Souza vê equilíbrio em São Paulo x Grêmio e exalta torcidas: 'São fora do comum'
Equipes se enfrentam neste sábado
Lance|Do R7

Neste sábado (15), às 21h, o Morumbi será palco de um confronto direto na parte de baixo da tabela do Campeonato Brasileiro. São Paulo e Grêmio, respectivamente 16º e 15º colocados, chegam pressionados pela má fase na competição nacional. A partida, além da importância pelos três pontos, marca o reencontro simbólico com um personagem que conhece bem os dois lados: Willamis de Souza Silva, o Souza, ex-meia-atacante com passagens marcantes pelos dois Tricolores.
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Souza brilhou com a camisa do São Paulo entre 2005 e 2007, sendo peça importante nos títulos do Mundial de Clubes, Libertadores, Brasileirão e Paulistão. No Grêmio, atuou com destaque em 2008 e 2009, ajudando o time gaúcho a chegar à semifinal da Libertadores e a conquistar o título estadual. Hoje comentarista esportivo, ele comentou com exclusividade ao Lance! sobre o duelo e analisou o momento dos clubes.
Na visão de Souza, o São Paulo leva ligeira vantagem por atuar em casa e pelo retrospecto favorável diante do Grêmio. Ele, no entanto, alerta que ambas as equipes precisam virar a chave e focar mais no Campeonato Brasileiro.
- É mais favorito com certeza para jogar em casa. O São Paulo tem um retrospecto muito bom contra o Grêmio. Eu acho que a situação do Grêmio é um pouco pior, porque o Grêmio está jogando Sul-Americana, não a Libertadores. Nenhum dos dois times tem elenco para disputar duas competições. Então você tem que escolher uma. O São Paulo achou por bem escolher a Libertadores, que é o que o Zubeldía vem falando direto, mas a verdade é que os dois times precisam melhorar no Brasileiro, porque você vai deixando, você vai beneficiando uma, quando você vai ver, não vai dar mais tempo. Então eu acho que os dois times precisam melhorar no Brasileiro, deixar de lado um pouquinho a Libertadores e Sul-Americana. O São Paulo já classificou, o Grêmio ainda corre o risco de não classificar, mas precisam melhorar no Brasileirão - disse Souza.
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Técnicos sob pressão e estilos distintos
A situação dos treinadores também foi tema da análise de Souza. Enquanto Mano Menezes ainda tenta consolidar seu trabalho à frente do Grêmio após mais uma troca no comando técnico, Zubeldía começa a mostrar seu estilo no São Paulo. Para o ex-jogador, embora ambos estejam sob os olhares críticos da torcida, o gaúcho chega ao confronto mais pressionado.
- O Mano Menezes, apesar de ter chegado há pouco tempo, o Grêmio sofre com uma troca de treinadores. O Zubeldía já vem de um trabalho. A gente no Brasil gosta de consolidar algumas coisas relacionadas a título. E às vezes não é assim. A prova disso é o Corinthians, atual campeão paulista, passando por essa turbulência, essa oscilação. Eu gosto do trabalho do Zubeldía. Acho que dentro das possibilidades do time que ele tem, tem feito um trabalho importante, e eu gosto sempre de dar a minha análise. Eu não vi nenhum time grande, considerado o melhor time do Brasil ainda, tipo botar o São Paulo na roda. Por outro lado, o Grêmio precisa melhorar, porque ano passado quase caiu e precisa melhorar. Então eu acredito que, pela situação, o Mano deve estar mais pressionado - explica.
Exigência por títulos e idolatria nos clubes
Souza também falou sobre a relação das torcidas com os times e as diferenças culturais entre São Paulo e Grêmio quando o assunto é pressão por resultados. Ele relembrou sua passagem pelo time gaúcho e destacou como a exigência por títulos é uma constante.
- No São Paulo eu não senti tanto porque vinha ganhando tudo. Então, a pressão foi no início. O Grêmio já vive uma pressão durante muito tempo. Quando eu cheguei no Grêmio, fazia muito tempo que não ganhava nenhum título. E por incrível que pareça, o time começou a ganhar depois que eu saí. Eu acabei fazendo um campeonato muito bom, fui campeão campeão gaúcho, cheguei à semifinal de Libertadores, sendo artilheiro do time nas competições. Mas são duas torcidas totalmente distintas, mas que incentivam muito o clube. São dois times que têm a torcida que merecem, porque são duas torcidas fora do comum - aponta.
Com uma carreira marcada por conquistas e boas atuações em grandes clubes, Souza também refletiu sobre a forma como o futebol mudou nos últimos anos. Para ele, o caminho para se tornar ídolo ou chegar à Seleção Brasileira se tornou menos exigente, em comparação com o que se vivia em sua época de jogador.
- Eu não quero ser saudosista, mas ficou um pouco mais fácil. Essa é a realidade. Antigamente, para você chegar em uma seleção brasileira — e aí não precisa ir longe para te enumerar jogadores que não jogaram Copa do Mundo — hoje em dia se tornou mais fácil. A escassez de qualidade é muito grande. Então, hoje qualquer passarinho que está iniciando a voar é considerado gavião. Então eu acho que hoje ficou um pouco mais fácil - finaliza.