Chegada de Michael Jordan deu ares de cinema aos jogos da NBA
Chicago Bulls criou apresentação hollywoodiana para anunciar entrada do superastro nas partidas da principal liga de basquete do mundo
Olimpíadas|André Avelar, do R7

O Chicago Bulls mudou os rumos da principal liga de basquete do mundo no final da década de 1980. O superastro Michael Jordan, claro, puxava a fila de sucesso já no anúncio das escalações dos times no ginásio em Illinois, nos Estados Unidos, em uma história pouco conhecida até mesmo na NBA.
Naquela época, ainda sem títulos na liga, os Bulls sabiam que precisavam inovar se quisessem realmente se tornar grandes — os rivais Boston Celtics, Detroit Pistons, Los Angeles Lakers e Philadelphia 76ers dominavam as atenções do público e da mídia. A cidade, tão vencedora em outros esportes americanos, precisava se inserir também no basquete.

Foi aí que apareceu um nome que conduziu a construção de uma era não só no time, como também na história do esporte mundial. Do alto do seu 1,98 metros, 90 quilos, um jovem de 21 anos, vindo da faculdade da Carolina do Norte, colocou a bola embaixo do braço e chamou o jogo para si. Mesmo assim, Jordan penou longos anos até conseguir seus seis títulos, de 1991 a 1993 e de 1996 a 1998.
Não importava. Desde o primeiro momento, era notório que a chegada do camisa 23 merecia, no mínimo, uma trilha sonora digna dos grandes filmes. Já muito badalado desde mesmo antes de chegar à NBA, a terceira opção no draft de 1984 (sistema da NBA para escolha dos jogadores vindos da universidade) não poderia ter somente o nome anunciado pelo locutor do ginásio.
O locutor Tommy Edwards também se incomodava com a passividade da torcida antes dos jogos. Os jogadores entravam em quadra sem sentir a atmosfera de um jogo da NBA. Até que em uma sessão de cinema, antes do filme começar, se sentiu impactado pela música “Sirius”, do The Alan Parsons Project. A ideia foi levada para a diretoria esportiva que ainda incrementou a ideia, como contado no site americano The Ringer:
“Nós vamos apagar as luzes e ter um holofote nos jogadores do Bulls durante as apresentações”, disse Edwards. “Pelo que sei, essa foi a primeira vez que um time da NBA desligou as luzes durante a apresentação do time. Isso fez o jogo parecer muito especial e realmente jogou holofote nos nossos jogadores.”
A TV também passou a dar mais importância para o momento. Não demorou muito e a ideia foi copiada por outros times da liga e também de outros esportes. Mesmo para quem não tinha um Michael Jordan no time passou a usar a estratégia para ganhar audiência e simpatia do público.

"Isso não é um blackout. É para dar um pouco mais de drama para o público. Apesar de não estarmos em Los Angeles, a escuridão no ginásio de Chicago dá um ar hollywood para a apresentação", disse o narrador, antes de uma partida entre Bulls e Milwaukee Bucks, nos playoffs de 1985.
“Você ouvia um ruído que começava baixinho na multidão, com uma admiração tremenda que começava a levar você para outro lugar. Era de arrepiar os cabelos”, contou Rick Telander, do Chicago Sun-Times.
Mesmo sem um título desde a Era Michael Jordan, a tradição se manteve. Apesar da mudança de ginásio em 1994, não era mais possível chamar apenas MJ, Scottie Pippen, Toni Kukoc, Dennis Rodman e Luc Longley com tanta empolgação.
Os adversários também se impressionaram. Em uma partida da temporada regular em 2016, o astro do momento Stephen Curry, do Golden State Warriors, confessou ficar emocionado com a abertura promovida pelos Bulls.
“Estava alongando na frente da mesa de placar e comecei a ouvir a música de introdução, esse hino... Trouxe de volta muitas lembranças das equipes dos Bulls com o Jordan aqui”, disse Curry.
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