Atletas etíopes sem recursos recebem doação de tênis para treinar
Mais Esportes|Do R7
Antonio Martín. Alcoy (Alicante), 23 mar (EFE).- Um grupo de fisioterapeutas e corredores amadores recolhe há meses centenas de tênis esportivos novos e seminovos para entregar a jovens atletas sem recursos que se formam nos centros de alto rendimento da Etiópia. Este é o principal propósito de um desafio que combina solidariedade e atletismo impulsionado pelo fisioterapeuta e triatleta espanhol Jordi Reig. Com o título "Runners for Ethiopia", o projeto está atrás de pessoas para viajar pela Etiópia durante nove dias em junho para entregar o material e, de quebra, correr a maratona da cidade de Awasa. A ideia surgiu em 2013, quando Reig foi convocado para treinar o explorador espanhol Jesús Calleja, que participaria da maratona de Awasa, cidade a 1.700 metros de altitude. Com esse trabalho, Reig não apenas ficou apaixonado pelo país, como comprovou as péssimas instalações dos centros de alto rendimento e a falta de material proveniente das muitas promessas etíopes e que faz com que os atletas corram com tênis remendados. Reig lembrou que em um centro de alto rendimento de Bekoji que visitou havia 52 atletas, sendo que 12 não tinham tênis apropriados, além do local não contar com uma maca para massagens apesar de na Etiópia o atletismo ser o esporte nacional, com figuras de prestígio mundial como os atletas olímpicos Haile Gebrselassie e Kenenisa Bekele. Em 2014, ele voltou à Etiópia com o fisioterapeuta Ángeles Santos e o preparador físico Raül Campeny. O trio entregou 70 pares de tênis, atendeu dezenas de atletas e deu palestras a profissionais do ramo sobre anatomia, massagens e tratamento de lesões. Na época, Reig, especialista na ultrassonografia e tratamento para a regeneração de tecidos musculares e do tendão, levou seu próprio material, mas agora organiza uma nova viagem de 25 de junho a 4 de julho aberta a todos que desejem custear este desafio (R$ 4.565) que combina a entrega de material esportivo com prestação de serviço terapêutico ou que queiram, simplesmente, ter o prazer de disputar uma prova no berço do atletismo. O único requisito para participar é reservar um espaço na mala para levar de seis a sete quilos de tênis que serão deixados na Etiópia e que Reig reuniu nos últimos meses em campanhas realizadas em corridas populares da Espanha. O triatleta espera receber ainda mais materiais por conta da corrida solidária Ciutat d'Alcoi, marcada para o dia 8 de maio. A quatro meses da viagem, já há 20 inscritos para a empreitada, metade corredores amadores e metade fisioterapeutas, que tem a colaboração de Toni Espadas e Rafa Martín, da agência Endo Ethiopia. Reig explicou que a falta de material e de profissionais de fisioterapia faz com que os jovens atletas sofram com sobrecargas musculares e tendinopatia, problemas normalmente associados à idade adulta. Dentro de suas possibilidades, todo o grupo ajudará a melhorar o futuro do atletismo etíope, além de conhecer a magia do Parque Nacional de Nechisar e a vida da capital, Adis-Abeba, onde haverá oportunidade de treinar na Praça Meskel, no estádio olímpico e nas montanhas Entoto. EFE ams/cdr/rsd (foto)