Quem é Lois Boisson, francesa de 22 anos que virou sensação em Roland Garros
Na 361ª posição do ranking mundial, jovem surpreende ao alcançar semifinal em sua estreia em Grand Slams, superando favoritas
Mais Esportes|Do R7

Lois Boisson, uma jovem tenista francesa de 22 anos, está vivendo um verdadeiro “conto de fadas” em Roland Garros. Atual 361ª colocada no ranking mundial, ela protagoniza a história mais surpreendente da atual edição do torneio.
Com cinco vitórias, incluindo três contra cabeças de chave, Boisson eliminou gigantes como a norte-americana Jessica Pegula (3ª do mundo) e a russa Mirra Andreeva (6ª), e agora se prepara para enfrentar a número 2, Coco Gauff, nas semifinais, às 12h10 desta quinta-feira (5).
Boisson, que até o início do torneio nunca havia enfrentado uma adversária do Top 50, tornou-se a terceira tenista a alcançar a semifinal em uma estreia em Majors desde 1980, seguindo os passos de Monica Seles (1989) e Jennifer Capriati (1990).
Ela também é a mais jovem francesa semifinalista em Grand Slams desde Amelie Mauresmo, que realizou a façanha em 1999, e a primeira local a chegar a essa fase em Roland Garros desde Marion Bartoli, em 2011.
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Superação
Nascida em Dijon, Boisson tem o esporte no DNA. Filha de Yann Boisson, ex-jogador profissional de basquete e dirigente esportivo, ela começou no tênis no Clube de Ténis de Beaulieu e se desenvolveu na All In Tennis Academy, fundada pelo ex-top 5 Jo-Wilfried Tsonga.
Boisson é considerada uma das maiores promessas do tênis francês, mas teve a carreira brevemente interrompida no ano passado, por uma grave lesão no joelho esquerdo, uma ruptura do ligamento cruzado anterior, sofrida uma semana antes daquele Roland Garros. Na época, ela ocupava a 152ª posição no ranking.
Após cirurgia e nove meses de recuperação, Boisson despencou para a 361ª colocação e precisou de um convite para entrar na chave principal de Roland Garros deste ano. A decisão da organização se mostrou acertada: a francesa não só aproveitou a oportunidade, como também se tornou a 24ª melhor tenista do país no ranking.
Ela deve alcançar a 65ª posição mundial após o torneio – com chance de subir ainda mais caso passe das semifinais.
Recordes e feitos históricos
A campanha de Boisson em Paris está repleta de marcas impressionantes. Ela é a tenista com a classificação mais baixa a chegar às quartas de final de um Grand Slam desde Kaia Kanepi (418ª) no US Open de 2017 e a semifinalista feminina com pior ranking em 40 anos.
Como se não bastasse, a francesa é a primeira jogadora fora do Top 300 a derrotar duas adversárias do Top 10 em um mesmo torneio desde Serena Williams, em 1997.
Antes de Roland Garros, Boisson tinha apenas uma vitória em nível WTA e um título no WTA 125 de Saint-Malo, conquistado em maio de 2024. Até o atual torneio, ela havia acumulado 148 mil euros (cerca de R$ 954 mil) em ganhos na carreira. Agora, em Paris, já garantiu 690 mil euros (R$ 4,4 milhões).
Polêmica
Antes de brilhar nas quadras de Roland Garros, Boisson esteve no centro de uma polêmica inusitada. Em abril, durante o WTA 250 de Rouen, a britânica Harriet Dart criticou a francesa durante uma partida, pedindo à juíza que Boisson usasse desodorante, alegando um “cheiro forte”.
A situação gerou constrangimento, mas Boisson respondeu com humor nas redes sociais. Ela publicou uma montagem em que aparecia com um desodorante nas mãos durante uma partida. “Aparentemente precisamos de uma collab”, escreveu, referindo-se à marca do produto.