Olimpíadas Atleta bielorrussa está 'em segurança' no Japão, informa COI

Atleta bielorrussa está 'em segurança' no Japão, informa COI

Krystsina Tsimanouskaya denunciou que foi forçada a abandonar os Jogos Olímpicos e voltar para seu país por criticar sua federação

AFP
A atleta bielorrussa Krystsina Tsimanouskaya

A atleta bielorrussa Krystsina Tsimanouskaya

Issei Kato/Reuters/01-08-21

A atleta bielorrussa Krystsina Tsimanouskaya está "em segurança" no Japão - informou o Comitê Olímpico Internacional (COI) nesta segunda-feira (2), um dia após a atleta denunciar que foi forçada a abandonar os Jogos Olímpicos e voltar para seu país por criticar sua federação nacional.

"O COI e a Tóquio-2020 falaram diretamente com a atleta Krystsina Tsimanouskaya ontem (domingo)", disse o diretor de Comunicações do COI, Mark Adams, nesta segunda-feira.

"Ela nos garantiu que estava bem e em segurança. Ela passou a noite em um hotel no aeroporto" de Tóquio-Haneda, e o COI planeja se encontrar com ela nesta segunda-feira para descobrir suas intenções e "apoiá-la", detalhou Adams.

Vários países europeus ofereceram asilo à velocista.

"As autoridades japonesas acabam de confirmar que a atleta Krystsina Tsimanouskaya recebeu nossa oferta de asilo", afirmou o ministro tcheco das Relações Exteriores, Jakub Kulhanek, no Twitter.

Autoridades de Polônia e Eslovênia também disseram terem oferecido asilo à atleta.

Funcionários do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) estão trabalhando no caso, revelou Adams.

O Japão continuará, por sua vez, "a cooperar estreitamente com as organizações envolvidas e tomará as medidas cabíveis", tratando este caso "de acordo com a lei", declarou o porta-voz do governo japonês, Katsunobu Kato, nesta segunda-feira, sem dar mais detalhes.

Os ministros das Relações Exteriores e da Justiça do Japão, bem como a polícia local, não quiseram comentar o caso, nem o ACNUR. A France Presse buscou contato com várias embaixadas de países ocidentais no Japão sem obter uma resposta.

Na noite de domingo (1º), Tsimanouskaya denunciou que foi forçada por seu técnico, Yuri Moiseyevitch, a deixar os Jogos Olímpicos e que, mais tarde, funcionários do Comitê Olímpico de Belarus acompanharam-na até o aeroporto para que voltasse para seu país.

Poucos dias antes, a atleta havia criticado duramente a Federação de Atletismo de seu país por obrigá-la a participar do revezamento 4x400 metros. Inicialmente, ela teria de correr as provas de 100 e 200 metros. Segundo Tsimanouskaya, a imposição se deveu ao fato de dois outros velocistas bielorrussos não terem passado nos controles antidoping.

Em entrevista, Tsimanouskaya disse que estava "com medo" de ser presa, se voltasse para a Belarus, e pediu a intervenção do COI.

O incidente ocorre no momento em que o governo do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, reprime opositores, jornalistas e militantes, para tentar impedir o movimento de protesto deflagrado em 2020 contra sua reeleição para um quinto mandato.

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