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Maya Gabeira, a menina que trocou o ballet pelas ondas gigantes

Surfista relembrou carreira ao voltar para local em que sofreu grave acidente, mas retornou para encarar paredão equivalente a prédio de oito andares

Mais Esportes|André Avelar, do R7

Maya Gabeira abandonou ballet para buscar a onda perfeita ao redor do mundo
Maya Gabeira abandonou ballet para buscar a onda perfeita ao redor do mundo Maya Gabeira abandonou ballet para buscar a onda perfeita ao redor do mundo

A coragem de Maya Gabeira não cabia mais nas aulas de ballet. Aos 13 anos, a menina destemida passou a buscar a onda perfeita ao redor do mundo. Não demorou muito e se apaixonou pelas ondas gigantes.

Mas Maya sofreu um acidente grave após cair de uma dessas ondas gigantes, no Canhão de Nazaré, em Portugal, em 2013. Cinco anos depois, voltou à mesma Praia do Norte, desta vez, para surfar uma onda estimada em 24 metros (aproximadamente um prédio de oito andares). A brasileira, hoje com 30 anos, briga para entrar no Guinnes Book.

Maya Gabeira surfou onda de cerca de 24 metros de altura
Maya Gabeira surfou onda de cerca de 24 metros de altura Maya Gabeira surfou onda de cerca de 24 metros de altura

Confira a seguir o depoimento de Maya Gabeira ao R7:

"Comecei a surfar com 13 anos, em uma escolinha de surfe no Arpoador, incentivada por um namorado da época e amigos de escola. Eu dançava, fazia ballet e fiquei um tempo procurando outro esporte. Demorou para eu me sentir confortável dentro d´água. Foi uma coisa muito minha. Fui para a Austrália, morei lá, terminei o colégio e sonhei em surfar a onda perfeita.

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Foi quando fui para o Havaí e pude ver as ondas gigantes, perfeitas e aquilo mexeu comigo. Logo na minha primeira temporada, decidi que queria focar naquilo, surfar os lugares que queria surfar e fui evoluindo. Ganhei meu primeiro prêmio e tive oportunidade de ter patrocinador, competir, trabalhar de garçonete no Havaí para me manter e aí comecei a ganhar dinheiro... E deu certo.

Sempre sonhei com esse momento que estou vivendo agora. A gente sonha com certas coisas e não tem muito controle se vai acontecer ou não. Em certos momentos da minha vida, o sonho fez parte, mas não sabia se iria alcançá-lo.

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Quase morte em 2013

Já tive momentos de bastante exposição na minha carreira, com ondas em alguns lugares do mundo, mas ainda hoje não tinha conseguido pegar uma onda muito alta para correr atrás de toda a burocracia que existe para entrar no Guinnes.

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O processo que tive de evolução no surfe foi fundamental para chegar até aqui. Se não tivesse conquistado minha plena forma e a possibilidade de não pensar em dor, não fazer fisioterapia todo o dia, era impossível fazer o que eu queria. A medida que meu corpo foi ficando 100%, esse é o primeiro passo. O resto fica uma coisa natural que você faz e se dedica.

Mesmo vindo de uma temporada muito boa, foi super-estressante esse momento. Em novembro, já tinha surfado a maior onda da minha vida. A previsão, desta vez, apontava para um dia histórico em condições que foi o meu acidente. Só isso já cria um clima diferente. A última vez que havia visto um mar daquele tamanho, havia sido no dia do meu acidente. A diferença é que agora estava muito mais preparada que em 2013.

É sempre estressante, uma adrenalina e você não sabe o que vai acontecer. Você fica tentando não pensar em coisas ruins, mas você acaba se questionando e acumulando a ansiedade até surfar. Ainda assim, não venci e não venço a ansiedade. Tento conviver com ela. Ela existe.

Sonho realizado

Sei que a minha respirada de alívio agora foi totalmente diferente da de 2013. Aquela onda foi muito mais impactante na minha vida porque foi uma experiência muito forte. Essa onda de agora foi uma conquista. A outra foi uma experiência que não gostaria de não ter tido, mas tive de lidar com ela. Essa de agora foi uma recompensa de um trabalho árduo, de toda a minha a vida.

Questionava muito se conseguiria surfar essa ondas gigantes novamente. A volta para a casa foi até tranquila, estava relaxada. Mais do que feliz, estava tranquila. Fechei a porta, fiquei no sofá, assisti filme, série, vinha de uma batida muito forte, em um mês muito corrido.

Acho que ainda tenho muito que evoluir, estou animada de estar fisicamente bem de novo, mas sei que para mim é como se fosse um recomeço. Agora é voltar a remar ondas.

Se pudesse dedicar essa conquista a alguém, esse alguém seria minha mãe. Ela foi a grande responsável por tudo que aconteceu comigo até aqui. Ela segurou uma onda, ela ficou sempre comigo em todas as cirurgias."

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