Qual o empenho de um militante a uma causa? No caso da Alemanha, foi o de uma derrota, no caso a de virada para o Japão em sua estreia na Copa do Mundo.
Após chegarem a protestar tampando suas bocas na formação para a foto do time posado, em sinal de que estariam sendo censurados, os germânicos, pressionados pela que pode ser a segunda eliminação seguida ainda na fase de grupos do Mundial, querem distância do assunto nesse momento decisivo.
- Acho que deixamos nosso ponto claro nos últimos dias. Nosso foco agora é 100% futebol, nada mais - disse o meia-atacante Kai Havertz.
Tão logo acabou o duelo entre alemães e japoneses, os tetracampeões mundiais já começaram a ter de responder perguntas sobre um suposto desvio de foco do futebol dentro de campo para as questões políticas.
É sabido que Alemanha e Qatar não são, necessariamente, melhores amigos. Os europeus chegaram a romper um acordo de estudos e fornecimento de energia e condena publicamente o regime do emirado em questões referentes aos direitos humanos e trabalhistas.
Tanto que após o tropeço histórico dos germânicos, os jornais da sede da Copa estamparam provocações em suas capas.
Pelo lado alemão, os periódicos avaliam a situação de maneira dúbia. Se antes do Mundial havia uma espécie de coro favorável à manifestação pública, depois da derrota o tom mudou.
Inclusive alguns portais de cunho mais conservador denunciam que o elenco foi pressionado a se manifestar publicamente pelas autoridades. Ou seja, não seria um movimento de certa forma orgânico do elenco.
E de certa forma, também, se autoridades germânicas também elevaram o tom após a decisão da Fifa de punir Manuel Neuer caso ele entrasse com a faixa de capitão 'one love', do outro Hansi Flick e seus comandados se distanciaram da questão. Afinal, brigar com a organizadora da Copa não é uma boa quando se está com a corda no pescoço.
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