Atletas pedem investigação para que esporte olímpico não esmoreça
Rio 2016 foi acusada de compra de votos para receber Jogos Olímpicos
Olimpíadas|André Avelar e Dado Abreu, do R7
Diante da falta de credibilidade do olimpismo brasileiro mesmo após a Rio 2016, atletas na ativa e aqueles que já escreveram sua história nas ricas páginas da memória esportiva verde-amarela pedem profunda investigação dos fatos. O temor unânime é que o esporte perca sua força atolado em esquema de corrupção.
EsportesR7 no YouTube. Inscreva-se
A operação Unfair Play (tradução livre para “jogo sujo”), desdobramento da Lava Jato, promoveu no início do mês ações de busca e apreensão para apurar suposta compra de votos para que o Rio de Janeiro fosse sede dos Jogos Olímpicos. O presidente do Comitê Olímpico do Brasil e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, foi convocado a depor na Polícia Federal.
Os atletas ficaram assustados ao ver uma pessoa que desde 1995 está à frente do esporte brasileiro sendo conduzido para prestar esclarecimentos. Mais do que isso, acreditam que ele também merece a oportunidade de se defender, do mesmo modo que tudo tem de ser investigado.
“Como ex-atleta e ligado ao esporte, vejo com tristeza profunda o que veio à tona sobre o COB e as Olimpíadas. O cargo do Carlos Arthur Nuzman deveria ser para ajudar o esporte. Esse é o princípio. Então, se tem algo estranho, como tudo indica que tem, é preciso punir muito bem. Mas, mesmo que eu seja um combatente do Nuzman, é preciso que fique claro que ele tem o direito de se defender, como qualquer pessoa”, disse Fernando Meligeni, tenista profissional por 13 anos, dono de uma medalha de ouro pan-americana.
Uma das vozes mais ativas entre os atletas da atualidade, Joanna Maranhão vai além. A nadadora de quatro Olimpíadas e oito medalhas de Pan-Americanos diz que, sem inclusive o COB, os ateltas ficam de mãos vazias diante de acusações de corrupção e casos de má gestão esportiva.
“Espero que a investigação prossiga e que todos que tenham envolvimento nisso sejam expostos. É sempre a mesma situação. Estamos começando esta faxina no Brasil, que acaba criando este clima de polarização”, disse Joanna. “A vida de um atleta olímpico é uma doação sobrenatural. Físico e mentalmente muito exaustivo. A gente acaba virando uma máquina e todo esse sistema se alimenta dessa alienação nossa em busca de rendimento para ter esse poder em cima da gente. ‘Cuida da sua carreira de atleta, cala a boca e treina, e eu tomo conta do resto’, pensam alguns dirigentes. E são pessoas que não estão cuidando da nossa carreira. Só estão botando dinheiro no bolso.”
No início da semana, os advogados disseram que Nuzman passou por medidas “absolutamente ilegais e injustificadas”. O dirigente pediu o desbloqueio de seus bens e alegou que os R$ 500 mil encontrados em espécies de diferentes moedas são para despesas de recorrentes viagens a trabalho. Além do dinheiro, chamou a atenção também um passaporte russo encontrado. Existe a suspeita de que esse possa ser um presente para a escolha de Sochi como sede dos Jogos Olímpicos de Inverno, em 2014.
{ "data": { "id": "59c302181d4206324a01d9fe", "name": "", "dimensions": "", "namespace": "videos", "content": "%3Ciframe%20width%3D%22560%22%20height%3D%22315%22%20src%3D%22https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fembed%2F6PybfjXjbo4%3Fstart%3D642%22%20frameborder%3D%220%22%20allowfullscreen%3E%3C%2Fiframe%3E" }, "embedded": { "_id": "59c302181d4206324a01d9fe", "content": "%3Ciframe%20width%3D%22560%22%20height%3D%22315%22%20src%3D%22https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fembed%2F6PybfjXjbo4%3Fstart%3D642%22%20frameborder%3D%220%22%20allowfullscreen%3E%3C%2Fiframe%3E", "dimensions": "", "embeddable_id": null, "name": "", "disable_adv": false, "section_name": "esportes", "videos": [] } }