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Lucas Bebê, do Fortaleza Basquete Cearense, fala sobre depressão na volta ao NBB

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Lucas Bebê deixou o Brasil antes da maioridade, fez carreira na Europa, se destacou e atingiu o ápice ao defender o Toronto Raptors na NBA. Agora, aos 28 anos, o pivô de 2,13 metros busca retomar o sentimento de felicidade de jogar basquete. Ele pensava em se aposentar após ter depressão, mas recebeu um convite do técnico Alberto Bial para ser o grande nome do Fortaleza Basquete Cearense na temporada 2020-2021 do Novo Basquete Brasil.

A competição começa nesta terça-feira. Antes de entrar em quadra para enfrentar o Campo Mourão, em sua primeira participação no basquete adulto brasileiro, Bebê concedeu entrevista ao Estadão. O pivô falou sobre os problemas que enfrentou, quando recebeu ajuda do jogador Felipe Melo, do Palmeiras, de sua passagem pela NBA e da expectativa de disputar o NBB.

Qual foi o principal fator para fechar com o Fortaleza Basquete Cearense?

A conversa com o técnico Alberto Bial, com meus empresários, amigos e familiares fez a diferença porque pontuaram o fato de eu ter 28 anos e já querer parar de jogar não ter sentido. Me falaram que eu ainda tenho muito a fazer pelo basquete brasileiro e quem sabe voltar a fazer pelo basquete mundial. Então, essa motivação do Bial e de algumas pessoas próximas me fez querer voltar a jogar basquete. Foi bom voltar para o Brasil, ter essa oportunidade no Fortaleza. Estou bem feliz com esse projeto, mas destacaria ainda mais a vontade de querer voltar a jogar, desfrutar do esporte.

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Como você avalia esse sistema de disputa inicial do NBB, com o formato de sedes?

O NBB tem tudo para fazer um primeiro turno bom, eles tiveram um tempo para se organizar, escolher bem as cidades-sede e acredito que todos devem cooperar durante a competição, para que todos se cuidem e colaborem com a parte de higienização, de seguir o protocolo, sem aglomeração, para fazer um primeiro turno sem nenhum caso de infecção, todos estando bem de saúde.

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Você saiu muito jovem do Brasil (17 anos) para atuar na Espanha, como imagina que será sua primeira temporada como profissional no basquete brasileiro?

Eu não sei responder exatamente ainda porque estou há muito tempo sem jogar, mas algumas pessoas me motivaram a voltar, acendendo essa chama novamente. Se eu estivesse em atividade, talvez fosse mais fácil de responder. Mas, quando a bola subir, vou ter essa noção melhor do meu potencial e de como vou poder performar durante o campeonato.

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Apesar de não atuar há algum tempo, você foi convocado para a seleção... Como vê esta oportunidade?

Foi uma surpresa para mim. Se o técnico Petrovic me convocou é porque ele acredita em mim e no meu basquete. Sei que tem atletas bem na minha frente pelo fato de dar continuidade jogando competições, bons jogadores na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil, mas, como fui convocado, pode ter certeza que vou treinar demais nesses dias que restam até o início do NBB e vou tentar fazer bons jogos para mostrar ao Petrovic que ele não vai se arrepender.

Como foi lidar com a depressão? É uma doença que precisa ter um debate maior? As pessoas não dão a importância necessária? Chegou a pensar em abandonar o basquete?

Meus últimos anos foram bem complicados a nível físico e mental. Quem me acompanha sabe o quanto eu sofri com lesões e com depressão nos últimos três anos, mas hoje estou aqui tentando tirar alguma lição de tudo isso que aconteceu na minha vida. Minha maior meta hoje é voltar a ser uma pessoa feliz.

Hoje, após tudo que passou, como avalia sua passagem pela NBA? Poderia ter ficado mais tempo na liga?

Esses quatro anos que eu joguei na NBA (pelo Toronto Raptors) foram maravilhosos, de experiências lindas dentro e fora da quadra, porém saí com uma sensação de que poderia ter ficado mais tempo sim. Se isso não aconteceu é porque perdi para mim mesmo, deixei me levar por algumas questões fora da quadra como as festas, bebida, que fizeram com que meu contrato não fosse renovado. Hoje, mais maduro, com uma filha, consigo entender muito mais a parte do profissionalismo e consigo entender que hoje o esporte vai muito mais além do que só jogar. Requer disciplina dentro e fora da quadra para que tenhamos uma carreira de muitos anos.

Como é sua relação com o Felipe Melo? O quanto ele te ajudou?

O Felipe é uma pessoa que é muito importante na minha vida. Nesses três anos sem jogar, e muitas coisas ruins acontecendo na minha vida, ele, no começo de tudo, foi uma das pessoas que estendeu a mão para mim e que sempre me deu palavras de carinho e motivação. Me abrigou na casa dele em São Paulo e é uma pessoa que, pode ter certeza, as coisas voltando a dar certo, eu vou falar muito no nome dele porque ele foi um motivador excepcional na minha vida. Tenho muito carinho e vou guardar no meu coração eternamente.

Como viu todo o movimento dos jogadores da NBA, lutando contra o racismo e as injustiças sociais?

A NBA mais uma vez mostrou sua força. Os negros americanos são muito unidos, eles se impõem bastante. Tanto os atletas, quanto a classe artística também, todos se juntam para bater de frente com essas injustiças.

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