Bicampeão mundial no salto em distância indoor, brasileiro embolsa grana e já mira outros títulos

Ao repetir, no último fim de semana na Polônia, a conquista do Mundial Indoor de 2012, o brasileiro Mauro Vinícius da Silva, o Duda, deu-se por satisfeito. Afinal, chegou novamente ao topo do mundo na competição mais importante da atual temporada, igualou seu recorde no salto em distância indoor (8,28 m), embolsou uma grana e ainda satisfez os patrocinadores. Só que isso ainda é pouco para ele, que sonha com resultados tão bons assim no Mundial de pista aberta, em 2015, e nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.

E Duda garante ter condições para isso, a despeito do fato de seus principais títulos terem saído em estádios fechados:

— Meu desempenho no indoor é melhor mesmo, mas já saltei 8,31 m no outdoor, três centímetros a mais do que já consegui indoor. Faltou pouco para eu conseguir uma medalha no Mundial de Moscou, em 2013, mas acho que eu não tive sorte lá. Não precisa cobrir a pista para eu ganhar (risos)

Brasileiro Duda conquista bi mundial no salto em distância indoor

Duda recebe ouro no Mundial e se emociona ao citar pai

O treinador Aristides Junqueira, o Tide, é ainda mais enfático:

— Vamos trabalhar para estarmos de volta aqui com medalha depois do Mundial e da Olimpíada. Às vezes uma pessoa pode entender que sou arrogante, mas deixei a chácara que moro com minha esposa, com quem sou casado há 40 anos, e vim morar em um apartamento minúsculo em São Paulo para treinar o Duda esta temporada. Você acha que, se eu não acreditasse nele, faria isso?

Tide sonha, inclusive, com uma marca bem acima daquelas que Duda já conseguiu na carreira:

— A minha programação com ele era chegar em pelo menos 8,50 m, mas ele teve algumas lesões ao longo da temporada e tive que parar os treinos de salto, focando mais na força e na velocidade da corrida. Não chegamos nem próximos do que ele poderia. Esperamos resultados melhores

Dinheiro no bolso, mas gastos ficam pra depois

Ainda saboreando a conquista, Duda mal vai ter tempo para descansar: nesta quarta (12), ele já embarca para o Chile a fim de defender o Brasil nos Jogos Sul-Americanos. Com isso, ele não terá tempo de gastar as 300 gramas de ouro que recebeu como premiação de seu clube, a BM&F Bovespa. A quantia é avaliada em aproximadamente R$ 30 mil.

O jeito então vai ser lembrar de toda emoção envolvida em sua conquista na Polônia, onde ele chegou à marca que lhe rendeu o título somente no último dos seis saltos permitidos. Para aumentar a tensão, ele ainda precisou aguardar a tentativa do chinês Jinzhe Li, que errou, para confirmar a conquista.

— Eu não acreditei! Estava em um lugar onde não tinha uma visão completa, então demorei para ver que o juiz tinha levantado a bandeira dizendo que ele tinha queimado o salto, que foi muito bom. Sabia que o chinês estava muito bem na competição e ele ia para o tudo ou nada. Só que, sob pressão, às vezes a pessoa exagera...