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Bruninho pede adiamento dos Jogos: 'Hora de pensar na saúde mundial'

Campeão olímpico em 2016 com a seleção brasileira de vôlei, levantador atualmente vive na Itália, pais mais afetado com o coronavírus no mundo

Olimpíadas|Mauro Junior, da Record TV

Bruninho é um dos heróis do ouro olímpico em 2016
Bruninho é um dos heróis do ouro olímpico em 2016

Poucos atletas sabem tão bem como é disputar uma edição de Jogos Olímpicos como Bruno Rezende, o Bruninho, levantador da seleção brasileira de vôlei desde 2006. O atleta, que já participou da competição três vezes, conquistando medalhas em todas elas, sendo a mais especial a de ouro no Rio de Janeiro, em 2016, está praticamente no epicentro do novo coronavírus.

Bruninho joga desde 2018 no Lube Civitanova, da comuna de Treia, e mora a poucos quilômetros dali, em Porto Civitanova, litoral leste da Itália. A cidade faz parte da província de Macerata, na região de Marcas, que já registrou cerca de 2 mil casos do covid-19. Em toda a Itália, o vírus já infectou quase 50 mil pessoas, causando a morte de mais de 4 mil.

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"Por aqui, foi decretada a zona vermelha desde o dia 10 de março. Comércio fechado, supermercados e farmácias apenas abertos. Então, eu fico o dia todo em casa na quarentena. A gente espera que entre uma e duas semanas, o pico das contaminações possa diminuir, mas só se o povo italiano continuar estas medidas drásticas", comentou o atleta de 33 anos, em entrevista à Record TV.

"As autoridades demoraram um pouco aqui para algumas medidas. A coisa toda acabou perdendo a mão e tiveram de tomar medidas drásticas, diferente do Brasil, que essas medidas foram tomadas mais rapidamente. O que vale agora é a conscientização, que o povo possa realmente respeitar isso’, revelou Bruninho.


O Campeonato Italiano está suspenso desde o último dia 10, mas ainda não foi cancelado. A expectativa é que a vida esportiva na Itália retome no fim de maio. Em 2019, Bruninho foi campeão italiano, do Mundial de Clubes e da Liga dos Campeões com o Civitanova. Isolado por causa da pandemia, ele continua se preparando fisicamente.

"O mais importante neste momento é poder passar por este vírus o mais rapidamente possível, pensar na saúde das pessoas mais do que qualquer partida, mais do que qualquer esporte. Mas tento me manter em atividade. Trouxe alguns pesos livres para casa, tenho corda, e procuro me manter ativo pelo menos uma hora e meia por dia, suando um pouco, porque na hora que a pandemia passar, a gente vai ter de voltar para a quadra e vai ter de ter perdido o menos possível fisicamente”, contou o levantador, ao mostrar os equipamentos em casa.


Perto de disputar os Jogos Olímpicos pela quarta vez na carreira, Bruninho acredita que, apesar da resistência encontrada no COI, que quer a todo custo realizar o maior evento esportivo do mundo na data prevista (a abertura está marcada para o dia 24 de julho), o mais prudente seria o adiamento dos Jogos de Tóquio. "É o sonho de qualquer atleta, a gente trabalha quatro anos para as Olimpíadas. Mas hoje está em jogo muito mais do que o esporte. Claro que faltam quatro meses. Eu acredito que, na cabeça deles, passou que isso tudo possa melhorar, mas eu não acredito que esta seja a melhor saída. Um adiamento seria a melhor coisa até para dar mais tempo para preparação. Caso os Jogos aconteçam, muitos atletas chegarão lá de maneira diferente do que chegariam em um momento normal. Existem países que vão sofrer mais tempo, existem os que vão sofrer menos tempo. Nem todos os esportes já estão definidos com as vagas. Existem outros torneios pré-olímpicos a serem feitos que, hoje, estão suspensos. É difícil saber quando todo mundo vai estar livre desta pandemia. Neste momento, a gente precisa pensar na saúde mundial e não no esporte", finalizou.

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