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Apaixonado pelo vôlei, brasileiro dá cara a tapa pelo Quênia nos Jogos

Luizomar de Moura ficou 11 dias na UTI por complicações da covid-19 e, recuperado, decidiu encarar desafio em Tóquio 2020

Olimpíadas|André Avelar, do R7, em Tóquio, no Japão

Luizomar de Moura, de 55 anos, levou Quênia pela primeira vez aos Jogos Olímpicos
Luizomar de Moura, de 55 anos, levou Quênia pela primeira vez aos Jogos Olímpicos

Um dos principais técnicos do vôlei brasileiro, Luizomar de Moura é um apaixonado pelo o que faz. Tanto que o treinador aceitou comandar a inexperiente seleção queniana em Tóquio 2020, sob o risco de não vencer nenhuma partida, mas viver o amor pelo esporte em uma edição de Jogos Olímpicos.

Na sexta-feira (2), tudo deve ficar ainda mais especial, e confuso, na cabeça do treinador. O Brasil enfrenta o Quênia na chave de grupos do torneio olímpico.

Quando você fica olhando para o teto numa UTI%2C sem saber se vai voltar ou não%2C tem que tomar jeito

(Luizomar de Moura, técnico do Quênia)

Luizomar ficou entre janeiro e fevereiro internado em um hospital na Grande São Paulo, sendo 11 dias na UTI, devido a complicações da covid-19. O susto foi enorme e, por isso, se recuperando bem de saúde, ficou decidido que iria se entregar ao projeto da FIVB (Federação Internacional de Vôlei) de desenvolvimento do esporte no continente africano.

“Quando você fica olhando para o teto numa UTI, sem saber se vai voltar ou não, tem que tomar jeito. Se não é no amor, é na dor”, disse o técnico, de 55 anos, que comanda o Osaco e categorias de base da seleção brasileira. “O pedido foi desafiador. Dar a cara a tapa aqui, numa Olimpíada… É diferente de um campeonato mundial por exemplo. Tem muita gente olhando.”


Chumba disse que é um prazer ter renomado treinador à beira da quadra em Tóquio 2020
Chumba disse que é um prazer ter renomado treinador à beira da quadra em Tóquio 2020

Com o histórico de campeão mundial com o Osasco em 2012, tendo revelado importantes jogadoras da seleção brasileira, como a ponteira Natália, por exemplo, o treinador tem enorme reconhecimento à beira da quadra laranja. Para ele, não importa. Desenvolver o vôlei longe de casa já é um prazer imenso.

As jogadoras confirmam o amor que Luizomar tem pelo jogo. Sharon Chepchumba, ou só Chumba, rasgou elogios ao brasileiro e disse que ele passou a organizar mais o estilo de jogo queniano. Se antes tudo era muito bagunçado no ataque, ele mostrou preocupação com a defesa e as coisas passaram a fluir.


Mais do que isso, o país se classificou para os Jogos Olímpicos pela primeira vez em sua história. Então, não é a intensão brigar por medalha, nem mesmo ganhar um set sequer. Em um pedido de tempo na derrota para o Japão, na estreia, o treinador pediu para as atletas se divertirem em quadra.

“Nós nunca estivemos em uma Olimpíada. Então, ouvir dele para se divertir é como se ele dissesse que a gente não tem nada a perder. É por isso que a gente tem que relaxar e aproveitar o jogo”, contou a atacante.


Junto dele, outros cinco profissionais formam a comissão técnica. Por isso, falar português com os jornalistas não é propriamente uma saudade, mas, carismático como sempre, uma entrevista vira um longo bate-papo que poderia durar horas se não fossem os protocolos de segurança impostos pela covid.

Não demorou muito e Mireya Luis, três vezes campeã olímpica e grande rival do Brasil nos anos de 1990, parou para cumprimentar o treinador. A ex-jogadora trabalha para a FIVB em Tóquio 2020.

“Estou orgulhoso das meninas. É um time completamente apaixonado. Tudo o o que você propõe, elas querem fazer. É muito prazeroso”, ratificou a tricampeã.

Para ficar na história: atletas vibram com vitórias em Tóquio 2020

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