Brasil. Alguns levaram medalha para casa,
outros deixaram lágrimas, mas todos, sem exceção, jamais se esquecerão das
Olímpiadas mais alegres e emocionantes da história. Valeu, Rio!

Diferentemente de todas as cerimônias de abertura das
Olimpíadas, o evento que deu início à Rio 2016 foi marcado pela criatividade. O
ponto alto foi quando Vanderlei Cordeiro de Lima, maratonista bronze em Atenas
2004, acedeu a pira olímpica, desvendando o mistério que se arrastava desde que
o Brasil foi escolhido como sede

Na prova dos 4x100 medley, Michael Phelps, mais uma vez, subiu ao lugar mais alto do pódio, conquistando a sua última medalha na Rio 2016 e, provavelmente, a última da mais vitoriosa carreira olímpica da história

Outro astro do esporte presenta no Rio de Janeiro foi o tenista Novak Djokovic. Fã de Guga, o sérvio conquistou os brasileiros, que, como forma de retribuição, torceram para ele na estreia dos Jogos. No entanto, o número 1 do mundo perdeu para Del Potro e foi eliminado do torneio de simples, indo às lagrimas ao despedir-se da torcida

O espírito olímpico latejou nos 5.000 m rasos. A americana
Abbey D'Agostinho tropeçou na adversária Nikki Hamblin, da Nova Zelândia,
torceu o joelho direito e ainda assim prosseguiu na prova, amparada por sua
adversária

A conquista deixou todo o País emocionado

A seleção masculina de futebol não fazia bom início de Copa do Mundo. Já a feminina, encantava aos brasileiros. Com isso, um torcedor-mirim não teve dúvidas: riscou Neymar da camisa, colocando o nome de Marta no lugar. A imagem viralizou nas redes sociais

Os Jogos do Rio também viram um fã barrar uma lenda. Aos 13
anos, Joseph Schooling era apenas um jovem garoto de Cingapura louco por uma
foto com Michael Phelps. Mas, oito anos depois, ele conseguiu mais do que uma
foto, conseguiu vencer o seu ídolo nas piscinas. O feito inesquecível veio nos
100 m borboleta

No quinto dia de competição, a norte-americana Simone Biles conquistou a primeiro das quatro medalhas de ouro que levou nos Jogos Olímpicos. A nova lenda da ginástica se tornou um dos xodós dos brasileiros

A nova lenda da natação norte-americana assombrou o mundo na Rio 2016. Com apenas 19 anos, Katie Ledecky entrou para a história dos Jogos ao conquistar quatro medalhas de ouro, batendo o recorde mundial em duas provas

Teresa Almeida, goleira da seleção de handebol de Angola,
não teve o mesmo sucesso, mas caiu nas graças da torcida brasileira. Ela virou
xodó do público presente na Arena do Futuro por conta de seus quilinhos a mais,
que não a impediram de fazer uma grande competição. Angola chegou às quartas de
final e só parou na campeã Rússia

Dia 7
Mayra Aguiar conquistou a terceira medalha do Brasil nos Jogos Olímpicos. Ela faturou o bronze na categoria até 78 kg, repetindo o desempenho de Londres 2012

No judô, a torcida brasileira conheceu mais uma lenda do esporte mundial. O francês Teddy Riner foi bicampeão olímpico, aumentado sua invencibilidade em mais de 110 vitórias. No mesmo dia, o brasileiro Rafael Silva, o Baby, conquistou o seu segundo bronze em Jogos Olímpicos

Na premiação dos 200 metros medley, Michael Phelps, com a medalha no peito, chorou como se estivesse subindo ao pódio pela primeira vez na carreira

Depois, nos 4x100 medley a lenda encerrou a sua carreira olímpica com outra medalha de ouro. No total, o recordista conquistou 28 medalhas, sendo 23 delas de ouro, outras três de prata e duas de bronze

No segundo dia do atletismo, uma cena emocionou os presentes no Engenhão. A etíope Etenesh Diro perdeu a sapatilha durante umas das provas e concluiu a competição descalça. Após o término, foi amparada pelos paramédicos

Dia 10
O domingo da ginástica reservou fortes emoções aos brasileiros. Pela primeira vez na história da ginástica, dois brasileiros subiram ao pódio na mesma prova. Diego Hypólito e Arthur Mariano ficaram com a prata e o bronze, respectivamente, na prova do solo, para delírio da torcida

A noite do décimo primeiro dia de competições nas Olimpíadas teve outro feito marcante para o Brasil. Na disputa do salto com vara, o jovem Thiago Braz, de apenas 22 anos, bateu o francês Renaud Lavillenie, favorito ao bicampeonato olímpico, e levou a medalha de ouro ao saltar mais de seis metros

Aos pouco, Robson passou a levar a carreira de boxeador mais a sério. Disputou as Olimpíadas de Pequim em 2008, onde foi eliminado ainda no primeiro combate. Três anos mais tarde ficou com a medalha de prata no Pan-Americano de 2011. Participou dos Jogos de Londres 2012, mas novamente parou na estreia

