Berço do judô, Japão mostrará força da ‘arte suave’ em Tóquio 2020
Arte marcial nasceu em 1882 e ganhou ginásio para divulgar sua história nos Jogos Olímpicos de 1964. Disciplina é chamariz para prática no Brasil
Olimpíadas|André Avelar, do R7
O judô em Tóquio 2020 será uma verdadeira viagem no tempo. Berço do esporte lá atrás, em 1882, o Japão contará toda a força da ‘arte suave’ a começar pelo local da competições: o Nippon Budokan, que foi inaugurado para a primeira edição dos Jogos Olímpicos no país, em 1964, carrega todos os elementos de sua rica história.
Depois que os samurais foram proibidos de usar espadas no Japão, houve naturalmente um declínio das artes marciais. O jiu-jitsu era considerado muito perigoso e, naquela época, não era aceito como esporte por suas técnicas até mortais. Daí então, o nascimento do “ju” (que expressa “suave”, “suavidade”, em japonês) “do” (equivalente a “caminho”).
O professor Yoshiyuki Shimotsu, que aos 69 anos garante que tem mais de 62 só de judô, explicou que o “caminho não é tão suave” assim já que existe bastante disciplina e treino.
“No judô, não existe nenhuma técnica que possa machucar o adversário. Existes técnicas de imobilização, mas sem que o oponente quebra um braço por exemplo”, disse o judoca de sétimo dan, entre as maiores graduações do esporte. “No Japão, o judô é uma das artes mais respeitadas, principalmente, em termos de educação. Aqui no Brasil, herdamos esses ensinamentos.”
Toda essa história foi materializada no Budokan. O judô fez sua primeira aparição no programa olímpico justamente em Tóquio 1964. Depois de algumas reformas, hoje o local comporta 11 mil pessoas e recebe eventos e cerimônias do governo japonês, além de competições locais — será também a casa do karatê, outra arte marcial japonesa que fará sua estreia nos Jogos Olímpicos.
Judô nas escolas
Pelos benefícios causados pela prática do judô, sobretudo na infância, Brasil e Japão assinaram na última semana um memorando para estimular o judô nas escolas. Além do intercâmbio técnico, o documento prevê em ações ainda não-concretas a inclusão da arte marcial no currículo escolar brasileiro.
“Trabalharemos para expandir a prática do judô entre as crianças em idade escolar. Acreditamos que o esporte é a melhor ferramenta de transformação da vida humana. Ele forma cidadãos e transforma realidades”, disse Décio Brasil, secretário Especial do Esporte, do Ministério da Cidadania.
Curta a página de Esportes do R7 no Facebook
Jesus, Neres e 'galáticos': craques podem reforçar o Brasil em Tóquio