Não foi apenas alergia que o brasileiro viveu nos Jogos Olímpicos. Após atropelar todas as adversárias na primeira fase da competição, a seleção feminina de vôlei perdeu para a China as quartas de final, para a tristeza de todos os que acreditar na conquista do tricampeonato

A mesma decepção tiveram as meninas do futebol. O Brasil se
classificou para as semifinais, mas após derrota para a Suécia viu o sonho de
medalha desaparecer de vez com o revés para as canadenses na disputa pelo
terceiro lugar

Ele não deixa o bom humor de lado nem na hora das competições

O atletismo também consolidou o reinado do simpático Mo
Farah. O britânico de 33 anos venceu as provas dos 5.000m e 10.000m rasos. Com
as conquistas, Farah obteve seu “double double”, o bicampeonato Olímpico das
provas de longa distância – ele venceu também em Londres 2012. Além disso, o
britânico é bicampeão mundial nas duas provas

Cenas marcantes e emocionantes se sucederam durante os 17
dias de competições. No tênis feminino, Monica Puig derrotou a alemã Angelique
Kerber na final e conquistou a primeira medalha de ouro da história de Porto
Rico

Em 1999, um massacre ceifou milhares de vidas nos Balcãs no processo de independência do Kosovo, antiga região da Iugoslávia. Na Rio 2016, a pequena e nova república comemorou a sua primeira medalha na história dos Jogos Olímpicos com olhos marejados. Na categoria até 52 kg, a judoca Majlinda Kelmendi colocou a bandeira azul no lugar mais alto do pódio e fez soar o hino dos kosovares na Arena Carioca 2

O que dizer então desta cena? Depois de vencerem a Argentina
na prorrogação do rúgbi, os jogadores ingleses consolaram os rivais numa bela lição
de espírito olímpico

Um dos esportes mais vitoriosos da história olímpica do Brasil, a vela não havia conquistado nenhuma medalha até o último dia de competições. No entanto, com a família Grael representada na Marina da Glória, a dupla Martine Grael e Kahena Kunze venceu a categoria 49er FX e ficou com o ouro

Horas após a conquista da vela, o Brasil subiu no lugar mais alto do pódio, de novo. Com a dupla Alison e Bruno, o Brasil voltou a conquistar a medalha de ouro no vôlei de praia

Dia 15
Recordista mundial da marcha atlética, o francês Yohann Diniz foi exemplo de superação no antepenúltimo dia das Olimpíadas. Após sofrer com problemas estomacais, o atleta chegou a desmaiar. No entanto, o francês se recuperou e terminou a prova na oitava colocação

Isaquias Queiroz entrou para a história olímpica do Brasil ao conquistar sua terceira medalha na Rio 2016. Ele se tornou o atleta que mais vezes subiu ao pódio em uma única edição dos Jogos Olímpicos

Após anos e anos de fila, a seleção masculina de futebol finalmente conquistou o tão sonhado ouro olímpico. Em um jogo emocionante, o Brasil venceu a Alemanha nos pênaltis

A última grande alegria da torcida brasileira aconteceu no último dia das Olimpíadas. Após um início ruim, a seleção de Bernardinho se reinventou na competição e conquistou o tricampeonato olímpico no vôlei de maneira incontestável. O jogo marcou a despedida do líbero Serginho

Depois da Copa 2014 e da Rio 2016, o Brasil se despediu dos
grandes eventos esportivos. Mais uma vez, a capacidade de organização em meio
ao caos foi o grande legado para o mundo. Do medo à consagração. Valeu, Rio!

Veja os destaques de cada um dos 17 dias de competições da Rio 2016

Foi inesquecível. 17 dias de competições que ficarão para sempre na lembrança não só de brasileiros, mas do mundo, que se encantou com a alegria verde-e-amarela e momentos esportivos belíssimos. Os Jogos Rio 2016 acompanharam as últimas braçadas de Michael Phleps, enquanto, por outro lado, viram nascer novas lendas como Simone Biles, a pródiga ginasta norte-americana. Usain Bolt, Mo Farah, Serginho, Djokovic e outras feras também escreveram capítulos decisivos em suas trajetórias olímpicas aqui no Brasil. Alguns levaram medalha para casa, outros deixaram lágrimas, mas todos, sem exceção, jamais se esquecerão das Olímpiadas mais alegres e emocionantes da história. Valeu, Rio!

Podendo superar as Olimpíadas de Londres, que segundo especialistas da Universidade de Oxford foram gastos US$ 15 bilhões, o Jogos de Tóquio quase quatro vezes mais que o valor investido para a Olimpíada deste ano, que segundo os ingleses custou US$ 4,6 bilhões.

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Apesar disso, John Coates, um dos vice-presidentes do COI, elogiou o esforço do Comitê Tóquio 2020 de reduzir gastos. "Estamos felizes pelo progresso que continuamos a fazer. Eles vão seguir trabalhando e protagonizando este papel importante com o processo do orçamento", declarou.

Coates fez questão de destacar que, do valor total estimado, US$ 4,7 bilhões serão bancados patrocinadores, contribuições do COI e outras fundos privados. Os restantes US$ 12,1 bilhões deverão ser bancados pelas esferas governamentais do Japão.